sexta-feira, 27 de abril de 2018

Mario Sergio Cortella, 1954

Filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro conhecido por popularizar a filosofia na sociedade contemporânea. Nascido em Londrina, interior do Paraná, em sua juventude experimentou a vida monástica em um convento da Ordem Carmelitana Descalça, mas abandonou a perspectiva de ser monge para seguir a carreira acadêmica.




Segundo o site: https://www.infoescola.com/biografias/mario-sergio-cortella/, Cortella esclarece a importância de se transformar a vida em algo grandioso, conferindo-lhe sentido, razão de ser, principalmente por meio da religiosidade, a qual não deve ser traduzida somente como religião institucional. Ela se revela, antes de tudo, na coexistência, na solidariedade, na arte de compartilhar, na gratidão, na visão da existência como pura manifestação da beleza.
“É preciso que o ser humano aprenda a deixar sua marca no mundo, a legar às pessoas uma herança espiritual, algo que leve todos a se lembrarem dele eternamente. Claro que as pessoas sempre atravessarão crises, momentos difíceis, tempestades e enfrentarão inúmeros obstáculos, mas elas têm que estar conscientes do valor da vida, mesmo com todos estes percalços. Mario Sergio Cortella deixa claro que a religiosidade não deve ser confundida com a organização religiosa, a qual implica na mobilização de rituais, dogmas, livros sagrados. A Humanidade sempre foi guiada por princípios de religiosidade; o filósofo afirma nunca ter se deparado com alguém que não tivesse pelo menos um mínimo de espiritualidade em sua alma.”






“EU PRECISO transbordar, ir além da minha borda, preciso me comunicar, preciso me juntar, preciso me repartir. Nesta hora, minha vida que, sem dúvida, ela é curta, eu desejo que ela não seja pequena.”



“ESSE mundo que aí está foi feito por nós; portanto, pode ser por nós reinventado.”




“UM PODER que se serve, em vez de servir, é um poder que não serve.”




“MUITA gente acha que política é uma coisa e cidadania é outra, como garfo e faca, e não é. Política e cidadania significam a mesma coisa.”




  

“TAMBÉM a omissão política, ou seja, a recusa em participar da vida pública em qualquer instância, é uma decisão política. Vale tanto para um condomínio quanto para a inserção nos rumos da cidade, do estado, da nação e do planeta. Há uma frase de que gosto muito e que, para mim, é a expressão da presença política: ‘Os ausentes nunca têm razão’. Embora pudessem estar com alguma razão, eles a perdem pelo fato de se ausentarem.”



“O INDIVÍDUO não pode tudo, mas pode alguma coisa.”




“EU sou uma ótima companhia para mim quando eu sou capaz de estar me reinventando, pensando no que eu preciso fazer de melhor.”




 “QUANDO o modelo de vida leva a um esgotamento, é fundamental questionar se vale a pena continuar no mesmo caminho.”



VOCÊ é volúvel ou é velho?
Adotar todas as mudanças é ser volúvel!
Recusar todas é ser velho!
Portanto, é preciso equilibrar essa condição.”








“A TRAGÉDIA não é quando um homem morre. A tragédia é o que morre dentro de um homem quando ele está vivo.”




“O CONHECIMENTO serve para encantar as pessoas, não para humilhá-las.”




“CUIDADO com gente que não tem dúvida. Gente que não tem dúvida não é capaz de inovar, de reinventar, não é capaz de fazer de outro modo. Gente que não tem dúvida só é capaz de repetir.”



“A ESCOLA, por exemplo, não cria violência sozinha, apenas reproduz a violência dentro dela. Mas também pode ser um meio de diminuí-la se atuar com conteúdos que ofereçam sentido à vida dos alunos.”




“O ADOLESCENTE infrator será sempre resultado de uma sociedade que descuida das suas crianças e jovens. É preciso terminar esse ciclo de vitimação: a sociedade abandona, cria uma vítima que é a criança, e essa mesma criança cria outras vítimas quando começa a furtar, roubar, violentar, assassinar.”






“UMA PARTE IMENSA de homens e mulheres vive com muita força o apodrecimento da esperança: a ideia de que as coisas são como são e não há outro modo delas serem; a ideia de que a humanidade está do jeito que ela pode ser; que a nossa vida está na única possibilidade que ela teria. Esse apodrecimento da esperança impede que a vida se engrandeça e remete milhares e milhares de homens e mulheres ao terreno da conformidade, da subserviência e da insignificância em relação à possibilidade de construir uma realidade que seja diferente. [...] Um grande português que viveu em nosso país, o Padre Antônio Vieira, inseriu em um de seus sermões a seguinte frase: ‘O peixe apodrece pela cabeça’. Já viu um peixe apodrecer? Vai da cabeça para o restante do corpo. Impedir o apodrecimento é impedir o envelhecimento da esperança, é impedir que a gente se submeta àquilo que parece ser inevitável, invencível, insubstituível. A postura conformada expressa uma determinada atitude e convicção que cria um modelo mental extremamente perigoso. E modelos mentais nos amarram a determinadas percepções da vida.”
(De sua obra “Não se desespere – Provocações filosóficas”)








