segunda-feira, 17 de setembro de 2018

MATTHIEU RICARD: o homem mais feliz do Mundo (mas ele se sente desconfortável com o título). Nascido em 1946, é um monge budista francês que está na região dos Himalaias há 40 anos.




Apesar de todo o sofrimento que assola a Humanidade, o monge Matthieu, que vive em uma montanha no Nepal, no convento de Katmandu, desvendou o mistério da Felicidade.


A FELICIDADE é uma habilidade adquirida. Portanto, pode ser aprendida.”


 “A FELICIDADE é um luminoso e profundo estado de bem-estar. Um sentimento genuíno que depende exclusivamente de cada um de nós para ser alcançado em sua plenitude. Nós é que devemos trabalhar para cultivar esse sentimento, abandonando antigas construções e projeções mentais.” 
 

 

Uma exploração no cérebro de Matthieu Ricard mostrou que, graças à meditação, o budista teria conseguido mudar o cérebro. Ele é um dos monges mais célebres do Himalaia, além de ser conselheiro de confiança do Dalai Lama. Estudou com grandes mestres do Budismo tibetano, como Kangyur Rinpoche e Dilgo Khyentse Rinpoche.

Filho do renomado filósofo francês Jean-François Revel e da pintora de aquarela abstrata Yahne Le Toumeline, Matthieu, cresceu em meio às ideias e personalidades dos círculos intelectuais de Paris de então. Estudou música clássica, ornitologia e fotografia. Sua primeira viagem à Índia ocorreu em 1967.



Matthieu Ricard (right) com seu pai, Jean-François Revel (Photograph: Raphaelle Demandre)






Matthieu trabalhou para obter um Ph.D. em Genética Molecular no Instituto Pasteur. Após completar sua tese de doutorado, em 1972, aos 26 anos, o monge decidiu abandonar sua carreira científica para se dedicar à vida de contemplação como monge budista e desvendar o poder que a meditação tem na mente humana. Assim, uniu o conhecimento científico a uma vida em busca de paz interior – e compaixão. Atualmente, aos 72 anos de idade, ele é um dos monges mais célebres do Himalaia, além de ser tradutor do Dalai Lama para o francês.






O que torna sua mensagem tão atraente é o fato dele não ter surgido de uma caverna tibetana, não ser desconectado do mundo moderno.
Filho de um intelectual francês – cresceu em uma casa frequentada por personalidades tão importantes quanto o maestro e compositor Igor Stravinsky e o cineasta Luis Buñuel –, deixou para trás a vida de ‘bon vivant’ parisiense e uma promissora carreira como geneticista no Instituto Pasteur para viver em mosteiros nas montanhas da Índia e estudar o legado dos grandes mestres budistas que haviam fugido do Tibete. Seu último grande professor, Dilgo Khyentse Rinpoche, viveu por 30 anos em uma caverna.




PARA começar, a felicidade é um amor pela vida. Ter perdido toda razão para viver é abrir um abismo de sofrimento. Mesmo que as circunstâncias externas sejam importantes, o sofrimento, assim como o bem-estar, é essencialmente um estado mental. Entender isso é o pré-requisito chave para uma vida que vale ser vivida. Quais condições mentais vão enfraquecer minha alegria de viver, e quais vão nutri-la?”


MUDAR o modo como vemos o mundo não implica em otimismo ingênuo nem em alguma euforia superficial. Enquanto estivermos inclinados à insatisfação e frustração que surgem da confusão que domina nossas mentes, será tão fútil dizer a nós mesmos repetidamente ‘Sou feliz! Sou feliz!’ quanto seria repintar um muro em ruínas. A busca pela felicidade não se trata de olhar a vida através de óculos cor-de-rosa ou cegar a si mesmo para a dor e as imperfeições do mundo. A felicidade também não é um estado de exaltação perpetuada a qualquer custo: é uma limpeza das toxinas mentais, tais como ódio e obsessão, que literalmente envenenam nossa mente. Também se trata de aprender a colocar as coisas em perspectiva e diminuir o buraco entre as aparências e a realidade. Para isso, precisamos aprender a conhecer melhor como a mente funciona e ter uma visão mais acurada sobre a natureza das coisas, porque no seu sentido mais profundo sofrer está intimamente conectado com uma má compreensão da natureza da realidade.”


