“A qualidade da sua consciência neste momento é que vai
determinar o tipo de futuro que você vai viver”
Imagem: www.dicasaqui.com
“A IDEIA de que o mundo mudará se um número suficiente de pessoas elevar a
sua consciência é absolutamente verdadeira. Se desejarmos um mundo novo,
teremos uma enorme vantagem se soubermos o que quer dizer uma mudança de
consciência’, revela Deepak Chopra em “A
paz é o caminho”.
Segundo o psicanalista Domingos Fortes, domfortes@gmail.com, de Santos (SP), professor
do “Curso Livre para Formação em
Psicanálise”, que ora frequento, recentes relatos acerca da atividade
humana, olhando retrospectivamente o Século XX, mostram que, muito mais do que
os tempos, as pessoas também estão mudando, uma a uma e coletivamente. “Em
nenhum outro período da história tantos aspectos da experiência humana foram
tão alterados quanto hoje. As pessoas, atualmente, vivenciam a si próprias e ao
mundo de maneiras muito diferentes daquelas dos seus ancestrais. Qualquer que
seja o seu legado, o Século XX será
lembrado como uma era de importantes transformações pessoais e planetárias.”
(grifo dele)
Para Fortes, todos estão, a cada instante, procurando, e alcançando,
alguma forma de transformação em busca de conhecimento (melhora da qualidade de
vida). “O ser humano está permanentemente se adaptando a cada momento especial,
momento esse que se transforma de acordo com o entendimento de cada pessoa, com
o próprio ponto de vista individual”.
“CONSCIÊNCIA” é o tema do meu
blog: www.tomsimoes.com . Há neste
veículo o propósito da autorreflexão para nos tornarmos pessoas melhores. Porque
despertar para o essencial da natureza humana é o caminho para experimentar a
paz. Porque eu creio que é preciso investir diariamente na mudança positiva da
mente. Porque, uma vez ativada a autoconsciência, não há mais retrocesso; há
apenas o progresso. Passamos então a controlar as costumeiras inconsequências
de nossas atitudes. Continuamos a errar sim, por se tratar de um processo
gradativo de mudança para superar a ignorância. Mas, então, o erro passa a ser consciente.
Erramos, nos arrependemos e tentamos nos corrigir.
O processo de transformação nos leva ao erro, a percebê-lo e à necessidade
vital de corrigi-lo imediata e acertadamente. Esse processo, inclusive,
propicia uma responsabilidade maior com o mundo, pois, com a consciência
desperta e mais amadurecidos emocionalmente, somos capazes de acolher generosamente
a limitação dos outros. Capazes de ser mais tolerantes e produtivos como seres
humanos verdadeiramente responsáveis. E isto sim faz a diferença para o
progresso de cada um de nós. É quando, por exemplo, chegamos a nos surpreender
com a mudança do outro quando, na realidade, quem mudou fomos nós.
O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA
Imagem: www.redefonte.com
“SER CONSCIENTE não é um estado momentâneo em nossa existência. Ser
consciente refere-se à nossa maneira de existir no mundo. Está relacionado à
forma como conduzimos nossas vidas e, especialmente, às ligações emocionais que
estabelecemos com as pessoas e as coisas no nosso dia a dia. Ser dotado de
consciência é ser capaz de amar”, disse Osvaldo, médico psiquiatra, professor
assistente de Psiquiatria, que deu aula na UERJ a Ana Beatriz Barbosa Silva,
médica com pós-graduação em psiquiatria, autora de “Mentes Perigosas: O psicopata mora ao lado”, que leio pela segunda
vez.
No entender da autora, a consciência é um senso de responsabilidade e
generosidade baseado em vínculos emocionais, de extrema nobreza, com outras
criaturas (animais, seres humanos) ou até mesmo com a humanidade e o universo
como um todo. É uma espécie de entidade invisível, que possui vida própria e
que independe da nossa razão. É a voz secreta da alma, que habita em nosso
interior e que nos orienta para o caminho do bem.
Para Ana Beatriz, ter consciência ou ser consciente trata-se de possuir o
mais sofisticado e evoluído de todos os sentidos da vida humana: “o sexto sentido”. “Atrevo-me a afirmar
que tal sentido foi o último a se desenvolver na história evolutiva da espécie
humana. Nossa humanidade, benevolência e condescendência devem ser atribuídas a
esse nobre sentido. A consciência é criadora do significado de nossa existência
e, de forma subjetiva, também é criadora do significado da vida de cada um de nós.
Ela influencia e determina o papel que cada um terá na sociedade e no universo.”
