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quinta-feira, 12 de abril de 2018

José Ortega y Gasset, 1883-1955


Filósofo, ensaísta, jornalista e ativista político espanhol. Como ensaísta, é um dos mais importantes do século 20. A maioria dos seus livros são coletâneas de artigos e ensaios. Como um grande conferencista, gostava de incitar seus ouvintes e leitores a desenvolver os temas em discussão - para ele, a vida era um intenso diálogo entre cada indivíduo e o seu meio.






“MINHA vida me é dada, mas não me dada feita.”

“DIGA-ME no que você presta atenção e eu lhe direi quem é.”

“SÓ chegamos a ser uma parte mínima do que poderíamos ser.”


“SEM missão não há homem.”




“NÃO é a fome, mas, pelo contrário, a abundância, o excesso de energias, que provocam a guerra.”



“O IMPORTANTE é a lembrança dos erros, que nos permite não cometer sempre os mesmos. O verdadeiro tesouro do homem é o tesouro dos seus erros, a larga experiência vital decantada por milênios, gota a gota.”



“O JOVEM não precisa de razões para viver; precisa só de pretextos.”



“POUCO se pode esperar de alguém que só se esforça quando tem a certeza de vir a ser recompensado.”



“O PRAZER estético deve ser um prazer inteligente.”



“PODEMOS pretender ser quanto queiramos; mas não é lícito fingir que somos o que não somos.”



“SE ENSINARES, ensina ao mesmo tempo a duvidar daquilo que estás a ensinar.”




“NÃO é tão fácil como se crê ser um egoísta puro, e ninguém, sendo-o, alguma vez triunfou.”



“O AMOR vive do pormenor e procede microscopicamente.”



“A CIVILIZAÇÃO avançada envolve problemas árduos. Por isso, quanto maior o progresso, mais está ameaçada. A vida está cada vez melhor; porém, evidentemente, cada vez mais complicada.”



“A BELEZA que seduz poucas vezes coincide com a beleza que faz apaixonar.”


“AMAR é qualquer coisa de mais grave e significativo do que o entusiasmo pelas linhas de um rosto e a cor de uma face; é decidirmo-nos por um certo tipo de ser humano que é simbolicamente anunciado nos pormenores do rosto, da voz e dos gestos.
O amor é uma escolha profunda.”


“NÃO são as circunstâncias que decidem a nossa vida....
É, pois, falso dizer que na vida ‘decidem as circunstâncias’. Pelo contrário: as circunstâncias são o dilema, sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso caráter.”


“FOI preciso esperar até o começo do século 20 para se presenciar um espetáculo incrível: o da peculiarísssima brutalidade e agressiva estupidez com que se comporta um homem quando sabe muito de uma coisa e ignora todas as demais.”


“SER de esquerda é, como ser de direita, uma infinidade de maneiras que o homem pode escolher de ser um imbecil: ambas, com efeito, são formas de paralisia moral.”

“VIVEMOS num tempo de chantagem universal,
Que toma duas formas complementares de escárnio:
Há a chantagem da violência e a chantagem do entretenimento.
Uma e outra servem sempre para a mesma coisa:
Manter o homem simples longe do centro dos acontecimentos.”





  
“PORQUE a vida é inteiramente um caos onde a criatura está perdida. O homem o suspeita; mas aterra-o encontrar-se cara a cara com essa terrível realidade, e procura ocultá-la com um véu fantasmagórico onde tudo está muito claro. Não lhe interessa que suas ‘ideias’ não sejam verdadeiras; emprega-as como trincheiras para defender-se de sua vida, como espantalhos para afugentar a realidade.
Homem de mente lúcida é aquele que se liberta dessas ‘ideias’ fantasmagóricas e olha de frente a vida, e se convence de que tudo nela é problemático, e se sente perdido. Como isso é a pura verdade – a saber, que viver é sentir-se perdido -, quem o aceita já começou a encontrar-se, já começou a descobrir sua autêntica realidade, já está no firme. Instintivamente, como o náufrago, buscará algo para se agarrar, e esse olhar trágico, peremptório, absolutamente veraz porque se trata de salvar-se, lhe facultará pôr ordem no caos de sua vida. Estas são as únicas ideias verdadeiras; as ideias dos náufragos. O resto é retórica, postura, íntima farsa. Quem não se sente de verdade perdido perde-se inexoravelmente; é dizer, não se encontra jamais, não topa nunca com a própria realidade.”


***





Observação:


AQUI, o meu propósito é reunir material de interação social significativa que gere autorreflexão e, quem sabe, a conversação, usando as palavras para o conhecimento útil, aquele que, segundo Sócrates, nos torna melhores. É nessas buscas que percebo o quão incompleto é o conhecimento humano.


Quem sabe, algumas vezes poderei estar correndo o risco de atribuir frases não correspondentes a um ou outro pensador mencionado, apesar do meu rigor em relação às fontes de consulta. Neste sentido, o leitor poderá sugerir eventuais correções, contribuindo para o aprimoramento da informação.

Um amigo tranquilizou-me certa vez, mostrando que, mesmo se involuntário de minha parte, o pensamento não corresponder ao do verdadeiro autor, devo considerar o meu propósito e a essência da ideia.

Por outro lado, de cada autor, sintetizo apenas os pensamentos com os quais me identifico mais.


Tom Simões, tomsimoes@hotmail.com, março 2018



* Edição: Guilherme Rodrigues

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