Respeitemos a escolha de cada cidadão!
Tom Simões, jornalista, 12 de outubro de 2022
“Tenho prazer em ser
vencido quando quem me vence é a razão, seja quem for o seu procurador”,
escreve Fernando Pessoa, 1888-1935: poeta, filósofo, crítico literário e
comentarista político português, dentre outras especialidades.
Também eu admito, quem me vence é a razão e o bom senso. Não posso aceitar um governante que não admite ser questionado pela mídia e cujos eleitores deixam de assistir aos noticiários televisivos alegando só criticarem o governo. Não posso admitir seguidores fanáticos tão intransigentes, irracionais e agressivos. Essas são algumas das características dos correligionários fanáticos do atual governo. Sem falar na epidemia de ‘fake news’ e guerra da desinformação.
As notícias falsas são uma forma de imprensa marrom, ou seja, a distribuição deliberada de desinformação ou boatos via veículos de comunicação e mídias digitais, com a intenção de enganar para obter ganhos políticos, muitas vezes com manchetes sensacionalistas, exageradas ou evidentemente falsas para chamar a atenção. Nesse sentido, reina atualmente o ‘WhatsApp’ com as maiores infâmias destinadas a comprometer a oposição ao atual governo.“A verdade é simples e disponível a todos: por que você complica? A verdade é amável e amada. Inclui tudo, aceita tudo, purifica tudo. É a inverdade que é difícil e fonte de problema. Sempre quer, sempre espera, sempre exige. Sendo falsa, é vazia, sempre em busca de confirmação e segurança. Tem medo e evita os questionamentos. Identifica-se com qualquer apoio, mesmo os fracos e momentâneos. O que quer que consiga, perde e busca por mais”, dita o sábio indiano Sri Nisargadatta Maharaj, 1897-1981.
Mas o que ora ocorre na política brasileira é uma onda de mentiras absurdas mal preparadas e que, por isso, se tornam descaradas e sem cabimento, sobretudo por serem compartilhadas sem a devida citação da fonte. O propósito é descontruir a imagem do adversário.
“Podes, e deves, ter ideias políticas, mas, por favor, as ‘tuas’ ideias políticas, não as ideias do teu partido; o ‘teu’ comportamento, não o comportamento dos teus líderes; os interesses de ‘toda’ a Humanidade, não os interesses de uma ‘parte’ dela”, lembra Agostinho da Silva, 1906-1994, filósofo, poeta, ensaísta, professor e pedagogo português.
Chego a pensar que algumas pessoas se identificam com o atual regime como uma forma, talvez, de não poderem exteriorizar seus conflitos internos. É muito difícil dialogar com os fanáticos, incluindo pessoas das nossas relações pessoais, que se tornam agressivas. É inacreditável a irracionalidade como agem, chegando a comprometer o relacionamento. Daí o meu silêncio ao ser provocado por um bolsonarista.
Realmente, em conversa recente com um amigo psicanalista, ele disse haver casos extremos de fanáticos que aparentam ter perturbação pessoal, frustrações, recalques em relação à vida, que no fundo se identificam com tal irracionalidade. Freud chamava a isto de pulsação de morte, um lado violento, autodestrutivo e instinto de agressividade, que o indivíduo não consegue vivenciar em si mesmo até se identificar com um modelo que lhe permita.
O potencial de violência é muito forte. Essa pessoa precisa de um ‘start’, alguém dando autorização, e logo o homem primitivo começa a emergir do lado mais obscuro de sua alma.
Do ponto de vista espiritual, imagina-se as trevas se aglomerando em torno dessa pessoa com determinado tipo de caráter, frágil emocionalmente, vulnerável mentalmente, beirando a loucura de suas neuroses. Uma pessoa chata e mal resolvida merece amor sim; mas, primeiro, dela mesma.
Eu voto na civilidade. E não me
venham tentar agredir chamando-me de comunista ou algo parecido. Porque
barbárie é condição daquilo que é selvagem, cruel, desumano e grosseiro, cujo
único objetivo é tumultuar e afetar diretamente, no caso, a atual política
brasileira. Não é possível reeleger um candidato que é a favor da
violência e negligencia a vida, a mulher, as minorias, a Amazônia e outros
biomas brasileiros, a saúde e a educação.
Há algo que diz: “A democracia não é perfeita, mas não existe um sistema melhor. A democracia não garante o paraíso na Terra, mas impede que o inferno se instale”.
“Muitos homens cometem o
erro de substituir o conhecimento pela afirmação de que é verdade aquilo que
eles desejam”, cita Bertrand Russel, 1872-1970, britânico, um dos mais
influentes matemáticos, filósofos e lógicos que viveram no século XX.
A verdade é a verdade. Ponto. Não há subterfúgios para desviá-la. O que é certo é certo. Ponto. Há lógica no que defendo? Bom senso? Coerência? Benefício coletivo? Propósito elevado? Quem são essas pessoas fadadas a críticas infundadas e odiosas? O que têm em comum? Realmente, várias delas vão se revelando ao nosso redor, surpreendendo-nos! Daí eu ter decretado o meu silêncio diante de tamanha insensatez.
Lucas 23:34
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