Importante despertar
para a sensatez!
EM ALGUM LUGAR, em algum momento, chega alguém que
começa a falar sobre algo de seu próprio interesse. Isto com certa frequência.
Esse alguém relata o fato até de maneira cansativa, ignorando se o outro
demonstra interesse no tamanho dos detalhes. A questão é: será que o ouvinte
também não teria algo a dizer de si próprio? – “E aí, tudo bem contigo? O que
conta de novo? Como passou o final de semana?” Por que somente a vida do
falante, a sua família, o seu trabalho, a sua escola, os seus amigos, a sua
alegria, a sua tristeza, a sua revolta?... Então, é produtivo que o falante
desperte neste sentido, demonstrando natural e igual interesse na fala do
outro. Ou então, não há quem aguente silenciosamente o constante monólogo
diário! Isso é uma espécie de ‘sofrimento calado’. Só mesmo uma pessoa muito
educada, espiritualizada, para ouvir, ouvir, ouvir..., e ainda assim se colocar
generosamente. Quem se identifica com um ou com o outro? Há algo que diz: “Eu
não tolero quando o outro não prestigia uma realização minha, mas eu não
percebo quando não prestigio a realização do outro”. Como também:
“Porque aquele que reivindica, apenas para si, a felicidade como um bem maior,
mesmo que não tenha consciência disto, rompe o ciclo do fluxo vivo de energia
que é a base de tudo o que é espiritual. Vamos supor que você é atendido em um
determinado desejo. Se o bem recebido tiver seu objetivo máximo em você mesmo, ele
não poderá continuar vivo em você, e então sua felicidade irá durar pouco. Isso
é prazer, não é felicidade. Só aquele que mantiver o ciclo fluindo ativamente,
permanecendo consciente e inspirado pelo desejo de colocar em uso espiritual
tudo o que recebeu em ajuda e graça, em felicidade e realização, em intervenção
divina e orientação e que, além disso, agir e sentir assim, será capaz de
suster e manter viva sua própria felicidade.” O mundo começa na palavra que
dizemos, diz o padre Fábio de Melo. Para ele, a próxima palavra a ser proferida
é sempre a nova oportunidade que recebemos de mudar a história. “Palavras
possuem o poder de mover as estruturas. Por meio delas vivemos o processo da
‘metanoia’, palavra de origem grega que significa ‘mudança de mentalidade’.
Mudar de mentalidade é assumir um novo jeito de interpretar os fatos, as
pessoas e o mundo. Por isso, as palavras são ditas, são escritas. Para que
tenham o poder de transformar as mentalidades.” E então nos brinda padre Fábio:
“Olha devagar para cada coisa. Aceita o desafio de ver o que a multidão não
viu”.
Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli,
navarro98@gmail.com
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