FELICIDADE é uma palavra reconhecidamente vaga. E os intelectuais franceses odeiam isso. Eles dizem ‘não estamos interessados na felicidade’.  Até Goethe disse que três dias de felicidade imutável seria insuportável. O sofrimento é tão bom; ele muda o tempo todo, todas as cores e formas, a intensidade. Mas na verdade as pessoas confundem sensações prazerosas com felicidade verdadeira. No prazer, nós pulamos sobre algo e então adicionamos algo mais, e algo mais, e então caímos exaustos e deprimidos. As pessoas nunca acham que a felicidade é uma maneira de ser porque estão pensando em prazer, que depende das circunstâncias. É condicionado. Um sorvete é ótimo, dois é ‘okay’, três e você está enjoado. Isso é prazer.”



EU NÃO sei absolutamente nada sobre o meu nível de felicidade. Não dá para medir quem é a pessoa mais 'feliz do mundo'. O que eu sei, o que eu desejo, é que as pessoas cultivem um nível elevado de amor, gentileza, altruísmo e compaixão umas com as outras. Se isso acontecesse, seria muito bom para o mundo. Egoísmo não deixa ninguém feliz; ser feliz e compartilhar este sentimento com os outros certamente faria um mundo melhor.”

  
O homem mais feliz do Mundo...




Esse título foi dado por cientistas da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, que estudaram o cérebro do ex-pesquisador francês. O grupo de cientistas constatou que o cérebro de Matthieu apresentava um alto nível de ondas gama (de emoções positivas) - no córtex pré-frontal esquerdo, local associado à felicidade e à alegria -, sem precedentes na literatura científica.

O estudo teve início em 2009, quando o neurocientista Richard Davidson, da citada Universidade, conectou 256 sensores no cérebro do monge. Quando o monge meditou em compaixão, o seu cérebro produziu níveis de ondas gama ligadas à consciência, atenção, aprendizado e memória que nunca foram registrados cientificamente. A exploração do seu cérebro revelou que, graças à meditação, Matthieu tem uma capacidade incrivelmente anormal de sentir felicidade e uma propensão reduzida para a negatividade.







Na concepção de Matthieu, o budismo não é uma religião mas sim ‘uma ciência da mente’. Desde que se dedicou à vida como monge, Matthieu sonhava em mostrar, através da ciência, capacidades ainda não desvendadas da meditação.  Por exemplo, alterar o cérebro humano e melhorar a felicidade das pessoas da mesma forma que levantar peso afeta os músculos do corpo. E ele conseguiu provar.


Entre 12 voluntários que tinham mais de 10 mil horas de práticas meditativas, o grupo de pesquisadores constatou que o cérebro de Matthieu produz um nível de ondas gama nunca antes relatado no campo da neurociência. Mas o monge reduz esse título e não confirma que os seus resultados foram os melhores:


"Nunca teria me autoproclamado como o homem mais feliz do mundo. Isso começou com um documentário da televisão austríaca. Em seguida, o jornal britânico 'The Independent' publicou uma reportagem anunciando que eu era a pessoa mais feliz do mundo. A importância da pesquisa foi provar que a mente é maleável. As conexões no cérebro não são fixas. Com esforço e tempo, elas podem ser modificadas, assim como a maneira como interpretamos o mundo”, explica o monge tibetano. 


O estudo fez Matthieu enfrentar uma bateria de eletroencefalogramas e tomografias cerebrais - assim como os outros voluntários.


Eis a explicação:


Quando Matthieu meditou em compaixão, o cérebro dele produziu níveis de ondas gama ligadas à consciência, atenção, aprendizado e memória que nunca haviam sido relatados na neurociência. A exploração do seu cérebro revelou que, graças à meditação, o órgão tem uma capacidade anormal de gerar  felicidade e propensão reduzida para a negatividade. A tese que o próprio monge  defendia, na prática, foi comprovada pela ciência.


A notícia fez com que os jornais europeus colocassem um apelido em Matthieuo de o “homem mais feliz do mundo", e dali para virar best-seller, com o relato de suas experiências em linguagem sempre fácil, acessível e plena de lugares-comuns inteligentes, foi um pulo.


Mas Matthieu não é o único que obtém esse título. Yongey Mingyur Rinpoche, que participou das mesmas pesquisas, também alcançou índices elevados de atividade das ondas gama, sendo grande amigo de Matthieu Ricard.






O pensamento do monge Matthieu Ricard



    





Altruísmo pode mudar o mundo



UMA sociedade com pessoas mais compassivas e altruístas pode ajudar até a frear o aquecimento global e gerar mais qualidade nas relações pessoais, construindo um planeta mais harmônico para todos, sem distinção.”




