quarta-feira, 3 de abril de 2013

PÁSCOA: 60 ANOS É POUCO PARA A NOSSA RESSURREIÇÃO




RELEIO “Zoroaster (Zaratustra)”, a vida terrena do profeta do Irã, da coleção “O Mundo do Graal”, a mim presenteado pelo amigo-irmão Roberto da Graça Lopes em 1990. Façamos uma breve reflexão. O momento é oportuno. 

“Um dos servos luminosos do Eterno segura uma balança. Quando então um ser humano se aproxima dela [...] acorrem já inúmeros pequenos servos luminosos carregando todas as suas ações. As boas são colocadas num prato da balança e as más, no outro prato. Apenas vale, nesse Juízo, aquilo que o ser humano adquiriu por si mesmo. Uma justiça inexorável determina tudo!

Eu não creio que exista um “Deus” autoritário, disposto a controlar, a castigar ou  perdoar... “Deus” está presente em cada um, naquilo que cada um tem de Divino. À medida que desenvolvemos as qualidades em nós, ampliamos o espaço de “Deus” em nosso mundo pessoal e no nosso entorno. Até atingirmos a plenitude. Até nos transformarmos em um profeta, um santo, um mestre de sabedoria, um buda...  Esse progresso, a meu ver, acontece em vidas sucessivas. “Há muito trabalho a ser feito até nos assenhorearmos das qualidades divinas, até consolidarmos mestria em cada uma delas, para apenas 60, 70, 80 anos de vida. Mas podemos acelerar ou não o nosso progresso”, acredita o amigo Roberto.  

“De início, é difícil, mas também isso se aprende tendo boa vontade. Pode-se evitar a maioria dos erros modificando a maneira de pensar e agir de acordo com a lógica da Lei Universal. [...] Faz-se mistér, pois, viver cuidadosamente para que não se ofenda ninguém, e ser bondoso com todos, a fim de que, de qualquer forma, se repare o máximo que for possível”, cita a obra.


Ensina Zaratustra: “Deveis reparar aquele mal que fizestes. Somente então ficareis livre disso, e mais tarde aquele mal não poderá mais cair no prato da sua balança”. 

Embora eu não creia num “Deus” autoritário, creio na autoridade das leis reguladoras do Cosmos. E a lei da causa e efeito, uma “Lei Universal”, é uma delas. Tudo no Universo baseia-se no princípio lógico da ação e reação. Imagine, por exemplo, algo tão simples como dirigir um automóvel sem cuidado, o que pode acontecer? Distrair-se ao lavar a louça, uma delas pode quebrar. Ao ser indelicado e injusto com alguém, o que consequentemente pode ocorrer?

Tudo se fundamenta no princípio da lógica e da sensatez. Não há como se desviar do caminho quando o propósito é atingir o que é essencial à natureza humana: a paz interior - essa sensação de tranquilidade permanente que traz incontáveis benefícios ao corpo físico e ao progresso espiritual. 

Falta-nos sentido para tudo o que não é terreno.  Apenas mudando a própria mente é possível não raramente surpreender-se com a mudança do outro. É possível descobrir em cada um de nós a incrível capacidade de atuar como agente de mudança do mundo. 

Costumo dizer que ‘desejo sim mudar o mundo’. Até onde eu possa atuar, trabalho nessa direção. Porque certamente as boas ações não se limitam ao pequeno espaço onde atuamos. Elas podem servir como exemplo e se reproduzir. “São como ondas que reverberam em todas as direções a partir do epicentro que somos nós”, observa Roberto. É impossível imaginar todos os desdobramentos dos nossos pensamentos e atos, sejam eles consequentes ou inconsequentes. 

Pensemos sobre isto nesta semana sagrada, que culmina na Páscoa, momento da Ressurreição. Pensemos em fazer ressurgir os nossos projetos mais dignos, pautando-os no ideal do Cristo, sempre presente no coração de cada um de nós.

FELIZ PÁSCOA. E boas transformações a caminho de sua ressurreição definitiva.


Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com

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