Meu registro de uma experiência pessoal neste sentido
Tom Simões
RELIGIOSIDADE significa a capacidade
do indivíduo possuir disposição ou tendência para refletir
sobre o sentido da Divindade, o sentido transcendental da
existência, seja qual for a religião. O transcendental refere-se ao que está
acima da razão, a uma experiência sublime.
Numa noite desta semana, eu conversava com dois
jovens, nadadores, um de cada vez, em momentos diferentes, e pela primeira
vez... No clube esportivo, onde treino. Eu prosseguia falando, entusiasmado, com
um sobre o mercado profissional e com o outro sobre os benefícios dos
exercícios de respiração, com base na ciência iogue, ao notar o interesse de
cada um com a oportunidade surgida. É claro que não forçava o diálogo, para não
me tornar um chato, inconveniente... Eu cuidava para que cada rapaz mostrasse
interesse em participar, interrogando-me, se fosse necessário! Quando a gente
tem essa consciência, sai leve de uma conversa, quando produtiva. E dá para
sentir de verdade quando o interlocutor também aprecia o diálogo.
Estou lendo pela primeira vez
um livro digital, ‘O poder de uma boa
conversa’, de autoria de Alexandre Henrique Santos. No dia seguinte à
conversa com os dois jovens, retomando a leitura da obra, eu tinha parado
justamente antes de um trecho, que viria a seguir, abordando coincidentemente ‘Conduzir não é querer ser mestre ou guru. O
conhecimento é uma construção decorrente do trabalho coletivo, somos todos
mestres e todos somos alunos, simultaneamente”. Pensei, ‘que incrível’!
Imediatamente ligando a leitura à conversa com os dois jovens, no dia anterior.
Não, não, leitor, não foi a primeira vez que
experimentei uma ‘coincidência’ como essa... Algo que nos faz entender o
sentido da ‘epifania’, dessa ‘intuição sagrada’... Essa é uma
experiência a mim recorrente. As pessoas costumam se referir às suas intuições
como algo natural, sem refletir profundamente a que se deve tal experiência. A
epifania é uma revelação manifestada a partir de algo inesperado; trata-se de
uma percepção intuitiva. Aquela ideia genial resultou de uma epifania, ‘a revelação de Deus ou sua
manifestação’. Há algo que cita: ‘O
Senhor se revela a todas as gentes’. Deus se revela assim, de modo particular,
em cada um de nós, quando deixamos a Ele as portas abertas do coração.
A lição ajustou-se! Ao continuar a leitura da obra,
fui absorvendo o aprendizado com base na conversa do dia anterior. A sensação
que tenho em circunstâncias como essa é de receber retorno das instâncias
superiores, para enriquecer os meus bons propósitos com a vida.
Uma boa conversa é um ato de confiança no futuro,
escreve o autor do livro. “Daí que a
melhor recompensa consiste na oportunidade momentânea de servir. [...] Ao se
despedir do outro, o artífice da boa conversa, automaticamente, se esquece do
bem que talvez tenha praticado, embora relembre com gratidão a oportunidade da
conversa e os benefícios que recebeu”. Como não associar tudo isso ao dia
anterior?
Para o autor da obra, o conversador, mesmo quando
lidera, quer conversar, e não catar seguidores, arregimentar adeptos ou
simpatizantes. Sua liderança, sempre ocasional e passageira, transcorre em uma
sincera confirmação da troca e da permuta, e nunca como negação delas.
Certamente algum leitor identificar-se-á de alguma
forma com o que estou escrevendo: uma percepção da epifania, da intuição sagrada.
Outros leitores poderão duvidar! Mas essa é uma experiência muito particular,
que não cabe a ninguém convencer. É difícil falar sobre isso. Então, é acreditar
ou não acreditar. Feliz de quem se identifica e já despertou nesse sentido.
O que é epifania
Lê-se em https://www.significados.com.br/epifania/ que epifania significa aparição ou manifestação de algo,
normalmente relacionado com o contexto
espiritual e divino. “Do ponto de vista filosófico, a epifania
significa uma sensação profunda de
realização, no sentido de compreender a essência das coisas. Ou seja, a
sensação de considerar algo como solucionado, esclarecido ou completo.
Epifania também pode ser considerado como um ‘pensamento iluminado’, tido como uma inspiração divinal que surge
em momentos de impasse e complexidade, solucionando as frustrações e dúvidas
sobre determinada angústia”, cita o veículo.
Neste contexto, a epifania também é uma aparição, pois conseguimos
enxergar algo que possivelmente sempre esteve perto e não víamos por
imaturidade.
