Amy Cuddy, nascida em 1972, Pensilvânia (EUA): psicóloga social, pesquisadora e
professora da Harvard Business School,
bem conhecida por sua pesquisa sobre o fenômeno do ‘poder posando’.
Sua linguagem
corporal molda quem você é
Em seu
livro, ‘O Poder da Presença’,
inteligente e prático, a autora analisa a psicologia da presença quando mais
precisamos dela. Para Amy Cuddy, a
transformação da mente parte de uma simples mudança de comportamento. Ela ensina
técnicas para superar o medo em momentos de alta pressão e melhorar nosso
desempenho.
Está cientificamente comprovado que manter posturas seguras aumenta a autoconfiança e garante tranquilidade para a gente se conectar com as pessoas. Nesse estado mais calmo e seguro, consegue-se ser mais autêntico, marcar presença e exibir competência, mesmo em situações desafiadoras.
“GOSTARIA
de começar oferecendo uma oportunidade para melhorar a vida, e tudo que
preciso é que vocês mudem a postura por dois minutos. Peço a vocês,
agora mesmo, que façam uma pequena auditoria de seus corpos e do que estão
fazendo com eles. Quantos de vocês estão meio que se
encolhendo? Talvez corcundas, cruzando as pernas, talvez cruzando os
tornozelos... Às vezes seguramo-nos nos próprios braços. Às vezes
abrimo-nos. Quero que prestem atenção no que estão fazendo agora. Aprendendo
a se ajustar um pouquinho, isso pode mudar a maneira como a sua vida pode
desenrolar-se.”
Livros Recomendados
TENHO este
hábito. Sintetizar livros que leio, compartilhando trechos de alguns deles com meus
seguidores. Isso não impede o leitor de adquirir a obra mencionada para
conhecê-la em sua totalidade. Vai aqui também a sugestão de um presente útil
para quem valoriza a leitura.
Tom Simões
O que é
‘presença’?
“PRESENÇA é a remoção de julgamentos, barreiras e máscaras, de modo a
criar uma conexão verdadeira com pessoas ou experiências.”
“PRESENÇA é adorar as pessoas à sua volta e apreciar o que você faz por
elas.”
“AJUSTES mínimos
podem levar a progressivas mudanças.”
“PRESENÇA é o estado de
sintonia com nossos reais pensamentos, sentimentos, valores e potencial, bem
como a capacidade de expressá-los confortavelmente. É isso. Não é um modo de
ser permanente, transcendente. Vem e vai. É um fenômeno momentâneo. Quando nos
sentimos presentes, tudo se alinha: a fala, as expressões faciais, as posturas
e os movimentos. E essa convergência interna, essa harmonia, é o que nos torna
irresistíveis. Já não estamos combatendo a nós mesmos; estamos sendo nós
mesmos. Desenvolver a presença não tem a ver com carisma ou extroversão.
Significa conectar-nos honesta e poderosamente com nós mesmos.”
“Qual foi a última vez que
você tentou passar a melhor impressão possível mas se deixou dominar pela ansiedade
e não se saiu nada bem? Em um mundo dominado por prazos, expectativas e
distrações, às vezes deparamos com momentos decisivos que acabam sendo vividos
de forma insatisfatória, nos deixando tensos e arrependidos.
Cientistas sociais passaram muito
tempo observando os efeitos de nossa linguagem corporal, ou de outras
pessoas, em julgamentos. Fazemos inferências e julgamentos
generalizados a partir da linguagem corporal. E esses julgamentos
podem prever resultados muito significativos, como quem contratamos ou
promovemos, quem chamamos para um encontro...
O que fazemos quando nos sentimos enfraquecidos? Exatamente o oposto. Fechamo-nos. Nos dobramos. Nos fazemos menores. Não queremos esbarrar na pessoa ao lado. É isso o que acontece quando colocamos alto e baixo poder juntos. O que tende a acontecer, quando se trata de poder, é que complementamos os não verbais dos outros. Então, se alguém exerce poder sobre nós, a tendência é nos diminuirmos. Não nos espelhamos neles. Fazemos o oposto do que eles fazem.”
