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(assista ao vídeo)
Escritor,
um dos expoentes da literatura portuguesa. Licenciou-se em Direito, mas cursou
pós-graduação em Literatura Portuguesa Contemporânea.
Valter Hugo Mãe destaca-se no panorama da literatura portuguesa
pelo carisma e ecletismo. Sua obra reúne poesia, contos e narrativa longa. Ele
conta com a admiração do público e da crítica.
Seus livros são uma reflexão sobre a linguagem, a memória, a morte, a
solidão e, é claro, Portugal. ‘A melhor
coisa que os portugueses fizeram foi o Brasil’, disse certa vez o escritor.
Certamente desejando ser gentil com os brasileiros em uma de suas visitas ao
país.
José
Saramago, 1922-2010, único escritor de língua portuguesa a
receber o Prêmio Nobel de Literatura,
em 1998, chegou a definir o estilo de Valter
Hugo Mãe como um ‘tsunami linguístico,
semântico e sintático’. Contar com o elogio de Saramago, um mito da
literatura, já credenciaria Valter Hugo Mãe como um dos expoentes da nova
literatura portuguesa.
Entrevista: Valter Hugo Mãe. Felicidade é uma cortina amarela
Grazielle Albuquerque, 11.06.2015
·
Grazielle: DIANTE
de mim estava um homem adulto, reconciliado consigo, ciente do que era
humano e agradecido por isso. Escutar sobre a sua trajetória foi perceber o
caminho da maturidade numa dimensão central, de reencontro. Sem afetação, Valter Hugo Mãe sabe onde põe os pés
porque a estrada nem sempre lhe foi fácil. Nos dizeres de uma amiga, nós
‘tuteamos’, conversamos sem formalidades. Assim, descobri preciosidades em sua
fala, vi também minhas esperanças e cicatrizes em muitas delas. Em uma reflexão
sobre a literatura e a vida, ele fala dos caminhos agrestes e do tempo que o
fez perceber a felicidade sem deslumbre.
“EU não cresci achando que seria uma pessoa importante e, por isso, hoje não
me considero desimportante mas também não me considero mais importante que
ninguém. Então, é muito fundamental para mim que a relação com os leitores seja
uma relação de igualdade.”
“VOCÊ sabe que eu tive uma infância, uma adolescência e uma juventude muito
solitária. Sentia-me sempre como a última pessoa do mundo, por isso é que eu
estava dizendo, cresci achando que eu não era rigorosamente nada importante.
Achava até que não era um ser humano viável, que nunca chegaria a ser adulto, a
ter uma profissão. Nunca vislumbrei em mim, assim, um gênio qualquer, uma inteligência
específica para alguma coisa. Então, hoje, quando encontro com as pessoas, fico
muito maravilhado por, afinal, fazer parte, ver uma sociedade para mim. Você
entende? De alguma forma, a solidão não era uma rejeição, era só uma falta de
jeito que eu tinha para chegar às pessoas. Então, hoje quero muito que as
pessoas sejam. Quando eu digo isso de ver os leitores como iguais, é que não
gosto muito da ideia dos leitores como admiradores. Eu gosto da ideia de ter
amigos. São os amigos que sei que não posso conhecer pessoalmente a fundo. Eu
sei que não vou saber o nome de toda a gente, não sei se as pessoas são
casadas, são solteiras, querem ficar casadas ou se querem ficar solteiras, mas,
no momento em que eu encontro-as, sei que há uma história entre mim e essas
pessoas. E sou exatamente aquele que perde mais porque eu sou o que participa
ausente. Mas, para cada uma dessas pessoas, existe uma presença.”
·
Grazielle: “FELICIDADE é se
reconciliar consigo mesmo” – é uma frase sua. Agora, nesse estágio da vida, não
é o momento de reconhecer que falhou, mas também viver um tempo de
reconciliação?
“É
EXATAMENTE essa felicidade possível. É uma
felicidade consciente porque felicidade não tem como ser outra coisa. Tudo que
escapa à nossa consciência, à nossa sobriedade ou lucidez é um regozijo, é uma
coisa da dimensão das crianças. As crianças não são felizes; elas regozijam.
Vivem numa espécie de euforia, mas não têm lucidez para perceber nem para fazer
perdurar determinadas sensações ou determinados sentimentos. Então, é um pouco
o regozijo dos animais. O meu cachorro, ele regozija; ele não é feliz. Então, a
maturidade, quer queiramos quer não, traz este ensinamento, esse aprendizado.
Passamos a ser capazes de guardar a memória das tristezas sem que isso impeça
que possamos investir na felicidade e conquistar momentos de alguma plenitude.
