Filosofia: Aspiração por Sabedoria
"Filosofar é passear com um saco e, ao encontrar
alguma coisa que sirva, pegar."
A ‘CORUJA DA FILOSOFIA’ é a Coruja de Minerva. Na mitologia romana, Minerva era a deusa
(divindade) da sabedoria, do conhecimento, da guerra, das artes, da estratégia
militar, da música e da indústria. Sua equivalente na mitologia grega é a deusa
Atena. De acordo com a lenda, a deusa Atena é a filha predileta do deus dos
deuses, Zeus, uma divindade mitológica grega, e da deusa Metis - na mitologia
grega, a deusa da saúde, proteção, astúcia, prudência e virtude, cujo nome
significa ‘conselheira’, e que indica a posse de uma sabedoria prática.
Desde muito tempo, a coruja é tida
como um dos símbolos da sabedoria. Quando a imagem de algum deus aparecia com
uma coruja ao lado, este deus era apresentado como portador da sabedoria.
A coruja tem a capacidade de enxergar na escuridão, conseguindo ver o que outros não veem. A constituição física do seu pescoço permite que ela enxergue tudo em sua volta. Essa seria a pretensão da filosofia, por meio da razão poder ver racionalmente e entender o mundo, mesmo nos seus aspectos mais obscuros. E ainda, enxergá-lo sob os mais diversos ângulos. ‘O sábio enxerga coisas que os ignorantes não veem.’
A coruja é uma ave de hábitos diferentes das outras aves; quando
todas estão migrando ou voltando para o ninho no final do dia, a coruja sai
para fazer um voo panorâmico sobre toda a sua região para descobrir o que lhe
restou daquele dia. São animais com hipermetropia, não enxergam perto (a poucos
centímetros), porém, em distâncias maiores, sua visão é perfeita, principalmente
com pouca luz. A coruja é conhecida por ter olhos bem grandes; também tem a particularidade de girar o pescoço quase por
completo para observar algo ao seu redor, permanecendo com o resto do corpo sem
o menor movimento.
Qual a sua relação então com a filosofia?
A filosofia, por analogia, possui
faculdades ‘idênticas’ às da coruja. Realiza um ‘voo’ sobre todas as realidades
que cercam o homem e descobre o que ‘restou do dia’.
O filósofo é chamado a alçar voo no seu
pensamento; ele tem os sentidos aguçados sobre as coisas, ele não é melhor do que
outros, mas realiza a sua missão de enxergar de cima todas as coisas.
A sabedoria tem olhos grandes, não para cobiçar, mas para ver os detalhes, pois a sua visão deve ser completa.
A sabedoria tem olhos grandes, não para cobiçar, mas para ver os detalhes, pois a sua visão deve ser completa.
A coruja é a ave
soberana da noite. Para muitos povos, significa mistério, inteligência e
sabedoria. Simboliza a reflexão, o conhecimento racional e
intuitivo.
Os
gregos consideravam a noite como o momento propício para o pensamento
filosófico. Por sua característica de animal notívago (noturno), a coruja era
vista pelos gregos como símbolo da busca pelo conhecimento.
Havia uma tradição que dizia: ‘Quem come carne de coruja adquire seus dons de previsão e clarividências, mostrando poderes divinatórios’ (capacidade de adivinhar).
Enquanto
todos dormem, a coruja fica acordada, com os olhos arregalados, vigilante e
atenta aos barulhos da noite. Por isso, ela representa para muitas culturas uma
poderosa e profunda conhecedora do oculto.
A frase de Hegel, ‘A
Coruja de Minerva levanta voo somente ao entardecer’, alude ao papel
importante que desempenha a filosofia. Ou seja, a filosofia só pode dizer algo
sobre o mundo através da linguagem da razão, depois de as coisas terem
acontecido. Assim, para a modernidade ocidental, o símbolo da filosofia passa a
ser a ‘coruja’, uma vez que a visão dessa ave não é unidirecional, pois ela
gira a cabeça quase por completo, olhando para todos os lados. Daí porque a
coruja e a filosofia andam juntas.
A
coruja não é bela. Platão era tido como belo e Sócrates, como feio. Platão
tinha uma visão unificadora, enquanto Sócrates era quase um
perspectivista. Platão ensinava em uma escola que, muitas vezes, foi oficial.
Mas Sócrates ensinava nas ruas. Foi acusado e condenado por seduzir os jovens,
por roubá-los da Cidade, da Pólis. A coruja, por sua vez, é a
ave de rapina por excelência e apanha os descuidados na noite, levando-os para o
seu ninho.
E
então, dá para entender, agora, o que é que a coruja e a filosofia têm em
comum?...
Bom dia. É a primeira vez que entro neste espaço. E espero nunca mais sair, pois aqui encontrei meu ninho: jamais vi uma explicação tão clara e linda sobre minha Ciência. Parabéns, obrigado.
ResponderExcluirGratidão, leitor(a) pelo retorno.
ExcluirNão é a resposta correcta
ResponderExcluirQual seria então? Eu gostaria de conhecer.
ExcluirGostei muito dessas respostas
ResponderExcluirGratidão pelo retorno.
ExcluirQuero fazer um resumo sobre esse texto
ResponderExcluirPrezado leitor(a): que bom o seu retorno.
Excluir🦉
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