terça-feira, 15 de maio de 2018

Jorge Luis Borges, 1899 -1986


Escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta argentino. Em 1914, sua família mudou-se para a Suíça.
Entrelaçando ficção e fatos reais, Borges concentrou-se em temas universais, o que lhe garantiu reconhecimento mundial. É considerado o maior escritor argentino de todos os tempos e um dos mais importantes nomes da história da literatura.
“Acometido por problemas nos olhos, foi aos poucos perdendo a visão. Quando estava totalmente cego contou com a ajuda de sua mãe para escrever seus livros. A doença fez com que vivesse em reclusão durante boa parte do fim de sua vida”, cita https://www.ebiografia.com/jorge_luis_borges/



Em entrevista à Bula Revista, https://www.revistabula.com/533-a-ultima-entrevista-de-jorge-luis-borges/, manifestou-se o escritor: “São as grandes sensações da vida de todo homem. O amor, a amizade, a leitura, o gosto por escrever, embora não goste do que escrevo. Nesta casa não há livros meus nem sobre mim. A partir dos 30 anos, não li uma única linha que se escreveu sobre mim. Sei que há bibliotecas inteiras, mas não li nada. Acho que deve-se viver para o futuro. Quando publico um livro, não sei se teve êxito, se está vendendo. O que disse a crítica. Meus amigos sabem que não devem falar do que escrevo.”




“A VERDADE  é que morremos a cada dia e nascemos a cada dia.”
  

cada pessoa que passa pela nossa vida é única. Sempre ‘deixa um pouco de si e leva um pouco de nós’. Há os que levaram muito, mas há os que não deixaram nada. Esta é a prova evidente de que duas almas não se encontram por casualidade.
A verdade é que ninguém passa por nossa vida em vão. A diferença é que algumas pessoas são possibilidades de felicidade, outras de lições.”


“NÃO odeies o teu inimigo, porque, se o fazes, és de algum modo o seu escravo. O teu ódio nunca será melhor do que a tua paz.”


“PARECE-ME fácil viver sem ódio, coisa que nunca senti, mas viver sem amor acho impossível.”




Os Justos

“UM HOMEM que cultiva o seu jardim, como queria Voltaire.
O que agradece que na terra haja música.
O que descobre com prazer uma etimologia.
Dois empregados que num café do sul jogam um silencioso xadrez.
O ceramista que premedita uma cor e uma forma.
O tipógrafo que compõe bem esta página, que talvez nem lhe agrade.
Uma mulher e um homem que leem os tercetos finais de um certo canto.
O que acarinha um animal adormecido.
O que justifica ou quer justificar um mal que lhe fizeram.
O que agradece que na terra haja Stevenson.
O que prefere que os outros tenham razão.
Essas pessoas, que se ignoram, estão a salvar o mundo.”


“FAZER o bem ao teu inimigo pode ser obra de justiça e não é árduo; amá-lo, tarefa de anjos e não de homens.”


“PUBLICAMOS para não passar a vida a corrigir rascunhos. Quer dizer, a gente publica um livro para livrar-se dele.”


“NUNCA releio o que escrevo. Prefiro viver em função do futuro.”


“SOU um homem de letras, nada mais. Não estou certo de ter pensado nada de original em minha vida. Sou um fazedor de sonhos.”

  



“NÃO criei personagens. Tudo o que escrevo é autobiográfico. Porém, não expresso minhas emoções diretamente, mas por meio de fábulas e símbolos. Nunca fiz confissões. Mas cada página que escrevi teve origem em minha emoção.”


“A MEMÓRIA é o essencial, visto que a literatura está feita de sonhos e os sonhos fazem-se combinando recordações.”


“A POESIA é algo tão íntimo que não pode ser definida.”


“CREIO que uma forma de felicidade é a leitura.”


“ACHO que o escritor deve escrever para a alegria do leitor.”


“O LIVRO pode estar cheio de coisas erradas, podemos não estar de acordo com as opiniões do autor, mas mesmo assim conserva alguma coisa de sagrado, algo de divino, não para ser objeto de respeito supersticioso, mas para que o abordemos com o desejo de encontrar felicidade, de encontrar sabedoria.”



