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quarta-feira, 2 de abril de 2014

OSHO E SEUS LIVROS

“Ninguém alcança nada por meio dos livros, mas os livros podem ajudá-lo a ir além”


LER é o bastante. Meditar é o suficiente. Admirar o mundo é tão bom!  Mover-se para além do visível, penetrar no inocente, no silente, no misterioso. Falar o minimamente necessário, estar apenas ali, evitando os ruídos da mente. Importa mesmo experienciar o que é viver continuamente na paz, no miraculoso...

Na obra “Inocência, conhecimento e encantamento”, da série Questões Essenciais (baseada em palestras proferidas por Osho, ao longo de sua vida), alguém pergunta a Osho, filósofo indiano:

“Sou novo nos seus ensinamentos, mas, se o entendi até agora, você diz (aproximadamente) que o conhecimento obtido dos livros é mera informação, e como tal é inútil e estéril – o que importa é um conhecimento interior derivado da experiência, mais do sentimento do que do intelecto. Por que, então, você publica livros?


Ao que, com toda a sua sabedoria, Osho responde: “Eu falo para seduzi-lo para o silêncio. Eu uso palavras para que você possa ser persuadido na direção da existência sem palavras. Os livros estão aí para conduzi-lo adiante, não para você se prender a eles. No máximo eles são pontes. Mas se você construir sua casa em uma ponte, você é um tolo. Você deve atravessar a ponte! Neste momento você não consegue entender o silêncio, você só consegue entender as palavras. Eu terei de usar palavras para lhe transmitir a mensagem do silêncio. Entre as palavras, nas entrelinhas, às vezes, se você se demorar comigo tempo suficiente, poderá um dia começar a ouvir o silêncio – então não haverá necessidade dos livros; então queime esses livros junto com os Vedas, as Bíblias e as escrituras sagradas. Meus livros também têm de ser queimados. Tudo tem de ser deixado para trás. Mas neste momento você ainda não está pronto. Quando estiver pronto, não haverá necessidade de nenhum livro. Esses livros não são publicados para aqueles que já entendem. Esses livros são publicados para aqueles que têm o desejo de entender – mas ainda não entendem. O desejo de entender é belo. Essas pessoas têm de ser ajudadas. E se estou aqui para ajudá-lo, tenho de me aproximar de você. Antes que você possa se aproximar de mim, eu terei de me aproximar de você – essa é a única maneira. Antes de poder levá-lo para o lugar onde estou, tenho de descer até o lugar onde você está. Esses livros não são necessários. São necessários por causa de você. Se você conseguir ultrapassá-los, evitá-los, prescindi-los – maravilha! Mas você ainda não é capaz de prescindi-los, do contrário não estaria aqui. Você está aqui para me ouvir. Ainda está esperando que, ouvindo-me, possa alcançar alguma coisa. Não acho que, por ouvir minhas palavras, você possa alcançar. Acho que, ouvindo, você se tornará capaz de ouvir o que não é dito e, através disso, você irá alcançar. Ninguém alcança nada por meio dos livros, mas os livros podem ajudá-lo a ir além. Todas as escrituras dizem a mesma coisa. Em algum lugar nos Upanishads, eles dizem: ‘O alvo, onde está? Onde está o alvo? Vá além das palavras, só assim você saberá.’ Meus livros estão aí para serem transcendidos. Desfrute deles enquanto os estiver lendo, mas não se apegue a eles. E se prepare para ir além.”


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