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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Netinhos: eles tornam tudo melhor...

Tom Simões, tomsimoes@hotmail.com, agosto 2017




AVÓS, na imaginação infantil, não são velhos. Só os velhos têm a tal noção dos anos se passando... Pra criança não, é sempre tempo presente. ‘Todos sempre foram assim, como hoje os reconheço...’ Pra ela, portanto, os adultos também vivem só o presente; são eternas crianças.  O tempo não envelhece, é essa a sensação que têm elas! Daí  brincarem naturalmente com os avós, de igual pra igual, fantasiando, rolando pelo chão, com igual criatividade... Como se fossem da mesma idade! Criança só não pode imaginar o quanto aprende com os avós, que também aprendem com elas... E como! O aprendizado é recíproco! Netinhos favorecem uma reflexão profunda sobre o que é essencial à natureza humana. Chamam a atenção do vovô e da vovó para a descontração, a humildade, a inocência, a originalidade e, especialmente, a alegria e a fantasia características do mundo infantil, que contagiam. Dão lições extraordinárias sobre a imaginação criadora, a lealdade e a ‘tolerância’. Até velhos rabugentos chegam a surpreender, deixando netos fazerem gato-sapato. Interessante é como avós veem os netos, comparativamente a como viam seus filhos, no período da infância.  Difícil entender. Diz-se que pais foram feitos pra criar, enquanto avós, pra mimar e brincar... E o que dizer sobre experimentar o genuíno amor de neto pelos avós e vice-versa? Daí o encantamento da velha geração! Os velhos elegem os netos como o melhor presente, algo assim como espécie de coroamento da derradeira experiência humana!  Chegam até a crer ser a condição de avó e avô um privilégio divino. Há algo que diz assim, de um desconhecido autor: ‘Avós são amor que nunca envelhece e sabedoria que nunca acaba’. E olha só o que escreve o filósofo Mário Sergio Cortella, que se adapta tão bem na natureza dos avós: Eu preciso transbordar, ir além da minha borda, preciso me comunicar, preciso me juntar, preciso me repartir. Nesta hora, minha vida que, sem dúvida, ela é curta, eu desejo que ela não seja pequena’. E não é mesmo assim?... Apenas uma recomendação: que ninguém dê a chance de avós começarem a falar de netos. Bem provavelmente, irá se arrepender!  E isso sem falar do cansaço que dão os avós aos outros, ao mostrar as intermináveis fotos colecionadas nos WhatsApp da vida! ‘Socorro, como me livrar dessa avó chata?’ Risos...  


           ·       Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli

Um comentário:

  1. “O SÁBIO e a criança não precisam se afirmar, são plenamente o que são, e ponto.”
    fonte: ‘O Caminho da Sabedoria’, Christophe André (psiquiatra, pioneiro na introdução da meditação na psicoterapia), Alexandre Jollien (filósofo) e Matthieu Ricard (monge budista)

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