“Ninguém alcança
nada por meio dos livros, mas os livros podem ajudá-lo a ir além”
LER é o bastante. Meditar é o suficiente. Admirar o mundo é
tão bom! Mover-se para além do visível,
penetrar no inocente, no silente, no misterioso. Falar o minimamente
necessário, estar apenas ali, evitando os ruídos da mente. Importa mesmo experienciar o que é viver
continuamente na paz, no miraculoso...
Na obra “Inocência,
conhecimento e encantamento”, da série Questões Essenciais (baseada em palestras proferidas por Osho, ao longo de sua vida), alguém pergunta a Osho, filósofo
indiano:
“Sou novo nos seus ensinamentos, mas, se o entendi até
agora, você diz (aproximadamente) que o conhecimento obtido dos livros é mera
informação, e como tal é inútil e estéril – o que importa é um conhecimento
interior derivado da experiência, mais do sentimento do que do intelecto. Por
que, então, você publica livros?
Ao que, com toda a sua sabedoria, Osho responde: “Eu falo
para seduzi-lo para o silêncio. Eu uso palavras para que você possa ser
persuadido na direção da existência sem palavras. Os livros estão aí para conduzi-lo adiante, não para você se prender a
eles. No máximo eles são pontes. Mas se você construir sua casa em uma
ponte, você é um tolo. Você deve atravessar a ponte! Neste momento você não consegue
entender o silêncio, você só consegue entender as palavras. Eu terei de usar
palavras para lhe transmitir a mensagem do silêncio. Entre as palavras, nas
entrelinhas, às vezes, se você se demorar comigo tempo suficiente, poderá um
dia começar a ouvir o silêncio – então não haverá necessidade dos livros; então
queime esses livros junto com os Vedas, as Bíblias e as escrituras sagradas.
Meus livros também têm de ser queimados. Tudo tem de ser deixado para trás. Mas
neste momento você ainda não está pronto. Quando estiver pronto, não haverá
necessidade de nenhum livro. Esses livros não são publicados para aqueles que
já entendem. Esses livros são publicados para aqueles que têm o desejo de
entender – mas ainda não entendem. O desejo de entender é belo. Essas pessoas
têm de ser ajudadas. E se estou aqui para ajudá-lo, tenho de me aproximar de
você. Antes que você possa se aproximar de mim, eu terei de me aproximar de
você – essa é a única maneira. Antes de poder levá-lo para o lugar onde estou,
tenho de descer até o lugar onde você está. Esses livros não são necessários.
São necessários por causa de você. Se você conseguir ultrapassá-los, evitá-los,
prescindi-los – maravilha! Mas você ainda não é capaz de prescindi-los, do
contrário não estaria aqui. Você está aqui para me ouvir. Ainda está esperando
que, ouvindo-me, possa alcançar alguma coisa. Não acho que, por ouvir minhas
palavras, você possa alcançar. Acho que, ouvindo, você se tornará capaz de
ouvir o que não é dito e, através disso, você irá alcançar. Ninguém alcança
nada por meio dos livros, mas os livros podem ajudá-lo a ir além. Todas as
escrituras dizem a mesma coisa. Em algum lugar nos Upanishads, eles dizem: ‘O alvo, onde está? Onde está o alvo? Vá
além das palavras, só assim você saberá.’ Meus livros estão aí para serem
transcendidos. Desfrute deles enquanto os estiver lendo, mas não se apegue a
eles. E se prepare para ir além.”
***
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