“A PRESENÇA
emerge quando nos sentimos pessoalmente poderosos, permitindo que nos
sintonizemos de forma clara com nosso ‘eu’ mais verdadeiro. Nesse estado
psicológico, somos capazes de manter a presença até mesmo em situações bem
estressantes que em geral nos deixariam enlouquecidos e impotentes.”
“UMA PESSOA realmente confiante não demonstra arrogância, que não passa
de uma cortina de fumaça para a insegurança. Uma pessoa confiante – que conhece
a própria identidade e acredita nela – carrega ferramentas, não armas. Uma
pessoa confiante não precisa superar ninguém. Ela pode estar presente para os outros, ouvir
seus pontos de vista e integrá-los de modo a criar valor para todos.”
“SEU
melhor ‘eu’ autêntico – seu ‘eu’ mais ousado – não resulta de se preparar
psicologicamente ou dizer: ‘Sou o melhor
nesta tarefa’ ou ‘Sou um vencedor’.
Seu ‘eu’ mais ousado emerge da experiência de ter pleno acesso a seus valores,
atributos e pontos fortes, e saber que você pode, de forma autônoma e sincera,
expressá-los por suas atitudes e interações. É isso que significa acreditar na
própria história. Essencialmente, autoafirmação é a prática de esclarecer sua
história para si, dotando-o (a) da confiança de que quem você é se manifestará
naturalmente no que diz e faz.”
“OUVIR a
outra pessoa é o ato mais profundo de respeito humano.”
William Ury,
1953, autor best-seller e palestrante, formado pela Universidade Yale
“AS PESSOAS se sentem menos presentes quando não se sentem vistas. É
impossível estar presente quando ninguém mais enxerga você. E o processo se
torna autoperpetuante, porque quanto mais as pessoas não o reconhecem, mais
você sente que não existe. Não há lugar para você. Inversamente, você está mais
presente quando é mais visto (a) e aí as pessoas estão sempre corroborando a
noção do seu ‘eu’ verdadeiro.”
“ÀS VEZES você precisa parar de se sabotar para poder
ser você mesmo.”
“EM ALGUM
momento em sua vida, ao se preparar para um encontro romântico ou uma situação
de vital importância, você provavelmente recebeu o conselho de ‘ser apenas você
mesmo’. Intuitivamente, todos sabemos que isso faz sentido. Nosso desempenho
melhorará e os outros reagirão melhor se conseguirmos atuar com naturalidade.
Mas a palavra-chave aqui é ‘atuar’ – afinal, se outros estão presentes, ‘ser apenas você mesmo’ ainda é um tipo
de atuação. Costumamos
associar atuação a artifício, o que aparentemente seria contrário à presença.
Mas não se pode negar que um grande artista em atuação está espetacularmente
presente, a ponto de emanar uma energia quase elétrica. O que os grandes
artistas podem nos ensinar sobre a verdadeira presença?”
“PARECE
que quando você se torna presente, permite que os outros estejam presentes. A
presença não o (a) torna dominante no sentido alfa. Na verdade, permite que
você ouça as outras pessoas. E que elas se sintam ouvidas e se tornem
presentes. Você pode ajudar as pessoas a se sentirem mais poderosas, ainda que
não consiga lhes dar poder formal. E quando isso acontece, quando sua
presença consegue evocar a presença delas, você eleva tudo. Revelar seu ‘eu’
verdadeiro libera os outros para revelar o deles.”
POR QUE é
tão difícil calar e ouvir?
“EXISTE
uma resposta simples. Quando encontramos alguém que nunca vimos, de imediato
tememos não ser levados a sério, parecer ‘inferiores’. Assim, falamos primeiro para
dominar o momento, para assumir o controle, para exibir nossa capacidade.
Queremos mostrar o que sabemos, o que pensamos, o que já realizamos. Falar
primeiro indica: mais do que você, sou mais inteligente, eu deveria falar enquanto
você ouve. Falar primeiro permite definir a pauta: eis o que iremos fazer e eis
como faremos.”
“AO PASSO
que, se eu deixo você falar primeiro, não dá para prever o que dirá. Estou
abrindo mão do controle sobre a situação, e quem sabe aonde isso me levará?
