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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

FORTE DESEJO: LER, ESCREVER E COMPARTILHAR

PENSO na oportunidade do novo Tempo, com os seus valiosos instrumentos, como o blog e o “Facebook”, por exemplo, possibilitando-me compartilhar textos sobre histórias, autorreflexões e leituras da minha vida. Cheguei a pensar na edição de um livro, mas na verdade o foco dos escritos sempre foram meus filhos. Por isso, chego a agradecer à Existência Sagrada por, aos 64 anos, viver neste Tempo, o tempo do desenvolvimento da acessibilidade à informação, compartilhando com o mundo fragmentos da minha história.

Por considerá-los preciosos, penso que os escritos são o maior “patrimônio” que poderei deixar à família. Em termos da minha “herança”, nada é mais importante do que o meu “Arquivo de Buscas, Conquistas e Amadurecimento”. Tenho esperança que um dia meus filhos poderão lê-lo integralmente, página por página. Quem sabe, então, as descobertas do pai poderão acrescentar algo mais no crescimento pessoal e espiritual deles.

Mas é preciso cautela. Pois tudo isto me conduz também a pensar um bocado sobre esse algo chamado “vaidade”. Leio atualmente “O Barco Vazio”, de Osho, líder espiritual indiano. Numa acessível introdução ao Tao e às suas origens espirituais, Osho dá nova vida às mensagens taoístas de 3000 anos atrás sobre a autorrealização, por meio das histórias do místico chinês Chuang Tzu. Este fala da ausência do ego, ou seja, o “barco vazio”; sobre viver a vida com espontaneidade e encontrar a morte com a mesma atitude.

“Se um homem estiver atravessando um rio
E um barco vazio colidir com a sua própria embarcação,
Mesmo que ele seja um homem mal-humorado
Não vai ficar muito irritado.
Mas se vir um homem no outro barco,
Ele vai gritar com ele para que reme direito.
Se o seu grito não for ouvido, ele vai gritar de novo,
E mais uma vez, e começará a xingar –
Tudo porque há alguém no barco.
Se o barco estivesse vazio,
Ele não estaria gritando nem ficaria com raiva.”

Osho revela que para Chuang Tzu existe apenas um caráter que vale a pena mencionar, a ausência do ego – todo o resto vem dela. “Sem ela, nada tem valor. Você pode se tornar como um deus no seu caráter, mas se o ego está lá dentro, toda a sua divindade está a serviço do demônio; toda a sua virtude nada mais é que um rosto, e o pecador está escondido atrás dele”.

Segundo o autor, a mente comum anseia por ser extraordinária, o que faz parte do ordinarismo; a mente ordinária deseja ser alguém em particular, o que faz parte do ordinarismo. “Você pode se tornar um Alexandre, mas continuará sendo ordinário, comum – então quem é extraordinário? O extraordinário só começa quando você não anseia pelo extraordinário. Então a viagem começou, então, uma nova semente brotou”, escreve Osho.

Como exprimir então o desejo de compartilhar a minha felicidade, com base nos ensinamentos de Chuang Tzu? Para variar, mais uma vez, os livros vão caindo “providencialmente” em minhas mãos. Isto parece a fala de um “poeta”, poderá pensar o leitor!

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Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com

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