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sábado, 16 de setembro de 2023

O VERDADEIRO CONHECIMENTO É DE ORDEM INTERNA

Ninguém pode convencer ninguém a mudar. Cada pessoa só pode despertar por si mesma. Seja capaz!



Tom Simões, jornalista, www.tomsimoes.com, 16 de setembro de 2023

 

Alguém escreve: “O primeiro passo para o conhecimento é saber que somos ignorantes”. Outra citação de autor também desconhecido: “Eu leio, tu lês, nós lemos. E o mundo melhora”. Só a própria pessoa é capaz de mudar sua própria realidade. Se alguém não está gostando do que está recebendo, é só observar o que está emitindo. 

“Ninguém pode convencer ninguém a mudar. Os portões da mudança só podem ser abertos de dentro para fora”, escreve Marilyn Ferguson, escritora estadunidense. Ninguém aprende a ser generoso. A ser compreensivo, tolerante, amoroso, alegre... A ter compaixão pelos outros e consigo mesmo; ter compaixão é não ter indiferença frente ao sofrimento do outro.  Também ninguém aprende a se colocar no lugar do outro.

Quem é capaz de passar indiferente por um morador em situação de rua? Apreciar o próprio silêncio, sentir-se bem sozinho e se bastar, sentindo-se em paz? Escutar em silêncio, sem dar conselhos? Reconhecer os próprios erros? Gostar de ficar sozinho? Passar incólume por vãs provocações? Perdoar e orar pelos seus desafetos? Desejar ‘Bom dia’, com devoção, a desconhecidos, caminhando pelas ruas? E de tantos outros benefícios a si mesmo e ao próximo, incondicionalmente? Quem deseja ser capaz de tanto?

É rara uma transformação espontânea, que brota naturalmente. Ainda estranho motoristas educados pararem o automóvel na faixa de segurança e raros pedestres agradecerem de alguma forma. Eu sempre bendigo motoristas capazes de tanto! 

Cada criatura humana só desperta por si mesma. Ninguém ensina ninguém a descobrir sua natureza divina. Como explica Osho, filósofo indiano: “A espiritualidade não lhe será revelada por outra pessoa. Ela surgirá naturalmente no seu próprio ser. Apenas fique em silêncio”.

A mente não é capaz de reconhecer os próprios interesses, agindo por impulso e gerando negatividade, críticas e energias negativas. Já a consciência desperta, o verdadeiro Eu, ou o Eu Superior, dá origem a só coisas boas.


O que significa ‘ikigai’?

Ikigai é uma filosofia japonesa milenar associada à longa expectativa de vida do país e à vivência de uma ‘vida plena’. Combinação das palavras japonesas iki (que significa ‘vida’) e gai (‘valor ou dignidade’). Significa ter uma vida em harmonia com seus desejos e expectativas, envolvendo um processo reflexivo sobre si próprio. Ikigai caracteriza um estilo de vida baseado no bem-estar. De acord0 com os japoneses, todos têm um ikigai. E descobrir qual é o seu, requer uma profunda e, muitas vezes, extensa busca de si mesmo.

 

Quem é capaz de observar as próprias experiências e refletir produtivamente sobre elas? De se desapegar do passado para sentir e viver conscientemente o presente? Sair da zona de conforto, abandonando as crenças e ilusões que lhe acorrentam? Essa é uma decisão puramente pessoal, que brota naturalmente a partir do autoconhecimento, ou seja, da investigação sobre si mesmo, quando o que se busca é a realização de algo que me leve a ser mestre de mim mesmo, tornando-me uma pessoa melhor.  

O meio em que vivemos influencia nossas atitudes, emoções e evolução pessoal e espiritual. É preciso reconhecer quem realmente agrega valor à nossa vida, com conhecimentos e vivências, torcendo por nós. São pessoas assim que a gente deve ter ao lado. É interessante como vamos atraindo-as de forma providencial. 

Quem já ouvir falar sobre o despertar da consciência? De forma simples, ampla e direta, o despertar da consciência é um processo de desenvolvimento em que uma pessoa se torna sensivelmente consciente de si mesma, dos semelhantes e do mundo ao seu redor.  Despertar nesse sentido é ter consciência da presença do ego e de suas artimanhas. O autoengano é o nome que se dá às afirmações falsas que fazemos a nós mesmos, ao tentarmos fugir de alguma realidade ou verdade dolorida. Portanto, é preciso saber que o poder da consciência prova, através de argumentos lógicos, que os pensamentos criam a nossa realidade, para o bem ou para o mal.



A felicidade genuína depende exclusivamente de cada pessoa. Brota da sua intimidade, do seu entendimento e esforço. Quem é capaz de compreender esses conceitos essenciais? Valter Hugo Mãe, escritor português, resume muito bem tudo isto: “A maturidade, no fundo, é a capacidade que temos de corrigir. A gente só cresce quando corrige, quando se dispõe a construir. Crescer não é aumentar de tamanho, ficar mais velho, crescer é corrigir. Por isso, a maturidade é exatamente isso: é quando nós soubermos que é preciso corrigir. Se não estivermos construindo, somos imaturos, somos bobos”. Valter Hugo diz ter falhado, mas produziu bastante. Reencontrou-se. Fechou um ciclo e abriu outro. Ele cita Friedrich Nietzsche, filósofo alemão: “Ah, o humano, demasiado humano”. E finaliza então: “Sou eu quem agradece”!   

Por sua vez, Carl Rogers, psicólogo estadunidense, sintetiza muito bem a nossa saudável conversa: “O curioso paradoxo é que quando   me aceito tal como sou, então posso mudar”.

“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus [...]”. Mateus 5:3-12

A propósito, bem-aventurança significa aquilo que acontece naturalmente, pelas leis naturais, por causalidade. Ou seja, um estado de plena felicidade, condição extrema de bem-estar. Quem é capaz de experimentar?


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