“Pesquisas recentes descobriram que realizar atos de caridade e
cooperação contribui para o bom funcionamento do sistema imunológico”
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EM SEU ARTIGO A medida da felicidade (Folha de S. Paulo, Opinião, 15 de
abril de 2012), Hélio Schwartsman comenta que uma grande dificuldade era
encontrar meios de medir a felicidade. Isso começou a mudar na segunda metade
do século passado, com a proliferação de pesquisas sobre o tema.
Segundo o cronista, acadêmicos agindo na interseção entre economia,
psicologia e sociologia estudaram o impacto de fatores como dinheiro, emprego,
liberdade, ambiente e filhos na percepção de bem-estar do indivíduo e chegaram
a conclusões interessantes.
“O dinheiro é importante, mas só até certo ponto. Depois de determinado
valor (US$ 100 mil anuais nos EUA), incrementos na renda não trazem mais
felicidade. Ter emprego, liberdade, saúde e relações sociais eleva o bem-estar.
Barulho, trânsito e brigas com familiares o reduzem. E, pior, não nos
habituamos a essas situações. Contraintuitivamente, ganhar na loteria não traz
efeitos duradouros. O felizardo logo se acostuma à nova condição. Já filhos,
segundo quatro estudos, trazem infelicidade”, escreve Schwartsman.
E então finaliza o autor: “Juntar tudo isso num valor numérico é o
desafio. Para tornar tudo mais complicado, o nível de felicidade que cada um
experimenta é, em larga medida, hereditário. Outro problema é que o ‘eu autobiográfico’,
que responde às perguntas, nem sempre concorda com o ‘eu senciente’, que
experimenta os prazeres e as dores”.
NASCEMOS PARA FAZER O BEM
O espanhol Vicente Ferrer, que desenvolveu um projeto social na Índia e
foi cogitado para receber o Prêmio Nobel da Paz, dizia que “nascemos para fazer
o bem, e fazê-lo é suficiente para preencher uma vida”. Quem fala sobre isto é
o escritor Allan Percy em sua obra Oscar Wilde para inquietos.
“Quem faz boas ações não somente ajuda os outros, como também beneficia a própria saúde. Pesquisas recentes descobriram que realizar atos de caridade e cooperação contribui para o bom funcionamento do sistema imunológico. O cérebro da pessoa que faz o bem se comunica melhor com a medula óssea e o baço, onde são produzidas as células que combatem infecções”, comenta o autor.
Segundo Percy, em um estudo realizado na Universidade de Harvard, o
psicólogo David McClelland pediu a alguns estudantes que assistissem a um filme
sobre Madre Teresa e seu trabalho com os doentes e os necessitados de Calcutá.
Depois da sessão, a saliva dos estudantes foi analisada e se descobriu um
aumento na quantidade de imunoglobulina A, anticorpo que ajuda a combater
infecções respiratórias.
LIBERDADE DE ESCOLHA
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É fundamental assumir total responsabilidade pelas consequências de
nossas ações, e dar lugar ao que há de melhor em cada um de nós.
Sobre o dom mais importante que nos foi concedido, eis no que acredita
Robin Sharma, em sua obra O líder sem status: a chance de oferecer nossa
magnificência ao mundo à nossa volta.
Para Sharma, o sucesso é alcançado por meio do cumprimento de umas
poucas e pequenas disciplinas diárias, que se acumulam com o tempo e levam a
realizações além de qualquer coisa que você pudesse ter planejado.
Porque esse autor crê que a mudança concreta só acontece quando damos
um giro em nível emocional, não lógico. “É preciso tocar no coração, em vez de
falar apenas com sua razão. Você pode ouvir uma boa ideia centenas de vezes e
ainda assim não conseguir integrá-la à sua essência, enquanto não a
experienciar visceralmente, em seu corpo. Só então ela passa de ideia a verdade
para você. É por isso que muitos treinamentos não funcionam no sentido de criar
resultados duradouros. Não entram em nós”, considera Sharma.
Em sua obra, ele evidencia que uma das liberdades que temos como seres
humanos é a liberdade de escolher o modo como encaramos nosso papel no mundo e
o poder que temos de tomar decisões positivas em quaisquer condições em que nos
encontremos.
O escritor cita o que escreveu Albert Einstein certa vez: “Grandes
almas sempre encontraram oposição por parte de mentes medíocres”. E então
orienta Sharma: apenas realize seu trabalho da melhor e mais humana maneira
possível. O resto acontecerá normalmente.
Nestes tempos memoráveis, cada pessoa pode se tornar líder em seu
trabalho e em sua vida. Esta é a primeira vez na história da humanidade que
cada um de nós tem essa oportunidade. E só está acontecendo porque muitas das
tradições nos negócios e na sociedade foram derrubadas, revela Robin Sharma.
Para ele, ninguém é irrelevante. “Não existem pessoas supérfluas hoje
em dia. Toda pessoa e todo emprego são importantes, e todo trabalho pode ser
significativo com essa filosofia. A propósito, você sabia que, com seu brilhante
exemplo de liderança pessoal inspirar dez pessoas todos os dias a também dar o
melhor de si, em quatro semanas terá influenciado positivamente e melhorado a
vida de quase trezentas pessoas?”, complementa o escritor.
Como costumo mencionar, uma leitura útil pode cumprir a função de
despertar o leitor e libertá-lo de velhas formas repetitivas e condicionadas de
pensar. É preciso dar um sentido mais amplo à existência, para que possamos
atuar como agente modificador da própria história e da história social.
Creio ser necessário encontrar sentido na vida para aumentar nosso
destemor e sabedoria. O conhecimento pode contribuir para tornar menos
convencional nossa mente e atitude.
E então olha só que pretensão a minha: levar o leitor para um estágio
melhor do que o anterior. Porque é este também o propósito das minhas atuais
escolhas de leitura: o conhecimento que me torne uma pessoa melhor, mesmo que
apenas ligeiramente.
Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com
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