A consciência é tão espetacular que só podemos senti-la, e talvez esteja
aí toda a sua grandeza, diz a autora. “Se existe alguma coisa de divino em nós,
entendo que a nossa consciência seja essa expressão e, quem sabe, uma fração
incalculável do tão falado e pouco praticado amor universal ou incondicional.
Na verdade, esse ‘sexto sentido’ é essencialmente baseado na compaixão e na
verdadeira prática do amor.”
Uma vez que a consciência está profundamente alicerçada em nossa
habilidade de amar, de criar vínculos afetivos e de nos abastecer dos mais
nobres sentimentos, ela nos faz subjetivamente únicos, porém integrados e
sincrônicos com o TODO maior e transcendente (tenha ele o nome que tiver, nos
diversos povos ao redor do mundo), acrescenta Ana Beatriz.
Em seu livro, Ana comenta que a consciência genuína nos impulsiona a ir ao
encontro do outro, colocando-nos em seu lugar e entendendo a sua dor. Somos
tomados por gestos simples como desejar “bom dia” àqueles que não conhecemos ou
ligar para um amigo só para dizer: “Olá, como vai? Estou aqui para o que der e
vier!” Inundados de consciência, pedimos desculpas sinceras àqueles que
magoamos ou ferimos num momento de equívoco.
Para a psiquiatra, esse ‘sexto
sentido’ é que nos comove com as situações trágicas e também com a felicidade
do encontro de irmãos separados desde a infância. Ele nos traz indignação
frente ao preconceito, ao desrespeito às regras sociais, à intolerância com o
próximo, à falta de educação, à corrupção e à impunidade. Permite-nos sentir a
profundidade de uma bela melodia, apreciar a exuberância de uma flor e exclamar:
‘Nossa, que linda!’.
Ana Beatriz motiva mais ainda o leitor ao dizer que a consciência permite
que nossos corações se alegrem com os primeiros raios de sol, anunciando que o
dia será mais colorido, e também com a chuva que faz brotar a plantação,
garantindo o nosso “pão de cada dia”. Leva-nos às orações e às correntes do bem
na esperança de dias melhores. “Enfim, nos pequenos ou nos grandes gestos, a
consciência genuína – e somente ela – é capaz de mudar o mundo para melhor”,
complementa a autora.
NÃO TENHA INIMIGOS
“A qualidade da sua consciência neste momento é que vai determinar o tipo
de futuro que você vai viver. Portanto, entregar-se é a coisa mais importante
que você pode fazer para provocar uma mudança positiva. Qualquer outra coisa
que você fizer será secundária. Nenhuma ação positiva pode surgir de um estado
de consciência onde não exista entrega”, escreve Eckhart Tolle em “O Poder do Agora”.
Para esse estudioso, aqueles que continuam dominados pela mente – a grande
maioria da população – não percebem a existência da energia espiritual. “Ela
pertence a uma outra ordem e vai criar um mundo diferente quando um número
suficiente de seres humanos entrar no estado de entrega e se tornar totalmente
livre da negatividade. Se a Terra sobreviver, essa será a energia daqueles que
a habitarem. Você atrai e transmite aquilo que corresponde ao seu estado
interior”.
E então, observa Eckhart Tolle: “Eleve a consciência ao disseminar a
informação, ou melhor, pratique a resistência passiva. Mas tenha a certeza de
que você não carrega nenhuma resistência interior, nenhum ódio, nenhuma
negatividade. ‘Ame os seus inimigos’, disse Jesus. O que obviamente significa:
não tenha inimigos”.
Blaise Pascal, matemático e filosófio francês, diz algo assim: “A consciência é o melhor livro de moral que
possuímos e o que mais devemos consultar”.
Para Daniel Goleman (que apresenta a obra “Consciência Emocional”, uma conversa entre Dalai Lama e Paul
Ekman), ‘Inteligência emocional’ quer dizer ser inteligente no que se refere à
vida emocional: mais autoconsciente, mais apto a lidar com emoções
perturbadoras, mais sensível às emoções alheias – e capaz de reunir isso tudo
visando a desenvolver interações eficazes e saudáveis. “Algumas pessoas são
muito melhores do que outras no tocante a essas habilidades humanas
fundamentais, mas a boa notícia é que todas essas habilidades são aprendidas –
e ‘aprendíveis’.”
Consta também da referida obra: “O QUE DIGO A MEUS FILHOS é para levar a
vida de forma que, quando chegarem à minha idade, eles olhem para trás e possam
dizer: ‘Eu tentei fazer do mundo um lugar um pouco melhor do que o que
encontrei: posso não ter conseguido, mas fiz o melhor que pude’. Com isso pode
ser possível aceitar a morte. De outra forma, o pensamento será: ‘Ah! minha
vida foi um desperdício’.”
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Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com
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