A
minha ideia é substituir programações televisivas por vídeos educativos
Tom Simões,
jornalista, tomsimoes@hotmail.com,
Santos (São Paulo, Brasil)
Imagem: http://chiav.wordpress.com/
AO
SUBMETER-ME recentemente a alguns exames médicos, impressionei-me com a prática
comum do uso da televisão nos consultórios e clínicas médicas, sintonizada em
programas, para mim um tanto estressantes. Daí eu imaginar algumas pessoas,
muitas vezes tensas ou deprimidas, aguardando o atendimento, terem de se
submeter obrigatoriamente a uma programação televisiva indesejada e, frequentemente,
com o som alto.
É claro
que o propósito do médico é distrair o cliente enquanto ele aguarda a vez de
ser atendido, embora eu creia que a secretária distraia-se mais, por ser ela
provavelmente a responsável pela escolha dos canais. Então imagino que as salas
de espera deveriam ser transformadas num ambiente propício para acalmar as
emoções e relaxar. Penso ser melhor para o cliente acalmar a mente antes de um
exame médico do que deixá-la inquieta, repleta de informações que incluem
tragédias e outras tristezas.
‘A
maioria das pessoas gosta da programação mais popularesca da televisão’, alguém
poderia contra-argumentar. Mas nem por isso se deve alimentar esse ‘prazer no
telespectador’. O responsável pela escolha de um canal de TV em um ambiente
médico deve oferecer ao público uma programação mais educativa, menos
mercantilista, inútil e agressiva. Eis aí a oportunidade para um aprendizado
involuntário.
Vem daí
a seguinte ideia: deveriam selecionar vídeos com reportagens
educativas na área da saúde, por exemplo, preenchendo o tempo do cliente com
alguma reflexão produtiva sobre algo que favoreça a sua capacidade de lidar com
o estresse e produza bem-estar. Vídeos sobre meditação também são oportunos. Ou
algo que pelo menos preencha o olhar dos cativos das salas de espera com cenas
interessantes sobre arte, esportes, viagens. Talvez até o som seja dispensável.
Outra possibilidade: eliminar a televisão da sala de espera! Observo algumas
vezes pessoas conversando entre si sobre coisas muito produtivas. E outras com
dificuldade de ler um livro ou uma revista, por conta do ruído.
Este
comentário não deriva de uma especulação mental, mas sim de uma experiência que
vivi nestas duas últimas semanas. Ah! Não se preocupe leitor, está tudo muito
bem com a minha saúde. É que eu tenho esse saudável hábito da visita periódica
ao médico. Melhor prevenir do que remediar, literalmente.
Possivelmente,
deve haver algumas clínicas e consultórios já sintonizados com essa ideia.
Deepak Chopra, médico e escritor americano, lembra que tradições de sabedoria
de todo o mundo afirmam que todos devem ter acesso à paz, calma, silêncio,
plena alegria em respeito à própria vida. E por que não, mesmo em um
consultório médico? “Esteja bem descansado, sempre que possível. Mantenha-se
afastado de circunstâncias estressantes e de pessoas que o deixam vulnerável”,
cita o autor em ‘Supercérebro’.
Tudo
isso me lembra também o mestre budista Geshe Kelsang Gyatso, na obra ‘Transforme sua Vida’: “Quando buscamos algo para nos distrair, para obter prazer... É preciso
distinguir esse algo com o que a gente ‘apenas’ se identifica (distrai ou se
diverte....) daquele algo com que a gente se transforma
essencialmente. É preciso então conciliar o prazer temporário com alguma
prática educativa, sobretudo aquela capaz de nos levar à autorreflexão e mudança
positiva de comportamento”.
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