QUAL é a essência da
natureza humana? Habilitar-se para servir como instrumento do bem comum,
desinteressadamente. Michaela Glöckler,
autora de ‘Força Sanadora da Religião’,
faz-nos pensar que, quanto mais temos conhecimento de ‘si mesmo’, tanto mais
perguntamos como empregá-lo no mundo. Como ensina a sabedoria hindu, a força
dos bons deve ser usada para benefício de todos.
Quando estamos prontos
para cumprir a primordial missão humana? Ao experimentar a capacidade de ficar
em silêncio e se sentir preenchido (a) de benevolência e serenidade, mas, ao
mesmo tempo, sentir a pressão de um impulso para servir os que viajam a vida
conosco. Madre Teresa de Calcutá cita:
“O senhor não daria banho em um leproso nem por um milhão de dólares? Eu também
não. Só por amor se pode dar banho em um leproso”. Ela também tem sua maneira
de confrontar o desânimo que aflige os que consideram que seu trabalho pelo bem
do mundo seria tão pequeno, inexpressivo: “Por vezes sentimos que aquilo que
fazemos não é senão uma gota de água do mar. Mas o mar seria menor se lhe
faltasse uma gota.”
A
luz que uma pessoa “emite” tem intensidade e pureza determinadas por seu estado
evolutivo. Estado este que, em grande parte, está relacionado ao conhecimento
sobre a vida espiritual, conhecimento que lhe permite ver, também segundo o seu
grau evolutivo, além da matéria.
Apenas
ao elevar a consciência somos capazes de sentir a força, o livre fluxo de
energia, paz interior e clareza. Não há outra maneira de nos sentirmos
permanentemente contentes, livres de sucessivas ilusões e recaídas no desânimo.
A
palavra ‘felicidade’ tem sua origem nas palavras ‘fertil’ e ‘frutífero’. O que
frutifica harmonicamente nos faz bem. Todo o restante vem naturalmente quando a
consciência se expande. E essa felicidade quando vem é a mais genuína.
O
despertar espiritual sempre se dá a partir de um esforço de perscrutar e
transformar a si mesmo. Nesse processo, a gente vai se sentindo cada vez mais
calmo (a), silencioso (a) e pacífico (a), com bondade natural, senso de justiça
e responsabilidade. Une-se a lucidez da razão com forças intuitivas.
O
padre Fábio de Melo traz a ideia que “o
único poder que eu tenho é o que me coloca humildemente a serviço do outro”. E
é esta a minha razão de ser, o que confere alguma significação à minha
existência: colocar-me humilde e generosamente no lugar do outro. Basicamente:
o esforço para ser mais, mantendo uma sensação de propósito e progressão na
vida.
“Setenta
anos ensinaram-me a aceitar a vida com serena humildade”, ouso admitir hoje em
minha vida, também aos setenta, a lucidez de Sigmund Freud, médico neurologista e criador da Psicanálise.
Alegrar-se
enquanto se cria – isso já é mais do que suficiente. Se outros vão apreciar ou
não é totalmente irrelevante. Isso é bem-aventurança. A bem-aventurança é
diferente da felicidade, que é produzida por algo exterior. Basta-me possuir a
alegria do serviço criador e do poder transformador. Sinto-me recompensado com
um sentimento inestimável de gratidão. Sigo a trajetória da bem-aventurança...
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