sábado, 2 de junho de 2018

Carl Sagan, 1934-1996


Cientista, astrônomo, astrofísico, cosmólogo, escritor e divulgador científico norte-americano. Prolífico escritor, é autor de cerca de 600 publicações científicas, e também de cerca de 20 livros de ciência e ficção científica.




Carl Sagan foi um cientista que, definitivamente, não teve medo de especular. É claro que ele sabia muito bem separar o que era ciência do que era especulação. Mas o jeito irresistível através do qual relacionava conceitos científicos com conteúdos imaginativos pertinentes tornava seu pensamento único e fascinante para o público leigo.



Não é à toa que ele é considerado um dos maiores divulgadores de ciência de todos os tempos. Além de inspirar toda uma geração de novos cientistas (em grande medida com a série ‘Cosmos’), Sagan também adotava um tom poético e filosófico nos assuntos que discutia, tornando suas reflexões ao mesmo tempo belas e dotadas de elementos capazes de despertar uma consciência humanista nas pessoas.






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Conheça alguns de seus pensamentos. O material permite ainda uma reflexão sobre Ciência e Religião. Clique também nos links Imagem e Fonte.


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"SABER muito não lhe torna inteligente. A inteligência se traduz na forma que você recolhe, julga, maneja e, sobretudo, onde e como aplica esta informação."




O PRIMEIRO pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida.”




NÃO é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar.”




QUE coisa incrível é um livro. É um objeto achatado feito de árvore com partes flexíveis nas quais nós imprimimos uma porção de rabiscos escuros e esquisitos. Mas basta olhar para ele e você está dentro da mente da pessoa, talvez de alguém morto há milhares de anos.
Através dos milênios, um autor está falando claramente e silenciosamente dentro da sua cabeça, diretamente a você. A escrita talvez seja a maior das invenções humanas, unindo pessoas que nunca conheceram umas às outras, cidadãos de épocas distantes.
Os livros rompem os grilhões do tempo. Um livro é a prova de que os humanos são capazes de realizar magia.”

 



ALÉM da forte inclinação por especular, Sagan também era um intelectual com enorme capacidade de relacionar diferentes áreas do conhecimento – e fazia isso excepcionalmente bem. Para conseguir esta naturalidade em transitar por diversos repertórios, é preciso muita leitura e erudição multidisciplinar. ‘Cosmos’, por exemplo, é repleto de narrativas sobre a história da ciência, e em vários momentos o astrônomo declara sua admiração pelos livros.”  




“Nós somos, cada um de nós, um pequeno Universo.”




Se não existe vida fora da Terra, então o Universo é um grande desperdício de espaço.”




A ideia de que Deus é um homem branco de grandes dimensões e de longa barba branca, sentado em um trono em algum lugar no céu, ocupado e sempre tendo consideração pela morte de cada pardal é ridícula. Mas se Deus na verdade é um conjunto de leis físicas que governam o Universo, então é claro que Deus existe. Este Deus é emocionalmente insatisfatório… não tem muito sentido rezar para a lei da gravidade.”





Carl Sagan não era um homem religioso, mas também não era ateu, como mostra sua frase:
Um ateu é alguém que está certo de que Deus não existe, alguém que tem evidências convincentes contra a existência de Deus. Desconheço tal evidência convincente. Porque Deus pode ser relegado para lugares e tempos remotos, e a causa final, teríamos de saber muito mais sobre o Universo do que nós agora sabemos para ter certeza que Deus não existe. Para ter certeza da questão da existência de Deus, e ser determinada a não existência de Deus, os ateus me parecem estar confiantes ao extremo em um assunto tão cheio de dúvida e incerteza quanto a inspirar pouca confiança na verdade.”



   
E o que acontece se a doutrina de uma religião, vamos dizer o Budismo, for contrariada por algum achado, alguma descoberta da Ciência?

“A PERGUNTA é clássica, e um tanto velha, e foi feita pelo astrônomo Carl Sagan ao XIV Dalai Lama, Tenzin Gyatso, num dos seus encontros em 1991, dos poucos gravados em vídeo e disponibilizados na Internet, e que segue abaixo legendado em português (a imagem não tem qualidade suficiente, mas o áudio funciona). Quase 25 anos depois, o Budismo já é mais claramente compreendido como uma “ciência da mente“, como o próprio Dalai Lama cita nessa entrevista, do que uma religião no sentido que a cultura ocidental geralmente classifica. “O melhor no início é permanecer cético, e depois realizar experimentos, por meios externos e internos“, responde o líder do Budismo tibetano.”









