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sábado, 31 de agosto de 2024

ENTREVISTA COM O PSICANALISTA EMANUEL ARAGÃO

“No final, tudo na vida está relacionado ao amor: como eu faço para ser amado”?



 

Tom Simões, jornalista, www.tomsimoes.com, 31 de agosto de 2024

 

Eu costumo lamentar a oportunidade que as pessoas perdem com a preguiça e as más escolhas de entretenimento, com tanta informação produtiva à disposição, não apenas na rede social como em programas televisivos, que proporcionam boas reflexões. É disso que a gente mais precisa. Como descreve o escritor americano e empresário do Vale do Silício, Kamal Ravikant: “A vida é de dentro para fora. Quando você muda por dentro, a vida muda por fora”. Mas, infelizmente, de maneira geral, internautas e telespectadores não estão habituados a pensar, desejam mesmo é se divertir.

O vício em WhatsApp, por exemplo, é um transtorno difícil de perceber, pois é silencioso e está associado a uma sensação de prazer. O uso excessivo do aplicativo pode ser prejudicial à saúde, principalmente para jovens e adolescentes, que são os maiores usuários. Em razão da interatividade da internet, está ocorrendo um prejuízo cognitivo porque as pessoas não conseguem mais ler textos longos.

Num mundo onde os vídeos com menos de um minuto é que brigam por atenção, por que há pessoas que se inclinam ainda a assistir vídeos educativos?

Exemplo de entretenimento produtivo é o programa de entrevistas “Provoca”, exibido pela TV Cultura, às terças-feiras (22 horas), sob o comando do incrível Marcelo Tas. A entrevista exclusiva com o filósofo, psicoterapeuta e escritor Emanuel Aragão, exibida no dia 27 de agosto, dá uma ideia. Ele está lançando seu novo livro “Dez Princípios Antes do Fim – Enunciado para uma vida possível”. Aragão é conhecido pelo seu canal no You Tube, “Flor e Manu”, ao lado da esposa, onde relatam inclusive assuntos muito pessoais e curiosos.

A base dessa agradável conversa com Emanuel concentra-se em seu lema: “O que eu posso fazer que alguém pode precisar”? Ele levou muito tempo até entender que a sua ‘maneira’ de proceder no seu exame sobre a vida poderia ser útil para outras pessoas.

A neurociência afetiva estuda os afetos, qualquer coisa que nos faz   sentir. “No final, tudo na vida está relacionado ao amor: como eu faço para ser amado”? Provoca Emanuel.

Essa área da neurociência constitui uma orientação científica que surgiu com a proposta de reconfigurar o estudo acerca do papel exercido pelas emoções básicas no comportamento humano. É o nosso cérebro que registra, organiza, coordena e armazena nossas emoções – tão abstratas (um conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de sentimentos, paixões e emoções), porém tão concretamente presentes em todos os segundos da nossa existência. Esses fenômenos estão sempre acompanhados por uma impressão de dor ou prazer, satisfação ou insatisfação, agrado ou desagrado, alegria ou tristeza.

Sobre o impacto da internet na construção de vínculos pessoais, o psicoterapeuta alerta que o celular é uma espécie de produção de vínculo, de conexão, mas não faz isso, vai além, em termos de impactos negativos. “Para fazer conexão, a gente precisa ter toque e olho”, avalia.

Não há muita diferença entre o vício em drogas e no celular, revela o psicólogo espanhol Marc Masip, que trabalha com jovens para educá-los sobre o uso adequado da tecnologia e evitar a dependência. Há inclusive tratamento em clínicas de desintoxicação para viciados em tecnologia, uma reabilitação que pode se tornar ainda mais difícil do que a das drogas, “porque todo mundo já sabe que as drogas fazem mal, enquanto as novas tecnologias todos nós usamos sem saber o tamanho do dano que podem causar”, admite Masip.

Os avanços da tecnologia e a modernização dos aparelhos eletrônicos vêm ocasionando um vício tecnológico no cotidiano da sociedade. “Se você fica ansioso ao imaginar um mundo sem Facebook, Instagram ou WhatsApp, preste atenção no seu grau de dependência. Você pode estar viciado”, alerta o psicólogo espanhol Marc Masip, que trabalha com jovens para educá-los sobre o uso adequado da tecnologia e evitar a dependência.

Parte do trabalho de Masip consiste em oferecer tratamento em clínicas de desintoxicação para viciados em tecnologia. Uma reabilitação que pode se tornar ainda mais difícil do que a das drogas, "porque todo mundo já sabe que estas fazem mal, enquanto as novas tecnologias todos nós usamos sem saber o tamanho do dano que podem causar", explica o psicólogo espanhol em entrevista à BBC News Mundo, https://www.bbc.com/portuguese/geral-58927899


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