Escritor e ativista político israelense, cofundador
do movimento pacifista Paz Agora. Em 2017, aos 77 anos, ele esteve no Brasil para participar do ciclo de
conferências ‘Fronteiras do Pensamento’.
Para os gregos, atingia a felicidade aquele ser provido de
sabedoria. É preciso usar a nossa racionalidade para nos sentirmos menos
angustiados. A ponte é a filosofia, com a qual podemos nos salvar dos medos e
das angústias. Enfrentar as ilusões, as mentiras que contamos a nós mesmos,
enfrentar o vazio com a coragem e a racionalidade. Para sairmos mais fortes. Eu
não sou sábio, porque ainda sofro. As ideias dos grandes Pensadores podem nos
ajudar a enfrentar os vazios existenciais e a encontrar algumas respostas.
“MAIS
e mais pessoas tendem ao extremismo”,
diz Amós Oz.
Conheça outras ideias memoráveis de Amós:
“NÃO sei muito sobre a situação do Brasil, então, não posso comentar a
respeito. Mas no resto do mundo há uma crescente polarização e radicalização.
Mais e mais pessoas tendem ao extremismo. A maior parte à direita, às vezes à
esquerda, às vezes a um profundo extremismo religioso. Isso acontece porque as
questões estão se tornando cada vez mais complexas. Com isso, muitas pessoas
buscam respostas simples, de uma sentença, que cubram amplamente tudo o que se
está perguntando. E são sempre os extremistas, os fanáticos e os radicais que
têm as respostas mais simples. Eles têm o tipo de resposta que cobre todas as
perguntas do mundo.”
“AS PESSOAS leem os jornais não
para ponderar ou estudar ou ampliar seus horizontes. Elas querem diversão ou
escândalo ou sensacionalismo.”
“A
IMPRENSA e a mídia estão se tornando uma extensão da indústria do
entretenimento. As pessoas leem os jornais, não para ponderar ou estudar ou
ampliar seus horizontes, querem diversão ou escândalo ou sensacionalismo.
Querem na mídia, na imprensa, na política. Em muitos países, as pessoas votam
nos candidatos não porque ele representa suas ideias, mas porque ele é
divertido, porque é muito jovem, porque é muito escandaloso, porque usa
palavras incríveis. ‘Vai ser divertido se votarmos nesse candidato, vai haver
escândalo, vai ser animado.’ Em muitos países, os eleitores votam não porque
desejam levar alguém para o Parlamento ou para o governo para representar seus
ideais, mas porque querem que a política seja divertida, animada e escandalosa.”
Fonte:
https://oglobo.globo.com/cultura/livros/mais-mais-pessoas-tendem-ao-extremismo-diz-amos-oz-21522570
Apesar dessa relação tão próxima com Israel
testemunhada em sua ficção e em sua literatura, Amós Oz também foi um dos escritores mais controversos dentro
de sua própria nação, dado que sua militância pela paz na região, seu apelo a
uma solução de conciliação na questão palestina e as críticas duras que
costumava dirigir a governos israelenses provocaram ataques virulentos de
muitos de seus próprios compatriotas.
“SINTO-ME triste porque muitos israelenses não entendem minhas ideias ou não as
aceitam. Mas também me sinto orgulhoso porque, a cada vez que alguns de meus
compatriotas me chamam de ‘traidor’, eles me colocam em muito boa companhia, ao
lado de alguns dos grandes escritores, poetas, profetas, intelectuais e
estadistas na História que foram chamados de traidores por seus próprios
contemporâneos.”
“NUNCA escrevi uma história ou romance com
o intuito de simplesmente enviar uma mensagem política direta, tal como ‘parem
de construir assentamentos nos territórios ocupados’ ou ‘reconheçam o direito
dos palestinos à Jerusalém Oriental’. Nunca escrevo um romance alegórico a fim
de dizer a meu povo ou a meu governo para fazer isso ou aquilo. Para isso,
utilizo meus artigos. Se há uma mensagem metapolítica em meus romances, é
sempre uma mensagem, de uma maneira ou de outra, de um compromisso, compromisso
doloroso, e da necessidade de escolher a vida em lugar da morte, a imperfeição
da vida em lugar das perfeições da morte gloriosa.”
