Escritora
paulista, também conhecida como ‘a primeira dama da literatura brasileira". É considerada por acadêmicos, críticos e
leitores uma das maiores escritoras brasileiras do século XX e da
história da literatura brasileira. Lygia tem grande representação no pós-modernismo; suas obras retratam temas clássicos e universais como
a morte, o amor, o medo e a loucura, além da fantasia. Em 1985, foi eleita para a Academia Brasileira de
Letras, e em 2005 recebeu o Prêmio Camões, o mais importante da literatura de
língua portuguesa. Estudou Direito e Educação Física antes de se dedicar
exclusivamente à literatura.
Começou a escrever muito cedo, o que a levou depois a considerar
seus primeiros livros ‘muito imaturos e precipitados’, chegando a rejeitá-los.
Segundo o crítico literário Antonio Candido, o romance ‘Ciranda de Pedra’
(1954) seria o marco de sua maturidade intelectual, posição corroborada pela
autora. Vivendo a realidade de uma escritora do Terceiro Mundo, o crítico considera
a obra de Lygia de natureza engajada, ou seja, comprometida
com a condição humana dentro da circunstância de seu país, participante e
testemunha que é a escritora deste tempo e desta sociedade.
Para o escritor, jornalista e crítico
José Castello, colunista do ‘Prosa & Verso’, os livros de Lygia
Fagundes Telles revelam uma ‘procura intensa da felicidade por entre as
fendas de dor’ (fonte: https://blogs.oglobo.globo.com/prosa/post/as-horas-felizes-de-lygia-188736.html)
"A MINHA palavra é a única forma de atingir o meu
próximo. Eu procuro fazer com que essa palavra seja como uma espécie de ponte
que se estende para o próximo e eu, através dessa ponte, eu digo 'vem até onde
eu estou". Se eu puder ajudar o meu próximo no seu sofrimento, no seu
medo, na sua luta - que é a minha luta também, e que é o meu medo, e que também
é o meu sofrimento. Se eu puder ajudar o outro com essa palavra, missão
cumprida. Quando a morte olhar nos meus olhos e disser vamos, eu digo estou
pronta, eu fiz o que eu pude."
"O PLANETA está enfermo. Por
que há um medo que se espalhou no mundo, o medo físico, o medo universal. Este
medo faz com que as pessoas fiquem mais complicadas, embrulhadas."
“NUNCA o povo esteve tão longe de nós, não quer
saber. E se souber ainda fica com raiva, o povo tem medo, ah! como o povo tem
medo. A burguesia toda aí esplendorosa. Nunca os ricos foram tão ricos [...].
Resta a massa dos delinquentes urbanos. Dos neuróticos urbanos. E a meia-dúzia
de intelectuais [...]. Não sei explicar, mas tenho mais nojo de intelectual do
que de tira.”
“QUERO ficar só. Gosto muito das pessoas, mas essa
necessidade voraz que às vezes me vem de me libertar de todos. Enriqueço na
solidão: fico inteligente, graciosa e não esta feia ressentida que me olha do
fundo do espelho. Ouço duzentas e noventa e nove vezes o mesmo disco, lembro
poesias, dou piruetas, sonho, invento, abro todos os portões e quando vejo a
alegria está instalada em mim.”
“QUANDO na realidade o amor é uma coisa tão simples...
Veja-o como uma flor que nasce e morre em seguida porque tem que morrer. Nada
de querer guardar a flor dentro de um livro, não existe nada mais triste no
mundo do que fingir que há vida onde a vida acabou.”
“EU me aproximo das pessoas como um ladrão que se
aproxima de um cofre, os dedos limados, aguçados, para descobrir, tateantes, o
segredo.”
“SE é difícil carregar a
solidão, mais difícil ainda é carregar uma companhia.”
“O MENINO então sorri e nem o inimigo mais feroz resistirá
a esse sorriso de quem se oferece tão sem defesa.”
"A LITERATURA escrita pela
mulher tem certas características dentro da nossa condição mesmo, há um
subjetivismo talvez maior. Eu vejo nesses diários de capas acetinadas com
pombinhas, coraçõezinhos pintados, eu vejo o início desta literatura intimista,
subjetiva. Seria a fonte primária das mulheres tentando se dizer, tentando se
explicar, tentando desembrulhar. A mulher é mais embrulhada do que o homem,
porque ela foi obrigada a ser mais embrulhada. Aqui no Brasil, a mulher calada,
ela sai e vai para a cozinha fazer goiabada. Tanto é que eu chamo, sem ironia,
mulher-goiabada. Mamãe quis ser cantora, tinha uma voz linda, mas o pai achava
que aquilo não era uma condição de uma moça fina da alta sociedade, então ela
casou-se, mas ela foi frustrada na sua primeira vocação e foi fazer doces de
goiaba."
“ELE fixara em Deus aquele olhar de esmeralda diluída, uma
leve poeira de ouro no fundo. E não obedeceria porque gato não obedece. Às
vezes, quando a ordem coincide com sua vontade, ele atende mas sem a instintiva
humildade do cachorro, o gato não é humilde, traz viva a memória da sua
liberdade sem coleira. Despreza o poder porque despreza a servidão. Nem servo
de Deus. Nem servo do Diabo.”
"O ESCRITOR no Brasil fica bom depois da morte. É a necrofilia: é
a vontade de exaltar um morto, porque o morto não está mais competindo acho que
é isso."
***
Fontes de consulta: PENSADOR, Frases e Pensamentos;
livros, jornais e fontes da Internet. Inclua-se na citação de Lygia Fagundes
Telles: https://www.shereland.com/blog/livros/rodape/frases-lygia-fagundes-telles-roda-viva
Observação:
AQUI, o meu propósito é reunir material de interação social significativa que gere autorreflexão e, quem sabe, a conversação, usando as palavras para o conhecimento útil, aquele que, segundo Sócrates, nos torna melhores. É nessas buscas que percebo o quão incompleto é o conhecimento humano.
Quem sabe, algumas vezes poderei estar correndo o risco de atribuir frases não correspondentes a um ou outro pensador mencionado, apesar do meu rigor em relação às fontes de consulta. Neste sentido, o leitor poderá sugerir eventuais correções, contribuindo para o aprimoramento da informação.
Um amigo tranquilizou-me certa vez, mostrando que, mesmo se involuntário de minha parte, o pensamento não corresponder ao do verdadeiro autor, devo considerar o meu propósito e a essência da ideia.
Por outro lado, de cada autor, sintetizo apenas os pensamentos com os quais me identifico mais.
* Edição: Guilherme Rodrigues
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