Recentemente, recebi algo, através do WhatsApp, do qual não recordo a autoria, que favorece toda essa ideia, que diz assim: “À medida que
nossa consciência avança através das Dimensões Superiores, ela adquire um
potencial criador maior. Uma vez adentrada a Quinta Dimensão, a consciência de
um único ser humano, através de seu pensamento e desejo, pode criar mais que
milhares de pessoas que ainda estão vibrando em Três Dimensões. O pensamento
consciente cria muito mais que as mãos e a mente presas à velha energia. Você
que já despertou e que está lendo isto, tenha a certeza que a sua mente já pode
criar muito mais do que possa imaginar”.
Algo me leva a crer que, ‘quando o propósito é
relevante, o Mestre aparece’. Essa ‘Voz’ também se expressou no dia posterior à
conversa com os jovens, quando eu lia a biografia de Nikola Tesla, 1856-1943, inventor austríaco, ao me deparar com um
de seus sábios pensamentos: “El instinto
es algo que trasciende el conocimiento”.
“O conhecimento é uma construção decorrente do
trabalho coletivo; somos todos mestres e todos somos alunos, simultaneamente.
Se alguém aprende mais ou ensina mais, o que é quase inevitável que aconteça,
está bem. Não existe diferença alguma entre dar e receber. Para a facilitação,
os dois verbos têm iguais conotação e valor. [...] No estado da arte da boa
conversa inexistem condutores e conduzidos; há empatia, há ressonância: um
conversador facilita outro conversador”, enriquece-nos o autor de ‘O poder de uma boa conversa’. Tento decifrar
então a relação entre o progresso pessoal de cada um de nós e o reflexo na
Consciência Universal. Nós temos muitas oportunidades de
compreender a mente universal, aprendendo a percebê-la para responder adequadamente
ao nosso propósito nesta existência.
Você, leitor, já teve consciência de uma epifania? Qual foi a descoberta que fez nesse momento? O que sentiu
e como lidou com ela? Considerou-a como uma simples intuição, e ponto
encerrado...? Como foi? Divida a experiência com a gente!
Olá Tom! Concordo plenamente com o que diz. Tenho vivido alguns momentos em que, após uma conversa com algum(a) amigo(a), em que tento transmitir um ponto de vista nalguma situação, nomeadamente de que o universo é bastante mais sábio do que nós e que existem situações que, embora não as entendamos no momento, viremos a entendê-las mais à frente, tem acontecido constantemente, no dia seguinte à conversa, surgir algum tipo de texto que corrobore exatamente a situação que tentei clarificar na véspera. Isso acontece em situações em que eu tentei ajudar, e em situações em que a ajudada fui eu (e lá vem o texto a reforçar o que me foi dito). Tenho para mim que nada na vida tem só um sentido. Isto é, uma situação surge sempre para os dois lados. Por mais que pensemos que alguém nos está a criar algum tipo de impacto, devemos ter a consciência de que estamos com toda a certeza a criar também um impacto do outro lado. Ainda que possa ser em questões totalmente diferentes. Tem a ver com o equilíbrio do universo.
ResponderExcluirGostei muito do seu texto e a minha intenção é dizer-lhe que espelha também a minha experiência. Andreia Nogueira
Tenho algumas experiências ditas como "epifania", via de regra parafraseando Einstein, elas ocorrem quando pensamos muito em algo sem contudo atinarmos a uma solução, porém logo após em nos desvincilhando momentaneamente desta ideia fixa...Voilá, eis que a verdade ou a solução para o problema nos é revelado, pela via da inspiração, de qualquer forma isto só ocorre na medida e proporção a que nos dispomos com interesse.
ResponderExcluirBoa noite caroTom á 20 anos ocorreu algo parecido comigo. Ao sair do trabalho por volta das 15:00 hs, me sentia um pouco vazio e meio sem direção. Decidi tomar uma cerveja em um bar ñ habitual conhecendo assim um Sr com mais ou menos a mesma idade que eu na época, conversamos sobre vários assuntos até que ele começou a falar de problemas particulares a respeito de sua vida. À princípio fiquei só ouvindo se saber o que dizer pra ajudar. Então pensei: acho que fui colocado aqui só pra escutar mesmo. Mas de repente comecei à falar com uma fluência que ñ era habitual, o fato é que o rapaz depois de algum minutos me disse; puxa vida! Tô fazendo terapia em grupo já à três meses e ñ houvi nada de tão interessante como o houvi de vc nessa meia hara de conversa, esteja certo de que me ajudou muito. Ñ sei se o ajudei de fato pois nunca mais o vi. Mas sai daquele bar me sentindo completo e uma felicidade inexplicável. Foi uma experiência ímpar.
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