Blogue do Tom na marca dos 100.000 acessos. Aleluia!

“Age de modo que consideres a humanidade tanto na tua pessoa quanto na de qualquer outro, e sempre como objetivo, nunca como simples meio.”

Immanuel Kant

Tom Simões, jornalista, Santos (São Paulo, Brasil), outubro 2016

UMA LEITURA útil pode nos despertar e libertar de velhas formas de pensar, repetitivas e condicionadas. Porque deve haver o desejo de a gente se reinventar periodicamente e isso vale mais ainda para quem acredita no poder individual de transformar o mundo ao seu redor. “Mire e veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando”, escreve Guimarães Rosa, um dos mais criativos e relevantes escritores brasileiros de todos os tempos. Por sua vez, o amigo Antonio Carlos Frade, arquiteto, acrescenta: “Infelizes os que não se deixam permear por boas ideias de outrem, pois somos seres mutantes a caminho da perfeição”.

As palavras, alinhava o grande mestre Rubem Alves (doutor em teologia e filosofia, psicanalista, escritor e educador), só têm sentido se nos ajudam a ver melhor o mundo. “Aprendemos palavras para melhorar os olhos. Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem... O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido.”

Textos dependem do quanto engajem as pessoas. “Buscar o conhecimento e compartilhá-lo com amigos tem sido para mim uma jornada extraordinária”, escreveu alguém no Facebook, que passei a reproduzir habitualmente. Perdão, peço ao autor, do qual não guardei o nome, mas vesti a ideia, que se ajusta perfeitamente ao meu trabalho de divulgação jornalística no campo da psicologia e filosofia.

Sou um buscador. Seleciono temas que visam ao enriquecimento das pessoas, pontos de vista agregadores de conteúdo. Procuro algo que proponha um pensamento novo. Escrevo para leitores com as mesmas afinidades de pensamento e sentimento. Por isso sei que escrevo para poucos, os poucos que compactuam com as minhas crenças. Escrevo para esses ‘extraordinários amigos’ que se encontram no mesmo processo de busca, felizardos, que desejam transformar sua biografia, tornando-a dia-a-dia interessante, prazerosa de ser vivida. Ao imaginar que uma fração dos que me leem possam ter um ‘insight’ pró-felicidade a partir de algum dos meus artigos, me sinto recompensado.  Penso que devemos agir em prol de somar felicidade à comunidade humana. Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar a quem nos acolhe; alguém pode até se sentir inspirado a melhorar algo em sua vida, quem sabe? Isto é filosofia utilitarista.

“Uma parte do meu amor pelas palavras é a possibilidade de me aproximar de outras pessoas por meio delas. A ideia de compartilhar nosso conhecimento e ajudar os outros já foi testada e aprovada muitas vezes ao longo dos tempos. O que talvez surpreenda é o nível de satisfação que pode nos proporcionar. Eu gosto do compartilhamento das percepções e da sabedoria adquirida”, escreve Julia Cameron, escritora americana, em sua obra ‘Nunca é tarde demais’.

Para Julia, ao escrever, nos vemos fazendo algo parecido com orar. “Entramos em contato com uma força interior que é só nossa. Não importa o nome que damos a ela. O importante é saber ouvir. E, quando fazemos isso diariamente, os resultados são impressionantes. ‘Por favor, me guie’, pedimos, e somos recompensados. A recompensa pode vir na forma de um palpite ou uma intuição. Pode vir na forma de uma conversa com um desconhecido. O importante é que a orientação vai aparecer, e, se estivemos abertos para isso, vamos ouvi-la.”

Isso é muito comum quando estou escrevendo. Concentrado num tema, as ideias surgem não raramente de forma repentina. Às vezes sinto uma força interior como que mostrando: “Pega mais isto. E isto”. E tudo vai se encaixando, de forma mágica. Johann Goethe, escritor alemão, escreveu algo nesse sentido: “Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o Universo conspira a seu favor”.

Para mim também, como para Julia Cameron, escrever é como orar. Daí eu comumente evocar o poder supremo para trabalhar os textos, para que eles respondam e beneficiem muitos leitores. 

Em comunhão com as forças da natureza

Como escreve Miguel Unamuno, poeta e filósofo espanhol: “Aquilo a que chamamos espírito parece-me muito mais material do que aquilo a que chamamos matéria; sinto a minha alma mais manifesta e mais sensível do que o meu corpo”.