NOSSO apego ao ego está fundamentalmente ligado ao nosso sofrimento e ao que impomos às outras pessoas. A liberdade é o oposto."




A ‘felicidade’ é, segundo Matthieu Ricard, um luminoso e profundo estado de bem-estar, chamado de ‘sukha’, em sânscrito, um sentimento genuíno que depende exclusivamente de nós para ser alcançado em sua plenitude, pois nós é que devemos trabalhar para cultivar esse sentimento, abandonando antigas construções e projeções mentais. ‘Sukha’ – ou o grande bem-estar – tem superpoderes e qualidades extraordinárias, capazes de derrubar barreiras e fazer com que a vida se religue ao Sagrado.
  
FELICIDADE não é a busca infinita por uma série de experiências prazerosas. Isso é uma receita para a exaustão.”



FELICIDADE é um jeito de ser. É um estado mental ótimo, excepcionalmente saudável, que dá a você os recursos para lidar com os altos e baixos da vida.”


Tolerância

NÃO SEJA como uma criança que faz pirraça. ‘Eu quero ser feliz agora!’ Isso não funciona. A fruta amadurece com paciência e vira uma fruta e uma geleia deliciosas. Você não pode fazer isso com uma fruta verde. Leva tempo cultivar todas aquelas qualidades humanas fundamentais que geram o bem-estar.”



Não deixe o tédio desencorajá-lo (a)

DEVEMOS perseverar, porque, às vezes, quando está chato é que uma mudança de verdade ocorre. A regularidade é uma das grandes dicas de meditação e treinamento mental para se tornar uma pessoa melhor, mais feliz e mais altruísta.”



Matthieu Ricard é uma das melhores fontes a fazer esclarecimentos importantes sobre a ‘felicidade’, um dos temas centrais da vida humana. Tendo seu mestre Dalai Lama escrito um livro inteiro sobre isso, “A Arte da Felicidade“, e tendo ele próprio escrito um livro sobre o tema, “Felicidade – A Arte do Bem-estar”, Matthieu renova sua atenção sobre essa que diz ser ‘a mais importante habilidade da vida’, tão perseguida, desejada, invocada, sonhada, desvirtuada e mal compreendida. 
Porque ser feliz tem sido claramente confundido com ‘não sentir tristeza’, com não se importar com certas coisas, com ser superotimista, com ver tudo como felicidade, com correr de confrontos e obrigações, e muitas outras coisas. Provavelmente devido à confusão sobre a própria noção do que é felicidade. O que é ser feliz? Felicidade é não ter desprazer? É não sentir tristeza? É ignorar coisas reais que causam desconforto? É ficar satisfeito com qualquer coisa? É sustentar alegria quando as circunstâncias são dolorosas?
 O monge Matthieu sintetiza aspectos no que a felicidade é e outros que ela não é, reunindo afirmações fundamentais para a compreensão desse estado/dimensão/coisa-que-não-se-sabe-direito-o-que-é (mas que todo mundo tem um bom palpite). Como ele mesmo diz, no seu sentido mais profundo, o sofrimento está ‘intimamente conectado com uma má compreensão da natureza da realidade’.
Ser feliz seria, então, e primordialmente, ver a realidade como ela verdadeiramente é, e aprender a ter essa visão. A felicidade, diz o monge, ‘é essencialmente um estado mental’ promovido pela compreensão da realidade.




Em seu livro “Felicidade” Matthieu Ricard fala sobre momentos de felicidade real, não felicidade-de-sorvete, mas momentos que lembramos quando estamos sós – fazer uma criança sorrir, um pôr-do-sol que nos faz viajar, um momento onde a ideia do ‘Eu’ some, quando testemunhamos a força da vida em outro ser, ou em nós mesmos, sem o filtro da mente nos intoxicando com negatividade.

ESSA é a nossa visão nata. Andamos na neve, sobre as estrelas e, uau, nos sentimos bem. Não há conflito interior. Quando fazemos um gesto de pura generosidade para uma criança, sem compromisso, sem esperar por elogio ou recompensa, sentimos puro amor.
  
NESSAS horas você se pergunta, naturalmente, se poderia ser sempre assim. Mas quando fica com raiva, quando pensa que está certo 100%, no próximo dia você se arrepende. Então, lentamente, começa a distinguir os estados da mente que nutrem um profundo sentido de bem-estar e aqueles que emitem toxinas mentais que destroem o bem-estar em você mesmo e nos outros, e se pergunta se pode abandonar um e cultivar o outro.”

