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domingo, 5 de agosto de 2012

SOLIDÃO

Tudo isto pode dar o que pensar para quem leva uma vida monótona, organizada, mas repetitiva

É CLARO que os trechos das obras que utilizo em alguns dos meus artigos não esgotam a ideia de seus respectivos autores. As referências podem levar ao interesse pela leitura completa do livro.

Para o meu leitor, o conteúdo de uma síntese pode servir como uma nova descoberta pessoal, uma inspiração para uma mudança, uma sugestão para a compra do livro ou até mesmo para presentear alguém.

Como leio com certa regularidade, tenho prazer em dividir descobertas importantes com o leitor, que talvez possa utilizá-las para redirecionar sua vida de modo mais satisfatório. Uma leitura resulta em um novo conhecimento. Por isto é preciso destinar um tempo para o estudo e a reflexão, necessários ao enriquecimento pessoal.

Pois, como escreve o psiquiatra americano M. Scott Peck em sua obra “A trilha menos percorrida”, publicada em 1978: “À medida que nos estendemos, entramos em um território novo e desconhecido, por assim dizer. Nossa personalidade torna-se nova e diferente. Fazemos coisas que não estamos acostumados a fazer. Mudamos. A experiência da mudança, da atividade nova, de estar em um território desconhecido, de fazer coisas diferentes, é assustadora; sempre foi e sempre será. As pessoas lidam com seu medo de mudar de maneiras diversas, mas o medo é inevitável em uma mudança real”.

Dentre os vários inspiradores ensinamentos científicos desse livro de Peck, resolvi explorar mais um: o item que aborda “O risco da perda”. Já explorei em outro artigo a parte que trata de “Apaixonar-se”.

A NECESSIDADE DA MUDANÇA

“Se você frequenta regularmente a igreja, poderá notar uma mulher de quarenta e tantos anos que todo domingo, exatamente cinco minutos antes do início da missa, ocupa discretamente o mesmo lugar em um banco lateral na parte de trás da igreja. Assim que a cerimônia termina, ela se dirige silenciosa e rapidamente para a porta e sai antes de qualquer outra pessoa, antes mesmo de o sacerdote descer do altar para ir ao encontro dos seus fiéis”, descreve o doutor Peck.

Se você conseguir abordá-la – o que é improvável -, diz o autor, e convidá-la para o lanche de confraternização, ela agradecerá educadamente, olhando nervosamente para o outro lado, dirá que tem um compromisso inadiável e então fugirá.

Se você a seguisse, prossegue Peck, descobriria que em vez de cumprir seu compromisso inadiável, ela volta diretamente para seu pequeno apartamento, onde as cortinas estão sempre fechadas, abre a porta, entra e fecha imediatamente.

Essa mulher quase nunca recebe correspondência, escreve o autor. “Se você pudesse de alguma maneira se comunicar com ela e comentar que sua vida parece solitária, ela lhe diria que gosta de solidão. Se lhe perguntasse se não tem ao menos um animal de estimação, ela lhe diria que teve um cachorro de que gostava muito, mas ele morreu há oito anos e nenhum outro poderia substitui-lo”.

Pergunta então o psiquiatra: Quem é essa mulher? “Não conhecemos os segredos do seu coração. O que sabemos é que toda a sua vida é dedicada a evitar riscos e que esse comportamento, em vez de expandir sua personalidade, a estreitou e diminuiu quase ao ponto da inexistência. Ela não investe em nenhum outro ser vivo”.

Ame qualquer ser vivo – uma pessoa, um animal de estimação, uma planta – e ele morrerá, explica o escritor. “Confie em qualquer um e se decepcionará. O preço do investimento é a dor. Se alguém está determinado a não se arriscar a sentir dor, deve abrir mão de muitas coisas: ter filhos, casar, o êxtase do sexo, a esperança da ambição, a amizade – tudo o que torna a vida significativa e importante. Mude ou cresça em qualquer dimensão e a dor, assim como a alegria, será sua recompensa. Uma vida plena será cheia de dor. Mas a única alternativa é não viver plenamente – ou simplesmente não viver”.

No livro, o doutor Peck analisa que a essência da vida é a mudança, que alterna crescimento e decadência. Ele explica: “Escolha a vida e o crescimento, e escolherá a mudança e a probabilidade da morte. Um provável determinante para vida isolada e limitada da mulher que acabamos de descrever foi uma série de experiências com a morte, que ela achou tão dolorosa que decidiu nunca mais experimentá-la, mesmo à custa da própria vida. Ao evitar a experiência da morte, ela deixou de lado o crescimento e a mudança. Escolheu uma vida de mesmice, livre do novo, do inesperado, uma morte em vida, uma ausência de risco ou desafio”.

Os detalhes dessa história vão longe... É preciso ler a obra por inteiro. É preciso ler outras histórias para sair da mesmice e experimentar novas concepções para viver mais plenamente.

CRIAR NOVOS HÁBITOS SOBRE A ESSENCIAL ARTE DA TRANSFORMAÇÃO

“Todos nós temos falhas de percepção. Todos temos uma tendência natural de enxergar através de nossos pontos cegos e crenças limitadas. Costumamos ver as situações através dos olhos do medo, em vez de enxergá-las através das lentes da oportunidade. Assim, essas falhas em nossa percepção nos mantêm estagnados na média”, escreve Robin Sharma em sua obra “O líder sem status”, com a qual muito aprendi.

Para esse escritor, somos cegos para nossos pontos cegos. “Vemos o mundo não como ele é, mas como nós somos. Se você vive com dúvida e medo, projeta esse estado interior nas condições externas. Perde oportunidades de crescer e se dar bem na livraria. Começa a questionar sua habilidade de influenciar positivamente os outros e fazer a diferença”.

Robin Sharma crê que o pensamento da maioria das pessoas não é de fato raciocínio. “Na verdade, nada mais é do que a repetição inconsciente dos pensamentos que vêm regurgitando desde criancinhas. A maioria de nós, e esse é um fato triste, não sabe enxergar a realidade. E esse triste fato nos mantém trancafiados na mediocridade, tanto no trabalho quanto na vida pessoal. Você foi feito para pensar de maneira brilhante e enxergar através dos olhos da possibilidade, e não para pensar mal e ver através dos olhos do medo”, narra o escritor.

FAÇA DA GENEROSIDADE A SUA MISSÃO

Nick Vujicic é autor de “Uma vida sem limites”. Nascido em 1982, em Melbourne, sem os braços e sem as pernas, Nick superou sua deficiência para viver uma vida plena e cheia de realizações, tornando-se um exemplo. Eu já abordei a história dele em outro artigo do blog, com base nesse mesmo livro, muito rico em experiências.

Nick conta que quanto mais se concentrava em suas próprias dificuldades, pior ele se sentia, mas quando mudou de foco para ajudar a aliviar as necessidades de outras pessoas, seu espírito se fortaleceu e isso o ajudou a entender que ninguém sofre sozinho.

“Se você tem muito ou pouco a oferecer, lembre-se de que pequenos gestos de bondade podem ser tão poderosos quanto grandes doações. Se você fizer a diferença na vida de uma única pessoa que seja, já prestará um grande serviço, porque a simples bondade pode iniciar uma reação em cadeia de ações semelhantes, e o resultado é que seu esforço inicial será amplificado muitas vezes. Tudo que você faz para melhorar a vida de alguém enche sua vida de sentido e significado”, escreve o autor.

E então, leitor, tudo isto pode dar o que pensar para quem leva uma vida monótona, organizada, mas repetitiva. Pois, como revela Neale Donald Walsch, “A vida começa no fim de sua zona de conforto”.

Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com

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