Então, acho que não vai haver ninguém que não tenha uma memória de momentos
terríveis. Ninguém vai ser poupado a uma dimensão aterradora da vida. A
felicidade tem de conter isso também. A felicidade não é a ausência da
tristeza. A felicidade é uma consciência e uma capacidade de lidar com essa
herança triste que todos nós temos.”
“O
MORRER deixou de ser importante porque, de
algum modo, as coisas ficaram muito completas. Então, perdurar mais tempo,
perdurar menos tempo já não vai retirar de mim esta sensação de plenitude que é
sobretudo um modo mental de existir. Não é o ter muita coisa. Não sou um homem
rico. A maior parte do dinheiro que tenho, doo para pagar dívidas de pessoas
amigas. Não tenho coisas caras. Se o acaso me matar, já não importa muito
porque minha vida já valeu muito a pena.”
É MUITO importante a gente pensar: “Não, não está em causa você ficar
imediatamente feliz com isto e ficar sossegado. Está em causa descobrir uma
forma que não seja óbvia.”
“NÓS SÓ capturamos aquilo que for intenso. Toda a mediania vai desaparecer da
nossa memória. Parece-me que um dos sentidos da vida tem de ser a
intensificação, porque a grande questão e o grande desafio de todos nós é
lembrar.”
“TODOS nós, vistos de perto, somos intensos, somos alguma coisa de muito
especial. E a literatura faz isso. A literatura mostra-nos as figuras muito de
perto, eventualmente até no recôndito dos seus próprios pensamentos, do seu
mundo secreto e inconfessável. Por isso é que nós nos compadecemos tanto com as
personagens e por isso é tão possível um processo de identificação. A gente
pode identificar-se até com um assassino porque conhecemos as motivações. A
literatura é muito perigosa, porque poderia desculpar toda a gente [risos].
Temos de ter muito cuidado com a literatura nesse sentido.”
“SOU muito impressionado pelas pessoas caladas, porque sempre elas contêm
uma explosão prestes a acontecer.”
“SABE que quando criei o nome ‘Mãe’,
eu achava que a experiência extrema da existência tem de ser a maternidade. O
homem fica no lado pobre da humanidade e da existência.”
“VIVO fascinado por escrever mais porque aprendo, e porque aprendo sobre
mim e porque aprendo sobre o mundo, e porque os livros me curam. Se eu não
escrevesse livros, eu ia ser muito neurótico, psicótico, frequente em terapia.
Acho eu que nunca fiz terapia porque faço muita literatura [risos].”
“OS
LIVROS já são filhos, os livros ocupam
espaços vazios. Os livros nunca vão compensar exatamente o que nos falta, mas
criam uma ilusão bastante grata. Eles criam uma ilusão bastante convincente com
a qual conseguimos seguir sobrevivendo com uma qualidade de vida bastante
admirável. Por isso acho que quem
não tem filhos precisa urgentemente escrever um livro ou pintar um quadro,
cantar umas canções no karaokê, qualquer coisa, mas a arte existe por uma
compensação absurda, mas absolutamente maravilhosa.”
“EU
ACHO que Deus, se você quiser, é uma
obrigação de acreditarmos uns nos outros. Não sei se Ele existe, mas é uma
obrigação de acreditarmos uns nos outros e de construirmos um mundo em que seja
possível acreditarmos uns nos outros. Essa obrigação existe. Então, Deus
precisa começar por ser isso: essa obrigação de sermos de confiança.”
“MAS
PREFIRO continuar a acreditar que o caminho
é uma melhoria, que o caminho é melhorando. Existe aquele ditado incrível que
diz: ‘Hora a hora, Deus melhora’. Na
verdade, a humanidade vai caminhando. Se você pensar por mais tremendo que o
mundo seja hoje, o mundo nunca foi tão justo. Nunca tanta gente viveu com uma
certa redenção. Nunca tanto como hoje houve informação, saúde, escola, acesso.
A mulher nunca esteve tão perto de ser respeitada. As classes sociais nunca
estiveram tão perto de serem rebatidas para que não exista hierarquização. Se
falta fazer muito? Falta. Se o mundo continua sendo nojento? Continua. Se o
homem continua capaz de atrocidade? Continua. Mas que a humanidade melhora,
eventualmente melhora, acho que isso é muito patente. A inteligência nos prova
que o caminho é melhorando.”
“ESTOU um pouco farto desta sociedade do ódio, do ódio fácil, que xinga fácil,
que usa o Facebook para detonar fácil.