“DOS diversos instrumentos utilizados pelo homem, o mais espetacular é sem dúvida, o livro. Os demais são extensões de seu corpo. O microscópio, o telescópio são extensões de sua visão; o telefone é a extensão de sua voz; em seguida, temos o arado a espada, extensões de seu braço. O livro, porém, é outra coisa.”


“HÁ aqueles que não podem imaginar o mundo sem pássaros;
Há aqueles que não podem imaginar o mundo sem água;
Ao que me refere, sou incapaz de imaginar um mundo sem livros.”


“TODOS os caminham levam à morte. Perca-se.”


“O QUE é o céu se não um suborno, e o que é o inferno se não uma ameaça?”


“QUALQUER destino, por mais longo e complicado que seja, vale apenas por um único momento: aquele em que o homem compreende de uma vez por todas quem é.”




“COMETI o pior dos pecados que um homem pode cometer. Não fui feliz. Que as geleiras do esquecimento me arrastem e me levem, sem piedade. Meus pais me engendraram para o belo e arriscado jogo da vida, para a terra, a água, o ar, o fogo. Eu os decepcionei. Não fui feliz. Não cumpri sua vontade. Minha mente se dedicou às perfídias da arte, que tece inutilidades. Legaram-me coragem. Não fui valente. A sombra de minha infelicidade está sempre ao meu lado."
(texto extraído do livro ‘Kafka para sobrecarregados’ de Allan Percy, atribuído a Jorge Luis Borges)


“SOMOS todos semelhantes à imagem que os outros têm de nós.”


“HÁ derrotas que têm mais dignidade do que a própria vitória.”



Política: Reflexão

“AS DITADURAS fomentam a opressão, as ditaduras fomentam o servilismo, as ditaduras fomentam a crueldade; mas o mais abominável é que elas fomentam a idiotia.”


“SÃO poucos os políticos que sabem fazer política. Mas, quando um intelectual tenta entrar nesse meio, então é o fim do mundo.”


“A DEMOCRACIA é um erro estatístico, porque na democracia decide a maioria e a maioria é formada de imbecis.”


  

“A DÚVIDA é um dos nomes da inteligência.”


“A VELHICE pode ser o nosso tempo de ventura. O animal está morto, ou quase morto. Restam o homem e a alma.”


“DESCONHECEMOS os desígnios do universo, mas sabemos que raciocinar com lucidez e agir com justiça é ajudar esses desígnios, que não nos serão revelados.”





A BELA máscara mudou,
mas como sempre é a única.
De que me servirão meus talismãs:
o exercício das letras, a vaga erudição,
o aprendizado das palavras que usou
o vago norte para cantar seus mares e suas espadas,
a serena amizade, as galerias da biblioteca,
as coisas comuns, os hábitos,
o jovem amor de minha mãe,
a sombra militar de meus mortos,
a noite intemporal, o gosto do sonho?
Estar ou não é a medida do meu tempo.
O cântaro já se quebra sobre a fonte,
já se levanta o homem à voz da ave,
já escureceram os que olham pelas janelas,
mas a sombra não trouxe a paz.
É, eu sei, é o amor:
a ansiedade e o alívio de ouvir tua voz,
espera e a memória, o horror de viver o sucessivo.”


***

Fontes de consulta: PENSADOR, Frases e Pensamentos; livros, jornais e fontes da Internet.






Observação:

AQUI, o meu propósito é reunir material de interação social significativa que gere autorreflexão e, quem sabe, a conversação, usando as palavras para o conhecimento útil, aquele que, segundo Sócrates, nos torna melhores. É nessas buscas que percebo o quão incompleto é o conhecimento humano.

Quem sabe, algumas vezes poderei estar correndo o risco de atribuir frases não correspondentes a um ou outro pensador mencionado, apesar do meu rigor em relação às fontes de consulta. Neste sentido, o leitor poderá sugerir eventuais correções, contribuindo para o aprimoramento da informação.

Um amigo tranquilizou-me certa vez, mostrando que, mesmo se involuntário de minha parte, o pensamento não corresponder ao do verdadeiro autor, devo considerar o meu propósito e a essência da ideia.

Por outro lado, de cada autor, sintetizo apenas os pensamentos com os quais me identifico mais.


Tom Simões, tomsimoes@hotmail.com, março 2018





* Edição: Guilherme Rodrigues

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