“Eu gosto de ser lembrada como alguém que faz a vida das pessoas melhor, de alguma maneira. Gosto de ajudar as pessoas a serem elas mesmas. Se eu puder chegar a esse lugar, ajudar o outro a chegar também, já que essas buscas são tão importantes, vou adorar” Alessandra Maestrini
Assista à produtiva entrevista: https://www.youtube.com/watch?v=MPfM8UranSk
Tom Simões, jornalista, Santos (Brasil), 30 de julho de 2024
Quanto talento e tamanha humildade. Ao ver Alessandra
Maestrini com os pés descalços durante a entrevista com o extraordinário
Marcelo Tas (programa Provoca, TV Cultura, terças-feiras, 22 horas), a
princípio surpreendi-me, julgando-a querer ser diferente, mas ao longo da conversa
pude compreender que a escolha da entrevistada tinha a ver com sua capacidade
de se expressar de modo espontâneo, transparente e verdadeiro.
Assistam até o fim às produtivas lições de Alessandra, 47 anos: atriz, cantora, compositora, poeta, diretora, produtora, dramaturga, ativista, tradutora e versionista. Possivelmente os leitores hão de concordar comigo. Sabe aquela leitura, aquela conversa produtiva, que no final a gente se sente outro, ao incorporar novos aprendizados?
A propósito, ‘Provoca’ é meu programa de TV preferido, tem
muito a ver com os conteúdos educativos que compartilho na rede social. Sócrates
acreditava que a melhor forma de transmitir conhecimento era através da troca
direta de ideias, fazendo uso de perguntas e respostas entre duas pessoas. Por
isso, não deixou nenhuma obra escrita. Todo o conhecimento a respeito da obra
desse grande filósofo é resultado do trabalho de Platão, seu discípulo. Sócrates
não deixou registros, apenas discípulos. É inspiradora sua frase: “Só é útil o
conhecimento que nos torna melhores”.
Por que o conhecimento é tão importante?
Conhecer a si mesmo, sem concepções fundamentalistas,
permitirá que a gente construa nossa liberdade intelectual, desenvolvendo-se e
possibilitando alcançar autonomia em nossa vida. Não há dúvida de que, quanto
maior o autoconhecimento, maior a evolução pessoal e espiritual.
O mundo é feito de máscaras sociais. A maioria das pessoas
vive de acordo com as normas sociais e veste uma máscara para sobreviver numa
sociedade competitiva e arbitrária. Atrás dessa barreira estão sentimentos,
opiniões e a personalidade verdadeira. As máscaras sociais são necessárias até
certo ponto para preservar a convivência harmônica. Entretanto, somente pessoas
incomuns têm a capacidade de se conceber como tal, compreender-se e se aceitar.
Espontaneidade é o que experimentamos quando desligamos o
piloto automático. É sinônimo de diálogo interno atento ao momento — que
estimula a expressão da vontade e da verdade mais íntima. Pode-se dizer, então,
que somos espontâneos sempre que agimos com naturalidade, sem medo de
constrangimentos e julgamentos. Autenticidade significa verdadeiro, legítimo e
genuíno. É um adjetivo que caracteriza aquilo que não deixa dúvidas, em que há
autenticidade, que não é falso, que é real, positivo.
Alessandra Maestrini é uma dessas pessoas não usuais,
extraordinárias, singular, e que poderia ser interpretada até como ‘esquisita’.
Ela é capaz de criar algo novo, inovador e genuíno, que se destaca pela sua
singularidade e criatividade. Nada forçada, simplesmente espontânea.
A sua transparência é reconfortante porque representa um
estado de verdade consigo mesmo, um estado que muitos gostariam de vivenciar.
Porque nem todos têm a coragem de se portar de acordo com sua verdade interior.
Anos de inibição levam indivíduos a usarem máscaras para esconder traços de
personalidade considerados inadequados – mas que nem sempre o são.
Ao ser questionada sobre sua relação com a internet,
Alessandra admite: “Eu tenho tentado fazer ‘dieta’ de redes sociais,
proteger-me no máximo. Fico viciada. Quando percebo, estou horas na frente da
tela e não fiz mais nada. É quase um sequestro. As barbaridades vão aparecendo,
mesmo a gente não buscando. Eu não desejo ficar desinformada, mas nem por isso deixar-me
envolver por tragédias pelas quais nada posso fazer”.
Sobre a escolha de figurino para o Provoca, como exemplo, Tas
conta que a atriz experimentou alguns figurinos para participar da entrevista,
e no fim escolheu se apresentar com calça jeans e pés descalços. Para ela:
“Isso tem mais a ver com o momento que eu estou vivendo,
porque muitas vezes em entrevistas me perguntam qual personagem tenho mais vontade
de interpretar, ao que sempre respondo: ‘eu mesma’. Penso estar caminhando cada
vez mais nesse sentido. Eu posso estar aqui com uma roupa linda que ganhei, mas
não sentindo ser eu mesma”.
Sobre ter assumido publicamente, em 2014, ser bissexual, revela:
''Eu imaginava tanto física quanto subjetivamente estar me matando, escondendo
minha natural orientação sexual”, admite.
Em relação às várias habilidades de Alessandra, uma delas é ser ‘versionista’. “Eu versei para o inglês 10 músicas de Chico Buarque. O número de sílabas das palavras em inglês é bem menor que em português. Enviei-as ao Chico, através do seu empresário Vinícius França, e a resposta chegou assim: o Chico mandou dizer que sua versão está melhor que o original”, conta a atriz.
· Fontes de consulta: Google
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