  
É POSSÍVEL? Se as poderosas toxinas mentais são parte da nossa natureza mais profunda, talvez ao destruí-las estejamos destruindo a nós mesmos. Mas se elas são como uma pintura na superfície, podemos mudá-las. Então a pergunta verdadeira é: essas emoções conflitivas são parte da nossa natureza intrínseca ou não?”

  
GERALMENTE quando experimentamos uma emoção como a raiva, nos associamos completamente a ela. Somos a raiva. E ainda assim tentamos escapar e ir em direção ao objeto da nossa raiva – a pessoa que foi suja conosco. Então nos sentimos tristes pela raiva. Sempre que nos lembramos daquela pessoa, dispara a raiva. Não tem fim.”

  
AO INVÉS de olhar o alvo (da raiva), você pode dissociar sua mente da raiva. Pode olhar a raiva como se tivesse olhando um fogo ou um vulcão. Você pode realmente olhar pra ela, observar como um fenômeno, identificá-la. Se fizer isso, vai cortá-la do seu combustível, o alvo. Então, lentamente, a raiva está destinada a desaparecer, como se diz, como ‘o gelo matinal sob o sol nascente’. Não estamos reprimindo a raiva, como uma bomba-relógio. Não estamos ignorando-a. Estamos fazendo com que não exploda. Estamos lidando com ela de uma maneira que a desarme.”    




A FELICIDADE não tem cheiro, não é algo palpável. Não está em ter um carro novo, o apartamento perfeito, a roupa de marca, alguém para amar ou o prazer em comer aquele pedaço de bolo de chocolate com cobertura extra. A felicidade não é uma sensação de prazer ou algo momentâneo. Mas é algo possível. E pode ser, sim, o sentimento que determina cada instante da sua vida - se você aprender a controlar a sua mente.”




Segundo Matthieu, a felicidade deve ser entendida como um sentimento profundo de serenidade e realização que sustenta todos os outros estados emocionais. Ou, se você quiser simplificar, é aquela sensação plena de bem-estar, mesmo quando o mundo está caindo a sua volta.








Escolha transformar o seu sofrimento


NINGUÉM acorda pensando: ‘Que dia lindo para sofrer’, ou ‘Tomara que eu sofra o dia todo!’. Mas, tudo o que fazemos, direta ou indiretamente, está ligado a um desejo profundo de bem-estar e felicidade. Certo? Afinal, ninguém sai de casa esperando que coisas ruins aconteçam. Mas por que continuamos sofrendo como se estivéssemos enfeitiçados por uma obsessão? A resposta está em nossa própria mente: ela não tem o treinamento adequado. Escolhemos focar a atenção plena no sofrimento -  e só nele. Este ‘foco’ só provoca o aumento da agonia. Quando um tema traz angústia é porque os pensamentos insistem em regressar à origem da dor, e é preciso deixar de lado as emoções negativas para desenvolver as positivas (mas não é algo que acontece do dia para a noite.”





Ter tudo não é sinônimo de felicidade


A busca pela felicidade, muitas vezes, se dá de forma equivocada. Ela não está em ‘coisas’ e nem ligada ao sentimento de prazer, ou a momentos considerados ‘felizes’. Na sociedade ocidental, ‘ter tudo’ é sinônimo de sucesso, de felicidade, de realização pessoal. Mas, na visão de Matthieu, o ‘ter’ é um grande perigo. Já que se houver algo que não se conquiste, tudo ao redor pode desabar. Para ele, o controle que temos sobre o mundo externo é muito vago, limitado, temporário e, frequentemente, ilusório. Por isso...



Busque olhar para si, e não para o outro


Você pode estar no melhor lugar do mundo, mas completamente infeliz. Então, como é possível criar condições para que a felicidade aconteça? Como identificar os sentimentos que possam minar a felicidade? Sentimentos tóxicos como ódio, raiva, inveja, arrogância, desejo obsessivo e ganância, deixam marcas e são capazes de interferir na felicidade do outro. A resposta é: olhar para as condições internas de mudança -- já que estão mais próximas e são mais fortes.


De acordo com Matthieu, esta é a base de transformação da mente e o antídoto para as emoções que minam o sentimento de bem-estar: não focar o objeto do ódio, mas sim, em como você lida com ele, treinando a mente para dissolver esse sentimento até que, caso surja de novo (e sabemos que surge), ele apenas passe pela mente sem deixar marcas.






Conheça e transforme a sua mente: medite!


