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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Polêmica sobre a pílula do câncer

Tom Simões, tomsimoes@hotmail.com, agosto 2016



Eu conheço dois pacientes que foram curados com a fosfoetanolamina. Um com câncer de próstata e o outro com câncer de intestino, ambos em estágio avançado. Certamente, há vários casos de cura da doença com a polêmica pílula. Lamentavelmente, algumas mídias, como, por exemplo, o jornal A Folha de S. Paulo do qual sou assinante, se restringe a divulgar as decisões judiciais e alguns passos dados pela ortodoxia científica, que agora se volta para o medicamento. Mas falta uma abordagem ampla, que converse com pacientes que sobreviveram à doença ao tomarem o medicamento. É preciso reverter essa decisão judicial e a mídia pode ter papel importante nesse processo. Certamente, e felizmente, quem está com a decisão nas mãos não está experimentando o câncer em algum membro de sua família. Pois, se estivesse, sabendo que a fosfoetanolamina é uma possível esperança, não resistiria em correr atrás do medicamento, como tantas pessoas que anseiam pela cura estão fazendo desesperadamente.


“Sei de mais de uma pessoa que tem um ente querido doente de câncer e que lamenta e sofre com a decisão judicial de impedir a obtenção do medicamento fosfoetanolamina. Realmente é sem propósito a ingerência do Judiciário em uma questão que até aqui me parece que não lhe compete. É brincar de rei e ter domínio sobre a vida e a morte de seus ´súditos’, os cidadãos alijados de exercer o seu livre-arbítrio, de poder escolher se querem ou não tomar essa ‘pílula da esperança’. Isto porque ainda que ela não venha a ter (testes estão em andamento) o efeito curativo que se espera, também não há registro de efeitos colaterais deletérios em quem já fez uso dela, e, sobretudo, não há má fé, estelionato, pois a fosfoetanolamina é oferecida gratuitamente”, revela Roberto da Graça Lopes, médico-veterinário, pesquisador científico por profissão. Para ele, “ninguém lucra com a sua venda, ela pode ser tomada junto com a quimioterapia tradicional, esta sim de interesse da indústria farmacêutica e dos que a protegem. A sociedade cujo Deus é a ciência é pródiga em condenar o que não consegue explicar pelo rito científico. Mas, no caso daqueles cuja vida está por um fio, e à beira do precipício, e têm que se agarrar até ao mais tênue fio de grama, há ainda o fator psicológico, o fator motivação, para enfrentar dias difíceis, dias em que nem a morfina consegue ludibriar as dores. E, mesmo se apenas isso for real na fosfoetanolamina (posição da qual não partilho), então não há espaço para nenhum argumento jurídico que permita a algum Juiz invadir os lares, as vidas daqueles que padecem com o câncer, e lhes negar essa possibilidade de cura (não importa de onde surja a força para isso). Isto, um dia, quem sabe, ainda poderá ser caracterizado como homicídio culposo”.

Em tempo, o Judiciário proibiu o uso da substância porque ainda não está cientificamente comprovada a sua eficácia, mas não proíbe o uso do fumo, apesar de já estar cientificamente comprovada a sua ação cancerígena (dentre tantos outros efeitos deletérios).



Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com

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