“O CÉREBRO é como um músculo. Quando pensamos bem, nos sentimos bem.”







O que é mais assustador?
A ideia de extraterrestres em mundos estranhos,
ou a ideia de que, em todo este imenso Universo,
nós estamos sozinhos?”





Estamos irrevogavelmente em um caminho que nos levará às estrelas. A não ser que, por uma monstruosa capitulação ao egoísmo e à estupidez, acabemos nos destruindo.”





CONHEÇO muitos adultos que ficam desconcertados quando as crianças pequenas fazem perguntas científicas. Por que a Lua é redonda? (...) ‘Como é que você queria que a Lua fosse, quadrada?’ As crianças logo reconhecem que esse tipo de pergunta incomoda os adultos. Novas experiências semelhantes, e mais uma criança perde o interesse pela ciência. Porque os adultos têm de fingir onisciência diante de crianças de seis anos é algo que nunca vou compreender. O que há de errado em admitir que não sabemos alguma coisa? A nossa autoestima é assim tão frágil?”   







TODA CRIANÇA começa como uma cientista nata, e então nós arrancamos isso delas. Entre as características que ele valorizava em um cientista e em qualquer outra pessoa estão a curiosidade e a imaginação, traços típicos das crianças. Para o astrônomo, pensar cientificamente era algo como interrogar de forma metódica diversos aspectos da natureza, o que não deixa de ser uma forma de curiosidade aplicada. A respeito da imaginação, ele acreditava ser um dos motores fundamentais do conhecimento.”       





Nossa obrigação de sobreviver e prosperar é devida não apenas a nós mesmos, mas também ao cosmos, antigo e vasto, do qual surgimos. Sagan possuía um profundo senso de reverência com relação à vida e ao ser humano. Ele acreditava que estar vivo e ter uma consciência era não apenas um privilégio, mas também uma grande responsabilidade. Como salientou em diversos momentos, nossa espécie atingiu um ponto crítico de sua história, no qual tem o próprio destino nas mãos. Todo o conhecimento e bagagem evolutiva que acumulamos nestes poucos milênios podem ser usados de forma a engrandecer nossa civilização – ou então destruí-la por completo, se insistirmos nos erros do passado.”



"A ciência é mais do que um corpo de conhecimento. É uma maneira de pensar, uma forma de ceticismo que interroga o Universo com uma fina compreensão da falibilidade humana.”








'Cosmos' vai além da divulgação científica
“É UM livro publicado em 1980, mas sua mensagem não envelhece, e Carl Sagan continua soando tão eloquente quanto na lembrança que temos dele.
A republicação desse clássico é uma ótima oportunidade para recuperarmos a noção de que, na trajetória da humanidade, progresso social e técnico são, infelizmente, opcionais – precisamos, agora, como sempre, fazer as escolhas certas para que eles aconteçam. [...]”


***



Fontes de consulta: PENSADOR, Frases e Pensamentos; livros, jornais e fontes da Internet.





Observação:

AQUI, o meu propósito é reunir material de interação social significativa que gere autorreflexão e, quem sabe, a conversação, usando as palavras para o conhecimento útil, aquele que, segundo Sócrates, nos torna melhores. É nessas buscas que percebo o quão incompleto é o conhecimento humano.

Quem sabe, algumas vezes poderei estar correndo o risco de atribuir frases não correspondentes a um ou outro pensador mencionado, apesar do meu rigor em relação às fontes de consulta. Neste sentido, o leitor poderá sugerir eventuais correções, contribuindo para o aprimoramento da informação.

Um amigo tranquilizou-me certa vez, mostrando que, mesmo se involuntário de minha parte, o pensamento não corresponder ao do verdadeiro autor, devo considerar o meu propósito e a essência da ideia.

Por outro lado, de cada autor, sintetizo apenas os pensamentos com os quais me identifico mais.


Tom Simões, tomsimoes@hotmail.com, março 2018






* Edição: Guilherme Rodrigues

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