Fonte: https://citacoes.in/autores/amos-oz/
Fonte: https://citacoes.in/autores/amos-oz/
“OS ISRAELENSES discutem, eu discuto. E ainda assim
sou eu quem me levanto toda manhã, faço uma pequena caminhada no deserto, faço
uma xícara de café, sento em minha escrivaninha e começo a perguntar-me: ‘Como
me sentiria se fosse ela? Como seria estar na pele dele?’ – o que é o que se
tem a fazer se se quer escrever até o mais simples dos diálogos: é preciso
dividir não apenas sua lealdade, mas até seus sentimentos viscerais entre os
diversos personagens. Creio que estou parafraseando D. H. Lawrence, que disse certa vez que, para escrever um romance,
você tem que ser capas de referendar meia dúzia de sentimentos e opiniões
diferentes, conflituosos e contraditórios, com o mesmo grau de convicção,
veemência e empatia. Então, talvez eu seja um pouco mais bem equipado do que outras
pessoas para entender, do meu ponto de vista judaico-israelense, como é o
sentimento de ser um palestino deslocado, um árabe palestino cuja terra natal
foi tomada por alienígenas de outro
planeta”.
Fonte: https://citacoes.in/autores/amos-oz/
Fonte: https://citacoes.in/autores/amos-oz/
“ERA talvez
meu hábito ‘profissional’ de colocar-me no lugar, ou na pele, dos outros. Isso
não significa que sempre justifico esses outros, mas que tenho a capacidade de
enxergar seus pontos de vista.”
Fonte: https://citacoes.in/autores/amos-oz/
Fonte: https://citacoes.in/autores/amos-oz/
“PRECISAMOS
de um senso de justiça, mas precisamos também de senso comum, de imaginação, de
uma capacidade profunda de imaginar o outro, às vezes de nos colocarmos na pele
do outro. Precisamos da capacidade racional de nos comprometer e, às vezes, de
fazer sacrifícios e concessões.”
Fonte: https://citacoes.in/autores/amos-oz/
Fonte: https://citacoes.in/autores/amos-oz/
“EU, meu caro, não acredito no
amor de todos por todos. A quantidade de amor é muito reduzida. Um homem pode
amar cinco homens e mulheres, talvez dez, às vezes até quinze. E mesmo assim,
só raramente, Mas se vem um homem e me declara que ele ama todo o Terceiro
Mundo, ou que a América Latina, ou que ama o sexo feminino, isso não é amor,
mas pura fraseologia. Ditos da boca para fora. Palavra de ordem. Não nascemos
para amar mais do que um pequeno punhado de pessoas. O amor é um evento íntimo,
estranho e cheio de contradições, pois mais de uma vez nós amamos alguém por
amor a nós mesmos, por egoísmo, por cupidez, por desejo físico, por vontade de
dominar o amado e subjugá-lo, ou, ao contrário, devido uma espécie de desejo de
ser dominado pelo objeto de nosso amor, e geralmente o amor se parece muito com
o ódio e é mais próximo dele do que imagina a maioria das pessoas.”
“UM HOMEM perseguido, quer porque ele próprio
fez dos outros perseguidores, quer porque a sua miserável imaginação inventa
legiões de inimigos cheios de más intenções, num caso como no outro um homem
destes tem, para além da infelicidade, uma falha moral: porque existe uma
desonestidade básica na mania da perseguição seja ela qual for. A propósito, é
óbvio que o sofrimento, a solidão, os acidentes e a doença atingem mais um
homem destes do que outros, ou seja - todos nós. Pela sua própria natureza, o
homem desconfiado é mais propício à desgraça. A desconfiança, como o ácido,
consome quem a contém e devora o próprio desconfiado: proteger-se noite e dia
do gênero humano, passar a vida a engendrar esquemas a fim de evitar tramoias e
intrigas, e que truques usar a fim de farejar de longe a rede estendida aos pés
- tudo isto é causa de danos irreparáveis. E são estas coisas que afastam o
homem do mundo.”
Fonte: https://citacoes.in/autores/amos-oz/
Fonte: https://citacoes.in/autores/amos-oz/
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