Vê uma notícia, tem aquele cabeçalho gigante, parece uma coisa errada, todo
mundo xinga imediatamente, mas ninguém leu a notícia. Ninguém sabe se aquilo
vem até duma imprensa respeitosa, duma imprensa prestigiada, se aquilo é
verdade, se é mentira. Teve um caso, por exemplo, que passou na Península
Ibérica de um político que teria dito que as mulheres deviam regressar
urgentemente para o tanque. Então, todo mundo ficou replicando aquela mensagem,
replicando aquela notícia do jornal sobre aquele político. O político foi
detonado. Ninguém percebeu que aquela notícia não era uma notícia. Era um
boato. O homem nunca disse. Aquele jornal não existia. Foi um experimento. Ninguém
checou se nas Astúrias tinha um jornal chamado não sei o quê das Astúrias. Não
tem esse jornal. Foi alguém que criou, botou a foto do homem.”
“NO MEU Facebook, não admito muito o
exercício do ódio. Para mim, o que não estiver no sentido da construção está completamente
errado. Precisa fazer terapia e precisa encontrar uma paixão.”
Em ‘O Paraíso São os Outros’,
a narradora diz isso: “A MATURIDADE, no fundo, é a capacidade que temos de
corrigir”. Só cresce quem corrige. Crescer não é aumentar de tamanho, ficar
mais velho, é corrigir. A gente só cresce quando corrige. Por isso, a
maturidade é exatamente isso: é quando nós soubermos que é preciso corrigir;
neste sentido, é preciso construir. Se não estivermos construindo, somos
imaturos, somos bobos.”
Valter Hugo Mãe
comoveu plateia com texto escrito no iPhone
“SOU um bocado
tímido. Mas sou pouco incontido quando vejo alguém de quem gosto. Nessa altura
nem é uma questão de controlar a timidez, é uma questão de não me controlar.
Preciso que as pessoas entendam a importância que têm para mim. Tendemos a
racionalizar o que não é de todo racional. Os sentimentos têm de ter um grau de
espontaneidade que interessa não perder. Sou muito espontâneo.”
“EU ACHO
sinceramente que nós temos as respostas para todas as preocupações das pessoas.
Somos seres humanos. E nenhum ser humano difere de nós tanto que não o possamos
entender. Intensificando as questões nós encontramos as respostas cá dentro. E,
através disso, colocamo-nos no lugar dos outros. Acredito que esta espécie de
inteligência emocional nos permite chegar ao lugar do outro.”
***
Valter Hugo Mãe: com o coração ao alto
Fronteiras do Pensamento, 25.08.2016
“ENQUANTO escritor, faz-me mais
jeito estar quieto do que viajar.”
“O INDIVÍDUO que vai sabendo, sabe
sobretudo melhor o tamanho da sua ignorância.”
***
Valter Hugo
Mãe: “Fui mais esperto na vida quando optei por um verso, mais do que por uma
pessoa”
Gonçalo Correia, 21.03.2018
quando optei por um verso, m
“DÁ-ME a sensação que as vezes em que fui mais esperto na vida foi quando
optei por um verso, mais do que por uma pessoa. Porque as pessoas me defraudam,
defraudam-nos, são menos potentes que a poesia, do que a literatura, do que o
livro. As pessoas vão passando e vão falhando.”
“AS LEITURAS, é claro, estão sempre presentes, por isso elas influirão obviamente.
Mas há qualquer coisa na passagem do tempo que nos vai afinando a voz e
encontrando uma identidade. Temos dificuldade em explicar como acontece, mas
temos facilidade em evidenciá-lo. Ou seja, é como acontece com o nosso corpo:
nós sabemos que somos o resultado da evolução, do desenvolvimento físico que
nos aconteceu, mas temos muita dificuldade em explicar a partir de que momento
é que o cabelo se perdeu, a barba cresceu, o grisalho se impôs, a barriga
passou a se notar — quando eu fui um jovem tão horrivelmente magro… Nós temos
muita facilidade em reconhecer a diferença entre quem éramos e quem somos, mas
não conseguimos encontrar no cômputo dos dias, que são tantos, a chave para
explicar exatamente como isso aconteceu. A escrita tem muito a ver com isso, é
como se ela fosse um organismo, um certo animal que tem o seu próprio
desenvolvimento, a sua própria fisicalidade e que com o tempo parece de uma
forma completamente distinta. É como se viesse de ser um bicho para ser outro
bicho. Como isso acontece não é muito explicável, mas que a minha poesia hoje é
outro bicho, não tenho dúvidas porque acho muito evidente.”
“A POESIA existia na minha vida
para eu ultrapassar o mundo, superar o mundo, criar o mundo. Era uma tentativa
de mudar as coisas. Nunca me interessou escrever para deixar tudo igual,
nunca escreveria algo que à partida soubesse que não tem a utopia de mudar o
mundo. Se depois muda, se não muda, é diferente — mas na sua gênese essa utopia
tem de estar contida. Não me faz sentido que a arte possa ser feita como
simplesmente uma matéria já passada, ela precisa ser completamente vocacionada
ao futuro, precisa de ser uma proposta de futuro. Tem de contar em si
iminentemente a semente da mudança.”