Abrir mão do controle é assustador. É dar um passo rumo ao desconhecido. Quem
faz isso? Somente os tolos. Ou os corajosos.”
“SÓ é
possível escutar de verdade quando temos um desejo sincero de entender o que
estamos ouvindo. E isso não é fácil, pois requer a suspensão do julgamento –
mesmo quando estamos frustrados, assustados, impacientes, entediados, ou quando
nos sentimos ameaçados ou ansiosos com o que vamos ouvir (ou por achar que já
sabemos ou por não sabermos). Precisamos dar à outra pessoa espaço e segurança
para ser honesta – e não devemos reagir defensivamente quando estamos ouvindo.
Para alguns de nós, isso também significa superar o medo do silêncio.”
“EM última análise, o único poder ao qual o homem deve
aspirar é aquele que exerce sobre si mesmo.”
Elie Wiesel,
1928-2016, escritor judeu, sobrevivente dos campos de concentração nazistas,
que recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 1986.
“A IMPOTÊNCIA também pode fazer com que adaptemos nosso
comportamento para corresponder às expectativas percebidas à nossa volta.
Tornamo-nos hipócritas – não necessariamente porque queremos enganar, mas para
nos proteger. Afinal, concluímos que é melhor se adaptar e agradar quando não
temos poder.”
“QUANDO nos sentimos poderosos, falamos mais devagar e nos
estendemos mais. Não nos apressamos. Não tememos fazer uma pausa. Sentimos que
temos direito ao tempo de que estamos usufruindo. Pessoas que falam num timbre
mais baixo são julgadas poderosas pelos desconhecidos. Qual a relação disso com
a expansibilidade? Bem, nossas vozes são afetadas pela ansiedade e pela ameaça
– ambas fazendo com que falemos num timbre mais agudo. Quando nos sentimos
fortes e seguros, os músculos da laringe se expandem em vez de se contraírem e
o timbre baixa automaticamente.”
“LUCIA Guillory e Deborah Gruenfeld, psicólogas da Universidade Stanford, revelam: ‘Quando
as pessoas falam devagar, elas podem ser interrompidas. Portanto, ao falar
devagar, a pessoa indica que não tem medo de interrupções. Pessoas que falam
lentamente têm maior chance de serem ouvidas e compreendidas’.”
“EM GERAL,
nossas palavras são relativamente fáceis de controlar. Conseguimos evocar as
expressões e os termos que estudamos e ensaiamos no espelho. É bem mais
difícil, e talvez impossível, controlar o restante de nosso maquinário de
comunicação – o que nosso rosto, corpo e nossa conduta em geral informam ao
mundo. E esses outros aspectos – não verbais – importam. E muito.
“ESTÁ claro que pensamentos e sentimentos moldam a linguagem corporal e que a linguagem corporal de cada
pessoa fala para as outras. Usando um vocabulário puramente físico, nossas
vidas interiores se comunicam, de pessoa a pessoa, em ambas as direções. Temos
conversas inteiras, em que trocamos informações importantes, sem dizer uma
palavra sequer.”
***
ESTA síntese é
uma simples ideia da obra, que li em 2016. Quem se identificar com o conteúdo,
deve ler o livro. Há muito mais a ser explorado sobre o tema.
Todo mundo pode mudar para melhor, se quiser. Carlos
Castaneda, escritor e antropólogo peruano, diz que o homem só vive para
aprender. “E se aprende, é porque é essa
a natureza de seu destino, para melhor ou para pior”.
O autoconhecimento nos traz o saber, e este, o poder de nos transformar em pessoas melhores e mais plenas internamente. Trata-se de um longo caminho a ser percorrido e que exige a reinvenção de nós mesmos. A gente tem de estar sempre se testando e se reinventando... Aperfeiçoando-se!
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Outras fontes
de referência:
https://www.ted.com/talks/amy_cuddy_your_body_language_shapes_who_you_are/transcript?language=pt-br
“Sua linguagem corporal molda quem você é”
http://www.esextante.com.br/livros/presenca/,
“O Poder da Presença”
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