Escritora,
crítica de arte e ativista dos Estados Unidos. Graduou-se na Universidade de
Harvard, destacando-se pela sua defesa dos direitos humanos.
“A INTELIGÊNCIA é uma espécie de paladar que nos dá
a capacidade de saborear ideias.”
“FAÇA coisas. Seja curiosa, persistente. Não espere
por um empurrão da inspiração ou por um beijo da sociedade na sua testa. Preste
atenção. É tudo sobre prestar atenção. É tudo sobre captar o máximo que você
puder do que está por aí e não deixar que desculpas e que a monotonia de
algumas obrigações diminuam sua vida.”
Fonte dos pensamentos abaixo:
sintetizado
por Tom Simões, com base em artigo de Francesca Angiolillo, ‘Encontros com
Susan’, Folha de S.Paulo, 28/6/2015
“PARA MIM, a coisa mais terrível seria sentir que
concordo com as coisas que já disse e escrevi – isso me tornaria ainda mais
desconfortável, pois significaria que parei de pensar.”
“SINTO que estou mudando o tempo inteiro, algo difícil
de explicar, porque as pessoas costumam acreditar que a atividade do escritor
está ou ligada à expressão de si ou à criação de uma obra que convença ou mude
as pessoas de acordo com as visões do escritor. Não acho que nenhum dos dois
modelos faça sentido para mim. Quer dizer, escrevo em parte para mudar a mim
mesma, de modo que não tenha que pensar sobre alguma coisa depois de escrever
sobre ela. Na verdade escrevo para me livrar dessas ideias.”
“OLHA, o que quero é estar presente por inteiro na
minha vida – ser quem você é de verdade, contemporânea de si mesma na sua vida,
dando plena atenção ao mundo, que inclui você. Você não é o mundo, o mundo não
é idêntico a você, mas você está nele e presta atenção nele. O escritor faz
isso – presta atenção no mundo. Sou contra essa ideia solipsista de que está
tudo na nossa cabeça.”
·
solipsista:
a base do conceito solipsista é a
negação de tudo aquilo que esteja fora da experiência do indivíduo.
“PRECISAMOS nos
ver logo porque eu posso mudar demais.”
“NÂO QUERO
retornar às minhas origens. Acho que elas são apenas o ponto de partida. Minha
interpretação é de que já cheguei longe demais. E o que me agrada é a distância
que já percorri desde minhas origens.”
“LER É minha diversão, minha distração, meu consolo,
meu pequeno suicídio. Quando não consigo suportar o mundo, me enrosco a um
livro, e é como se uma nave espacial me afastasse de tudo. Mas minha leitura
não é nada sistemática. Tenho muita sorte de conseguir ler rápido, acho que,
comparada à maioria das pessoas, sou uma leitora veloz, o que me dá uma
vantagem grande de poder ler bastante, mas também tem suas desvantagens porque
não me envolvo muito com aquilo, apenas absorvo e deixo digerindo em algum
lugar. Sou muito mais ignorante do que as pessoas pensam. Se você me perguntar
o que significa estruturalismo ou semiologia, não saberei dizer. Sou capaz de
me lembrar de uma imagem numa frase de Barthes e ter uma ideia geral daquilo,
mas não entender muito bem.”
Imagem:
https://oglobo.globo.com/cultura/livros/as-facetas-menos-conhecidas-de-susan-sontag-1-14913616
“PEDIMOS tudo do amor. Pedimos que seja anárquico.
Pedimos que seja o elo que une a família, que permite que a sociedade seja
ordenada, que permite que todos os tipos de processos materiais sejam
transmitidos de uma geração para a outra. Mas acredito que a conexão entre amor
e sexo é muito misteriosa. Parte da ideologia moderna do amor consiste em
assumir que amor e sexo andam juntos. Acho que eles podem andar juntos, mas
acredito mais numa coisa em detrimento da outra. Talvez o maior problema dos
seres humanos seja o fato de as duas coisas simplesmente não caminharem juntas.
E por que as pessoas querem se apaixonar? Isso é muito interessante. Em parte,
as pessoas querem se apaixonar da mesma maneira como voltam a uma
montanha-russa – mesmo sabendo que seu coração vai se partir.”