Matthieu disse em entrevista à revista Galileu que não considera o budismo uma religião: "Não perdemos tempo discutindo Deus. A questão é irrelevante. Buscamos saber como a mente funciona. Precisamos refinar a percepção da nossa realidade”. E é aí que entra o papel da meditação. Uma mente mais tranquila responde melhor aos desafios impostos pelo cotidiano, enquanto uma mente contaminada por emoções descontroladas leva a um caminho longe do equilíbrio e da serenidade.


Como cita o monge, quanto mais aprendemos a lidar com esses sentimentos de forma passageira em nossa mente, mais podemos ser como o mar: por mais que as ondas fiquem inquietas na superfície e tempestades ocorram, a profundeza do oceano não muda, continua intacta.



Lembra deste poema de Fernando Pessoa? “Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive.” 



O ideal é praticar 20 minutos por dia, durante um mês. Isso pode revolucionar a sua percepção. Segundo Matthieu, estudos demonstraram que esse período de prática, mesmo curto, modifica a estrutura e o funcionamento do cérebro, ativando áreas ligadas a emoções positivas e à aprendizagem e controle emocional.





O QUE você fizer vai mudar seu cérebro. Se aprender malabarismo, a mergulhar ou a esquiar, seu cérebro vai mudar. Da mesma forma, se você treinar sua concentração, se treinar para ter mais compaixão, se treinar para ser mais altruísta, seu cérebro vai mudar, você será uma pessoa diferente. Todas essas habilidades podem ser aprendidas, assim como tocar piano ou jogar xadrez.” 



É COMO quando você rega as plantas no seu apartamento. Precisa regar um pouco todos os dias. Se você derramar um balde uma vez por mês, a planta vai morrer. É melhor fazer sessões curtas de meditação com frequência do que uma muito longa de tempos em tempos, porque o processo de neuroplasticidade não será ativado ou mantido.”




SE VOCÊ acredita que a felicidade está naquela torta de morango suculenta, no cheirinho de carro novo, na chave do apartamento ou até em determinada pessoa e, principalmente, em fórmulas prontas de autoajuda, sentimos em decepcionar: não é nada disso. O ‘segredo’ de felicidade está em meditar e aprender a controlar a própria mente.”






MEDITAR é cultivar um estado mental. O segredo está em praticar. Nenhum atleta consegue vencer competições sem treino, não é? É preciso treinar para desenvolver o potencial. Então, se nesse ‘cultivo’ você semear bons sentimentos como altruísmo e, principalmente, compaixão, o efeito é transformador. Hoje existem estudos científicos que comprovam isso. Quanto mais praticar, mais será significativa a mudança no seu pensamento. A ideia é conseguir que sentimentos como ódio, ganância, raiva, culpa, desapareçam aos poucos da mente. E isso, por ser transformador, mas leva tempo.”




O SOFRIMENTO não é uma escolha. Mas a forma com que você o experimenta, sim. Isso, sim, é uma escolha. Ao se transformar e buscar algo melhor para si, você automaticamente está buscando algo melhor para o Mundo. Você pode estar no paraíso e se sentir infeliz. É disto que se trata: bem-estar pleno. A sua mente pode ser o seu melhor inimigo ou o seu melhor amigo.”



***




·         Fontes de consulta















Observação:


AQUI, o meu propósito é reunir material de interação social significativa que gere autorreflexão e, quem sabe, a conversação, usando as palavras para o conhecimento útil, aquele que, segundo Sócrates, nos torna melhores. É nessas buscas que percebo o quão incompleto é o conhecimento humano.

Algumas vezes poderei estar correndo o risco de atribuir frases não correspondentes a um ou outro pensador mencionado, apesar do meu rigor em relação às fontes de consulta. Neste sentido, o leitor pode sugerir eventuais correções, contribuindo para o aprimoramento da informação.

Um amigo tranquilizou-me certa vez, mostrando que, mesmo se involuntário de minha parte, o pensamento não corresponder ao do verdadeiro autor, devo considerar o meu propósito e a essência da ideia.

Tom Simões, tomsimoes@hotmail.com






* Edição: Guilherme Rodrigues

Um comentário:

  1. “Nosso hardware : corpo físico e todas as suas conexões, dependem
    totalmente de nosso software. Assim é o ser humano em qualquer parte do
    mundo. O difícil é cuidar para evitar os vírus que pululam em todo o
    universo. Vírus que dominam os PODERES para não perderem o PODER. E o ser
    humano sem PODER é acometido de todas as doenças físicas e mentais que
    aumentam a cada dia. O difícil é combater esses vírus poderosos que
    proliferam.”
    Beijo amigo, Izabel da Silva

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