Intuição é uma forma de conhecimento que está dentro de todos nós, embora nem todas as pessoas saibam utilizá-la. Em psicologia, de acordo com a Wikipédia, intuição é um processo pelo qual os humanos passam, às vezes e involuntariamente, para chegar a uma conclusão sobre algo. “Na intuição, o raciocínio que se usa para chegar à conclusão é puramente inconsciente, fato que faz muitos acreditarem que a intuição é um processo paranormal ou divino. Sua existência e funcionamento são um enigma para a ciência.” 

E ela é um aspecto bem importante do meu processo criativo. Ao longo do tempo, cada vez com mais frequência, a experiencio quando escrevo, deixando-me guiar por essa voz silenciosa. Chego a me emocionar. Porque as ideias vão surgindo e se encaixando no texto, dissipando os nós, de forma surpreendente. É quando me sinto parte do Ser Total.

“Somos imbuídos de uma sabedoria natural e nossa existência é o conhecimento do Universo. Cada um de nós vivencia isso à sua própria maneira e pode chamar essa sabedoria de nomes diferentes, como mestre interior, Deus, Espírito Santo ou guia espiritual. Carregamos a verdade dentro de nós. Em algum momento deixamos de lado essa verdade, mas ela não se esquece de nós. Bem cedo, experimentamos a perda dessa orientação interna. O GPS de nossa alma continua em perfeitas condições de funcionamento, mas agimos como se estivesse quebrado. Aprendemos a depender do ego e do intelecto para seguir nosso percurso. Isso até funciona bem para viagens curtas, mas não para a longa jornada que é o nosso verdadeiro caminho, de modo que perdemos grande parte da nossa vida na tentativa de recuperar nossa sabedoria. Todos nós somos Buda, lembrem-se disso, ou seja, aquele que despertou, que se lembrou de sua natureza não condicionada. Há dentro de cada um de nós uma voz silenciosa e suave que é a nossa verdadeira voz e, quanto mais dispostos a ouvi-la estivermos, mais fácil será escutá-la. Essa voz também está sempre pronta para me apoiar e à disposição quando preciso dela. Ela é um ‘sim’ para mim quando sinto sua presença em meu corpo, meu coração e meu pensamento. É o que procuro escutar quando preciso tomar uma decisão. É o que me ajuda a reconhecer e seguir o grande plano”, escrevem Louise Hay e Robert Holden na obra ‘A vida ama você’.

“Porém, escrevem esses autores, quando paramos de escutar essa sabedoria interna, acabamos rejeitando a nós mesmos. Em vez de sermos quem verdadeiramente somos – sermos originais, se preferir –, tentamos nos encaixar, agradar aos outros, ser normais. Mas não viemos ao mundo para ser normais! Ser normal, na maioria das vezes, é não ir atrás do que o faz feliz. No fim da sua vida, ninguém vai lhe perguntar se você foi normal.” Mas você vai se perguntar se foi ou está feliz.

“O fato é que a vida tem um plano para cada um de nós. Esse plano é para o nosso bem e para o bem maior de todos. É um Plano Universal que supera qualquer gratificação do ego e que visa atender nossos sonhos mais altos. Tudo que podemos fazer é deixar que o amor guie o nosso caminho”, admitem Hay e Holden. 

Trabalho dignificante

O blogue do Tom Simões foi criado em 27 de fevereiro de 2008, concebido por Lineu Santos, jovem amigo-irmão, que costumo denominar de ‘meu filho mais velho’, o maior incentivador desse projeto - algo que confere alguma significação à minha vida. Há algum tempo, ele vem sendo editado por Guilherme, meu filho. Importante também é a valiosa participação dos amigos Márcia Navarro Cipólli e Roberto da Graça Lopes, como revisores dos textos. O resto é história. A página, que aborda autoconhecimento sob mil vieses, tem trazido um retorno inesperado: a credibilidade que alguns leitores me conferem ao buscar orientação para solucionar problemas pessoais. Com o advento do Facebook, então, vem aumentando o número de pessoas que me escrevem para pedir orientação em problemas particulares. Tal demanda inspira-me mais e mais ao estudo e à redação, que desenvolvo em horas livres, sobretudo em finais de semana. E tenho frequentado cursos especializados na área da psicanálise, embasando-me para uma orientação mais segura, responsável. Afinal, comungando com as palavras do ‘O Pequeno Príncipe’, de Antoine Saint Exupéry, “Tu és eternamente responsável por tudo aquilo (todos aqueles) que cativas”.