“PENSO em mim mesma como alguém que se criou – é uma
ilusão que funciona. Também penso em mim mesma como autodidata, apesar de ter
tido uma excelente educação – Berkeley, Chicago, Harvard. Mas ainda acho que,
em essência, sou autodidata. Nunca fui discípula nem protegida de ninguém, não
fui lançada por ninguém, não ‘fiz minha carreira’ por ser amante, esposa ou
filha de alguém: Nunca esperei que fosse de outra maneira.”
“NÃO QUE eu seja contra poesia – ao contrário, as duas
coisas que mais leio são poesia e história da arte. Mas, na medida em que
existe uma coisa chamada prosa e outra coisa chamada pensamento, acho que fico
girando e girando em torno do problema do que é a metáfora. Não é como uma
comparação: se você diz que uma coisa é como outra coisa, tudo bem, você deixa
claro que são as diferenças... embora às vezes não fique claro, porque a poesia
pode ser muito compacta. Mas quando você diz, por exemplo, ‘a doença é uma
maldição’, vejo como um tipo de colapso do pensamento – é uma forma de parar de
pensar e cristalizar as pessoas em determinadas atitudes.”
“AS PESSOAS dizem o tempo todo: ‘Ah, não posso fazer
isso. Tenho 60 anos, estou velha demais’. Ou: ‘Não posso fazer isso, tenho 20
anos. Sou nova demais’. Por quê? Por que dizer isso? Na vida você quer manter o
máximo possível de opções abertas, mas é claro que quer poder ser livre para
fazer escolhas verdadeiras. Quer dizer, não acho que você possa ter tudo, e é
preciso fazer escolhas. Os americanos tendem a pensar que tudo é possível, e eu
gosto disso nos americanos [rindo]; nesse sentido me sinto muito americana.”
“A MAIORIA das coisas que faço, ao contrário do que
pensam, é muito intuitiva e nada premeditada, e não aquele tipo de atividade
cerebral calculada que as pessoas imaginam. Apenas sigo meus instintos e minhas
intuições.”
“ANTES eu disse que a tarefa do escritor é prestar
atenção no mundo, mas obviamente acredito que a tarefa do escritor, como a
concebo em relação a mim mesma, também é manter uma relação agressiva e
antagônica para com todos os tipos de falsidade. Acho que sempre deveria haver
pessoas autônomas que, por mais quixotesco que pareça, tentam arrancar mais
algumas cabeças (da ‘Hidra de Lerna’),
tentando acabar com a alucinação, a falsidade e a demagogia, tornando as coisas
mais complicadas, pois existe um impulso inevitável para tornar as coisas mais
simples.”
·
Hidra de lerna: era um
animal fantástico da mitologia grega, que habitava um pântano junto ao lago de
Lerna. A hidra tinha corpo de dragão e sete cabeças de serpente, cujo hálito
era venenoso e que podia se regenerar. A Hidra simboliza o nosso interior ruim, nossas paixões e
defeitos, ambições e vícios, o que existe de ruim dentro do nosso mundo
interior. Enquanto a hidra, que representa esse monstro interior, não for
dominada, enquanto nossas vaidades, futilidades e ostentações não forem
dominadas, as cabeças continuam crescendo cada vez mais.
***
Observação:
AQUI, o meu propósito é reunir material de interação social significativa que gere autorreflexão e, quem sabe, a conversação, usando as palavras para o conhecimento útil, aquele que, segundo Sócrates, nos torna melhores. É nessas buscas que percebo o quão incompleto é o conhecimento humano.
Quem sabe, algumas vezes poderei estar correndo o risco de atribuir frases não correspondentes a um ou outro pensador mencionado, apesar do meu rigor em relação às fontes de consulta. Neste sentido, o leitor poderá sugerir eventuais correções, contribuindo para o aprimoramento da informação.
Um amigo tranquilizou-me certa vez, mostrando que, mesmo se involuntário de minha parte, o pensamento não corresponder ao do verdadeiro autor, devo considerar o meu propósito e a essência da ideia.
Por outro lado, de cada autor, sintetizo apenas os pensamentos com os quais me identifico mais.
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