“FELICIDADE é uma vibração intensa, um momento em que eu sinto a vida em plenitude dentro de mim, e quero que aquilo se eternize. Felicidade é a capacidade de você ser inundado por uma alegria imensa por aquele instante, por aquela situação. Aliás, felicidade não é um estado contínuo, felicidade é uma ocorrência eventual. A felicidade é sempre episódica. Você sentir a vida vibrando, seja num abraço, seja na realização de uma obra, seja numa situação, por exemplo, em que seu time vence, seja porque algo que você fez deu certo, seja porque você ouviu algo que você queria ouvir...  É claro que aquilo não tem perenidade, aliás, a felicidade se marcada pela perenidade seria impossível. Afinal de contas nós só temos a noção de felicidade pela carência. Se eu tivesse a felicidade como algo contínuo, eu não a perceberia. Nós só sentimos a felicidade porque ela não é contínua. Isto é, ela não é o que acontece o tempo todo, de todos os modos. A ideia de felicidade sozinha, ela teria que ter uma questão anterior: se é possível viver sozinho. [...] A possibilidade da felicidade isolada, solitária é nenhuma. Pra que eu possa ser feliz sozinho eu teria que ser capaz de viver sozinho. Na literatura, Robson Crusoé, por exemplo, lida com um homem que está só, mas ele está só depois de ter vivido com outros... Ele traz as outras pessoas na sua memória, na sua história, no seu desejo, no seu horizonte. Não há, não há história de ser humano em que ele tenha sido sozinho da geração até o término. Se assim não há, não há possibilidade de se ser feliz sozinho. Nos últimos 50 anos do século XX, nós tivemos mais desenvolvimento tecnológico do que em toda história anterior da humanidade. [...] Uma questão: as questões centrais permaneceram. Quem sou eu?, pra que tudo isso?, por que o mal existe?, por que eu não tenho paz em meio a tanta convivência? Nesta hora, não só a religiosidade, ela sofreu um revival, como a filosofia passou, de novo, a ser interessante. E aí, claro, a filosofia como autoconhecimento, a filosofia como autocapacidade, a filosofia como prática sistemática... E de repente a gente tem no final do século XX, em vários lugares do mundo e no Brasil também, casas para estudar filosofia; procura de cursos de filosofia. [...] Você e eu sabemos que vamos morrer. Desse ponto de vista, não é a morte que me importa, porque ela é um fato. O que me importa é o que eu faço da minha vida enquanto minha morte não acontece, para que essa vida não seja banal, superficial, fútil, pequena. Nesta hora, eu preciso ser capaz de fazer falta. No dia que eu me for, e eu me vou, quero fazer falta. Fazer falta não significa ser famoso, significa ser importante. Há uma diferença entre ser famoso e importante. Muita gente não é famosa e é absolutamente importante. Importar; quando alguém me leva pra dentro, importa. Ele me porta pra dentro, ele me carrega. Eu quero ser importante. Por isso, para ser importante, eu preciso não ter uma vida que seja pequena. E uma vida se torna pequena quando ela é uma vida que é apoiada só em si mesmo, fechada em si. Eu preciso transbordar, ir além da minha borda, preciso me comunicar, preciso me juntar, preciso me repartir. Nesta hora, minha vida que, sem dúvida, ela é curta, eu desejo que ela não seja pequena.”







“TEM gente que esquece que você não precisa diminuir o outro para crescer. Uma pessoa humilde é aquela que não diminui o outro para crescer, há pessoas que são tão arrogantes que elas só conseguem se elevar diminuindo a outra pessoa, e há pessoas inteligentes que crescem junto com o outro.”





“QUEM sabe, divide.
Quem não sabe, pergunta.”




“A EXPRESSÃO mais inteligente, mais forte que existe para criar renovação, reinvenção, inovar a vida, inovar a capacidade e reforçar é a expressão: ‘NÃO SEI’. É a expressão que inaugura o novo. Aquele que entre nós é incapaz de pensar ‘NÃO SEI’, ele só repete. Por isso, cuidado com gente que não tem dúvida, essa pessoa não inova, não reinventa, não revigora, só repete...”




“FAÇA o teu melhor, na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores, para fazer melhor ainda!”




TEM gente famosa que não é importante. A passagem de cada um pela vida deve contribuir para que, ao final, o mundo não esteja pior do que era antes. As pessoas são lembradas pelo comportamento que tem no trabalho, com os amigos, com a família...” 




“HÁ uma palavra que circula muito hoje por aí, no campo da ética, que é ‘tolerância’. Cuidado com essa palavra, porque tolerar significa suportar, aguentar. ‘Eu tolero que você tenha outra religião, que você não seja como eu’, quase como se falasse ‘eu autorizo que você seja diferente’.
A palavra mais adequada (e sólida eticamente) que precisa substituir ‘tolerância’ é ‘acolhimento’. Acolher significa ‘eu te recebo em mim como igual’.”



***


Fontes de consulta: PENSADOR, Frases e Pensamentos; livros, jornais e fontes da Internet.







Observação:

AQUI, o meu propósito é reunir material de interação social significativa que gere autorreflexão e, quem sabe, a conversação, usando as palavras para o conhecimento útil, aquele que, segundo Sócrates, nos torna melhores. É nessas buscas que percebo o quão incompleto é o conhecimento humano.

Quem sabe, algumas vezes poderei estar correndo o risco de atribuir frases não correspondentes a um ou outro pensador mencionado, apesar do meu rigor em relação às fontes de consulta. Neste sentido, o leitor poderá sugerir eventuais correções, contribuindo para o aprimoramento da informação.

Um amigo tranquilizou-me certa vez, mostrando que, mesmo se involuntário de minha parte, o pensamento não corresponder ao do verdadeiro autor, devo considerar o meu propósito e a essência da ideia.

Por outro lado, de cada autor, sintetizo apenas os pensamentos com os quais me identifico mais.


Tom Simões, tomsimoes@hotmail.com, março 2018




* Edição: Guilherme Rodrigues

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