Filósofo
e linguista búlgaro radicado em Paris, França desde 1963. Era considerado um dos grandes
intelectuais europeus da atualidade. Seus
ensaios influenciaram também a sociologia, a semiótica e a antropologia. Para
além da teoria literária, Todorov se dedicou a estudar a história das ideias.
Deixa uma obra que fala sobre a alteridade, o amor, a barbárie, a democracia e
a vida comum, entre outros temas.
"LITERATURA não é teoria, é
paixão. Quando lemos, nos tornamos, antes de qualquer coisa, especialistas em
vida. Adquirimos uma riqueza que não está apenas no acesso às ideias, mas
também no conhecimento do ser humano em toda a sua diversidade.”
“O
SÉCULO 21 se apresenta como aquele em que muitos homens e mulheres deverão
abandonar seu país de origem e adotar, provisória ou permanentemente, o status
de estrangeiro. (...) Todos os países estabelecem diferenças entre seus
cidadãos e aqueles que não o são, justamente os estrangeiros. [Eles] não gozam
dos mesmos direitos, nem tem os mesmos deveres. (...) Isto nos atinge a todos,
porque o estrangeiro não é só o outro, nós mesmos o fomos ou o seremos, ontem
ou amanhã, ao acaso de um destino incerto: cada um de nós é um estrangeiro em
potencial. Pode-se medir nosso grau de barbárie ou civilização por como
percebemos e acolhemos os outros, os diferentes. Os bárbaros são os que
consideram que os outros, porque não se parecem com eles, pertencem a uma
humanidade inferior e merecem ser tratados com desprezo ou condescendência. Ser
civilizado não significa haver cursado estudo superior ou ter lido muitos
livros (...): todos sabemos que certos indivíduos com essas características
foram capazes de cometer atos de absoluta barbárie. Ser civilizado significa
ser capaz de reconhecer plenamente a humanidade dos outros, ainda que tenham
rostos e hábitos diferentes dos nossos.”
“PERCEBI que, tanto como historiador como ensaísta,
aproveitei mais a literatura em si que os estudos sobre literatura, e que lia
com mais prazer romances, poesias e histórias diversas do que análises
literárias ou teses escritas sobre a literatura, que me parecem hoje em dia se
dirigir quase exclusivamente aos outros especialistas de literatura. Enquanto
que o romance interessa a todo mundo, e me sinto mais próximo de todo mundo que
dos especialistas.”
“ENQUANTO EXISTIAM ditaduras de um e outro tipo,
podia-se sonhar com o fim delas, não como se isso fosse o paraíso, mas como o
momento em que se poderia começar a solucionar os problemas. Mas nós seres humanos
necessitamos de algo mais que a falta de uma opressão direta. Precisamos
encontrar um sentido na vida. E aos que vieram logo depois [do fim dos regimes
autoritários do século 20], faltou esse sentido, um projeto político, uma
perspectiva.”
“O ESCRITOR não faz a imposição de
uma tese, mas incita o leitor a formulá-la: em vez de impor, ele propõe,
deixando, portanto, seu leitor livre ao mesmo tempo em que o incita a se tornar
mais ativo.”
“HOJE, se me pergunto por que amo a
literatura, a resposta que me vem espontaneamente à cabeça é: porque ela me
ajuda a viver.”
“LER poemas e romances não conduz à
reflexão sobre a condição humana, sobre o indivíduo e a sociedade, o amor e o
ódio, a alegria e o desespero, mas sobre as noções críticas, tradicionais ou
modernas.”
Observação:
AQUI, o meu propósito é reunir material de interação social significativa que gere autorreflexão e, quem sabe, a conversação, usando as palavras para o conhecimento útil, aquele que, segundo Sócrates, nos torna melhores. É nessas buscas que percebo o quão incompleto é o conhecimento humano.
Quem sabe, algumas vezes poderei estar correndo o risco de atribuir frases não correspondentes a um ou outro pensador mencionado, apesar do meu rigor em relação às fontes de consulta. Neste sentido, o leitor poderá sugerir eventuais correções, contribuindo para o aprimoramento da informação.
Um amigo tranquilizou-me certa vez, mostrando que, mesmo se involuntário de minha parte, o pensamento não corresponder ao do verdadeiro autor, devo considerar o meu propósito e a essência da ideia.
Por outro lado, de cada autor, sintetizo apenas os pensamentos com os quais me identifico mais.
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