Compartilho meu tempo, minhas ideias e minhas crenças. Compartilho uma parte de mim mesmo. Quando nos valorizamos mais, nos relacionamos de forma mais plena. Meu propósito com este trabalho é capacitar-me para a felicidade pessoal, e, assim também, contribuir para um mundo melhor; muitos dos meus pensamentos e ações se dirigem diuturnamente a essa meta. Há algo em mim que considero valioso: eu me vejo como me mostro nas minhas narrativas. Como há também o interesse em levar os que se atrevem a ser meus leitores para um estágio melhor. Escrever textos e dar novas interpretações aos meus achados bibliográficos para esse propósito me trazem uma sensação de paz e significado. Isto também me leva a Hay e Holden: “Não é uma questão de ambição, mas de propósito. Não visa ao lucro e sim à paixão. Não é voltado para ganhos pessoais e sim para servir”.   

Então, prossigo tomando emprestadas as palavras de Julia Cameron, bastante oportunas: “Rezo para que o que escrevo possa ser útil. Rezo para ser produtivo e sereno. Rezo para ser bem conduzido. Gosto de trabalhar. De me manter ativo. Provavelmente é minha maior qualidade – é uma sorte ser assim. Todo mundo tem uma fonte de criatividade borbulhando sob a superfície, esperando para ser explorada. Não existe mágica, sucesso instantâneo, e sim um progresso visível quando trabalhamos, dia após dia. A arte exige prática e, com isso, fazemos progressos. Percebo que desejo escrever não só para mim mesmo, que me sinto melhor escrevendo do que não escrevendo...”.

Aleluia! Aleluia! Aleluia!... Aleluia expressa sentimentos de conquista, quando algo desejado acontece. Uma exaltação de alegria. Obrigado, seguidores! Com a presença de vocês eu me sinto abençoado e preenchido por entusiasmo e profunda paz e gratidão. Com boa vontade busco o bem-estar de meus leitores e compartilho o que amealho de conhecimento, acabando por me beneficiar muito mais, certamente.

Como instrui Osho, filósofo indiano: “Você tem tanto amor e tanto êxtase que gostaria de compartilhá-los. E quem quer que esteja pronto para recebê-lo terá a sua gratidão. Ele é um presente, e não tem causa na pessoa a quem você o está dando. Você o está dando porque se sente pleno; você está transbordando. No momento em que você conhecer a si mesmo em toda a sua totalidade, pela primeira vez você será capaz de ser altruísta, compassivo, amoroso, bondoso, generoso.” E eu estou buscando esse conhecimento de mim mesmo.

Para esse filósofo, o homem iluminado lhe dá amor, não para receber de volta. “Ele o compartilha e lhe fica agradecido porque você lhe deu essa oportunidade; porque você estava suficientemente aberto, disponível, vulnerável; porque você não o rejeitou quando ele estava pronto para despejar todas as suas bênçãos sobre você; porque você abriu seu coração e recebeu tanto quanto estava dentro da sua capacidade.”

“Você sabe o que faz a prisão desaparecer? É cada afeição profunda, genuína. Ser amigos, irmãos, para amar, isso abre a prisão pelo seu poder soberano, o seu encanto poderoso. Alguém que não tem isso está desprovido de vida”, escreve Vincent van Gogh, pintor holandês.

Portanto, amável leitor, agora que o blogue passou a marca das 100 mil visitas, agradeço muitíssimo pelo gentil acolhimento. Eu espero que continue encontrando aqui algo que possa usar para melhorar sua vida. Lembrando Friedrich Nietzsche, filósofo alemão, ‘Não desejo roubar sua solidão sem antes lhe oferecer verdadeira companhia’.

Receba então o meu abraço de gratidão! Abraço é a única coisa do mundo que, quanto mais apertado ele é, mais alívio ele dá, alguém revelou. “Dentre as linguagens corporais, talvez seja a de maior significado e importância.” Fique com Deus, ou Jesus, ou Buda, ou Maomé, ou Krishna, ou seu Espírito Guardião, Anjo da Guarda, Santo de Devoção... Aquiete-se para encontrá-lo! E torne sua vida:

EXTRAORDINÁRIA!

            ·         Revisão do texto: Roberto da Graça Lopes e Márcia Navarro Cipólli