Tom
Simões, jornalista, Santos (SP), tomsimoes@hotmail.com
NA TARDE de ontem, 26 de novembro, dirigindo-me a um
shopping para almoçar, na capital paulista, onde trabalhava nesse dia, eu
passava por debaixo de um viaduto onde alguns moradores em situação de rua
costumam acomodar-se. Moro na cidade de Santos. A inusitada cena emocionou-me.
Ao lado de dois colchões, uma árvore de Natal! No regresso do almoço, no mesmo
local, ao lado da árvore de Natal, deparei-me então com um casal, que não
aparentava a condição de viver na rua, cuja mulher dava mamadeira a um bebê.
Imediatamente imaginei o meu neto, Martim, de seis meses, naquela realidade. Imaginei
tratar-se, talvez, de um casal de outra cidade, outro Estado, que resolveu
arriscar a vida na cidade de São Paulo, como é comum na população sem moradia. A
cena fixou-se em minha mente, até mesmo antes da hora de dormir, na cama, quando
me concentrei no sentido de que a proteção divina lá estivesse iluminando o
destino daqueles três seres humanos. E, refletindo sobre a experiência, não me
perdoei por não ter ali retornado para reviver o Cristo que trago dentro de
mim, exercitando o verdadeiro espírito natalino. Poderia ser apenas para lhes
oferecer o pouco que tinha na carteira, ou trocar algumas palavras, trocar
humanidade, trazer encorajamento. Quem sabe, na próxima semana, quando retorno
à capital paulista, ainda os encontre! É claro que o meu desejo é que o casal
encontre rapidamente o destino esperado. Questão de dignidade humana!
“HÁ UM DEUS dentro de mim,
há um mundo ao meu redor.
Se estiver ouvindo o mundo,
ao meu Deus ouço melhor.”
Rudolf Steiner
https://www.youtube.com/watch?v=u6WYkFMAn_g - Provocações 61com moradores de rua
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