“MAS também já escrevi que acho que os professores são de fato a grande
esperança da sociedade. O lugar onde reside a possibilidade de se repensarem as
estruturas sociais é a escola. Nada pode redistribuir a riqueza melhor do que a
educação que temos. Se não for a partir da educação nunca será a partir da
boa vontade de algum clima social, é sempre um trabalho de consciência. E a
consciência está em casa, obviamente, mas num país trabalha-se nas escolas. Por
isso a minha esperança nos professores e nas escolas é profunda e a
responsabilização que eu faço do ensino também é profunda.”
***
Valter Hugo Mãe: “A melhor coisa que os portugueses fizeram foi
o Brasil”
Ruan de Sousa Gabriel, 07.08.2015
“EU COMBATO a tirania da
individualidade. Cada um de nós é uma figura coletiva e a única forma de reclamar
uma identidade humana é termos em conta os outros. Parece que criamos uma
euforia por nós mesmos e quase nos convencemos de que somos autossuficientes e
podemos rejeitar os outros. Essa solidão extrema como objetivo é uma forma de desumanização.”
“EU TENHO estado a trabalhar essa ideia de
desmontar algumas verdades que nós tomamos como reais só porque elas são muito
repetidas. Propagar a ideia de que o ser humano é atroz e vai ser sempre uma
coisa terrível é fomentar e naturalizar uma característica que eu não aceito
como sendo humana. A oportunidade de praticar o contrário da atrocidade é o que
nos humaniza. Eu acho, no mínimo, muito chata a pessoa que acredita que o
indivíduo horrível é a definição pura do ser humano.”
“NÓS precisamos regressar a um ponto que
nos lembre porque perseguimos a União Europeia. Temos de lembrar as intenções
dos diversos povos que, num determinado tempo, foram, efetivamente, de
aproximação, comunhão, equiparação e igualdade de oportunidades. Percebemos
hoje que a União Europeia não foi criada como uma união de cidadãos, mas como
uma união de consumidores. A partir do momento em que falha alguma coisa na
economia, a construção da utopia de liberdade e igualdade falha imediatamente.
Existia, da parte dos políticos, apenas hipocrisia. Eles estão tentando trocar
uma ideia de liberdade por um mercado. Por meio dessa estratégia, a Alemanha
conseguiu dominar financeiramente a Europa. É uma obscenidade!”
·
ÉPOCA: O BRASIL se vê como um país pacífico, conciliador, avesso a
rupturas. O senhor acha que os brasileiros herdaram essas características dos
nossos antepassados portugueses?
“COM certeza. Nós
costumamos dizer, em Portugal, que a melhor coisa que os portugueses fizeram
foi o Brasil [risos]. Há essa
ideia de que a grande construção portuguesa que deu certo – ou que tenha a
possibilidade de dar certo – foi o Brasil. Uma das coisas que eu percebo no
Brasil é que o brasileiro não tem consciência do quanto é próximo do português.
A primeira coisa que os brasileiros falam quando chegam a Portugal é que
reconhecem a gastronomia, que julgavam ser a tradicional comida mineira, mas
que existe há 700 anos num determinado lugar em Portugal.”
·
ÉPOCA - O ESCRITOR português José Saramago (1922-2010) definiu o seu estilo
como um “tsunami linguístico, semântico e
sintático” e afirmou que ler o que você
escrevia era como ‘assistir a um novo parto da língua portuguesa’. Como foi receber esses elogios do único lusófono que recebeu o Prêmio Nobel de Literatura?
escrevia era como ‘assistir a um novo parto da língua portuguesa’. Como foi receber esses elogios do único lusófono que recebeu o Prêmio Nobel de Literatura?
“FOI incrível. É um prêmio que cresce dia a dia. Com o tempo, eu sinto que o que Saramago disse sobre o meu livro e o carinho que ele estabeleceu comigo são algo que rende juros. Com a distância, parece ainda mais incrível que eu o tenha conhecido e que ele tenha gostado de mim. Eu fiquei felicíssimo naquele momento. Achei que as agruras da minha vida valeram a pena. Quando Saramago ainda estava vivo, eu aconselhava toda gente a ganhar o Prêmio Literário José Saramago, só para receber um elogio dele [risos].
***
Algumas de suas
obras:
AQUI, o meu propósito é reunir material de interação social
significativa que gere autorreflexão e, quem sabe, a conversação, usando as
palavras para o conhecimento útil, aquele que, segundo Sócrates, nos torna
melhores. É nessas buscas que percebo o quão incompleto é o conhecimento
humano.
Tom Simões
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