Roberto da Graça Lopes, dezembro 2016
(colaboração desse amigo-irmão para o blog Tom Simões)
QUANDO É NATAL? Rossano
Sobrinho nos traz esta reflexão em sua obra ‘Evolução pelo amor’: “[...]
É Natal quando, além dos familiares e amigos, além dos ‘próximos mais
próximos’, também nos lembramos daqueles irmãos mais distantes, os últimos da
Terra, os esquecidos do mundo. É Natal quando não deixamos que a saudade do
ente querido que nos deixou se transforme em revolta ou desespero, cantando o
hino da esperança na certeza do reencontro. É Natal, finalmente, quando nossos
olhos vislumbrarem para além do brilho passageiro das luzes que iluminam casas,
bairros e cidades, percebendo a claridade excelsa que desce do Mais Alto, da
eterna Estrela de Belém, convidando todos os homens e mulheres à permanente
renovação do Bem e à vivência ininterrupta do verdadeiro Amor.”
Na visão de Carlos
Heitor Cony (‘O Natal de cada um’, Folha de S. Paulo, 27/12/2015),
“Natal é um oásis de protocolar e epidérmica boa vontade entre os homens.
Convencionou-se um ‘espírito de Natal’, que inclui uma decoração específica, um
peru específico e alguns ritos também específicos. Mas, além das decorações,
dos perus e dos ritos, a Humanidade procura realmente esforçar-se para merecer
um Natal que seja digno do Natal. No resto do ano, os homens flutuam entre a
calhordice e a estupidez. A pausa é necessária, quanto mais não seja, para
relaxar ódios e tensões”.
Há mais de 2000 anos,
por decreto e misericórdia divinos, o milagre da vinda do Cristo aconteceu. E o
coração dos Homens foi alçado à condição de templo interior. E hoje, mesmo em
tempos de contestação e dúvidas, onde se buscam provas da existência de Deus, o
coração não se engana e na época do Natal percebe algo diferente no ar. É
quando a Terra e a Vida recebem abundância de Amor Crístico. É um chamado à
espiritualização, para que cada um acelere a construção de seu paraíso pessoal.
O Natal é então uma
oportunidade sagrada para que cada um possa escutar o Cristo Jesus no seu
coração e lhe dizer: “Faço o Bem a meu próximo, pois, através de Ti, meu Pai, o
próximo é meu irmão”. E que, no Ano Novo, cada um possa inaugurar somente
círculos de Misericórdia e Bem-aventurança que, saídos do coração humano e do
Cristo Jesus, a cada qual retornará.
Rudolf Steiner,
1861-1925, austríaco (filósofo, educador, artista e esoterista, fundador da
Antroposofia, da pedagogia Waldorf, da agricultura biodinâmica, da medicina
antroposófica, da euritmia etc.), disse: “Se quisermos festejar o Natal de modo
cristão, deve existir em nós próprios um Pastor e um Rei. Um Pastor que ouve o
que outras pessoas não ouvem, e que, com todas as formas de dedicação, mora
logo abaixo do Céu estrelado; a esse pastor, anjos anseiam por se revelarem. E
um Rei que distribui dádivas, que não se deixe guiar por nada mais a não ser
pela estrela das alturas e que se põe a caminho para ofertar todas as suas
dádivas, ao pé de uma manjedoura. Mas, além do Pastor e do Rei, deve existir em
nós também uma criança que quer nascer agora!”.
Que os Anjos do Natal
estejam conosco desde os domingos do Advento, época do ano em que algo superior
aflora cada vez mais em nós e diz: “Estou sempre contigo. Aquieta-te ao menos
por uns minutos ao dia e presta atenção em Mim. Eu Sou a voz interior do bom
conselho, a paz que te acalma, a porta do templo em que te transformas quando
Te ilumino. Estou sempre aqui, procura-me e partilharei contigo a minha
sabedoria e a minha alegria”. Este é o Cristo que habita no Homem e que busca
um pretexto para ser lembrado. Este é o Cristo sobre o qual queremos falar nas
leituras e conversas que antecedem o Natal. Porque em todos os Homens há uma
fome de pão, mas também uma fome de boas ideias, de consolo e de paz. E
precisamos alimentar condignamente o corpo, a mente e o coração, este a morada
do Cristo em cada um de nós.
O Advento (do latim adventus:
"chegada", do verbo advenire: ‘chegar a’) é o primeiro tempo
do ano cristão, e antecede o Natal. Para os cristãos é um tempo de alegria, de
expectativa, de restauração do imaginário amoroso do nascimento de Jesus, o
Cristo. Um tempo de estímulo à Fraternidade e à Paz. Um tempo que se estende
pelas quatro semanas que antecedem o Natal.
As velas da coroa do
Advento simbolizam essas quatro semanas. Quando ainda apagadas, vemos uma coroa
sem luz, sem brilho. Simboliza a experiência da escuridão. Mas, à medida que,
semana a semana, se aproxima o Natal, acendemos uma a uma as quatro velas, que
afastam a escuridão, assim como nos afastou da escuridão a chegada do Cristo
Jesus, há mais de dois mil anos uma nova luz no mundo, que traz aos corações a
Reconciliação e o Amor.
Chegou o tempo dos
domingos do Advento, quatro momentos para estarmos, como família, juntos.
Independentemente da crença espiritual de cada um, o que vale é o pretexto para
nos reunirmos e resgatarmos os encontros cada vez mais raros. Nessa época há
algo de diferente no ar, e todos nós somos capazes de sentir isso. Nos sentimos
mais alegres e confiantes, sentimentos muito bons para partilharmos.
No coração daqueles que
sentem uma inexplicável alegria com a chegada do Natal arde mais fortemente uma
Chama Divina. E ela é trina, ou seja, sua substância é a mescla perfeita de
Amor, Sabedoria e Poder. Qualidades que, não por coincidência, foram os
principais atributos de Jesus, o Cristo, quando caminhou sobre a Terra.
Quando estiveres
triste, diz: “EU SOU feliz”. E a alegria virá. Quando estiveres confuso, diz:
“EU SOU Luz”. E o discernimento virá. Quando estiveres tenso e agitado, diz:
“EU SOU Paz”. E a quietude virá. Quando quiseres ouvir a voz da tua verdadeira
consciência, diz simplesmente: “EU SOU um só com o meu Cristo”. Neste Natal,
que o Cristo veja em teu coração uma manjedoura que O acolha e acarinhe. Assim
receberás também a visita de José, de Maria, dos três Reis Magos e de todos os
Anjos que conseguires abraçar. Serás tão feliz quanto queiras. Esforça-te para
ser assim!
Espetacular.
ResponderExcluirQue a PAZ esteja contigo e tua família Tom, vocês merecem muito.
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