terça-feira, 6 de dezembro de 2011

MÍDIA: SOB O DOMÍNIO DA INSENSATEZ

É preciso dar destaque para informação que atraia e mude positivamente os hábitos das pessoas

Conversando recentemente com dois amigos bem informados, Chico e Wolfgang, em encontros diferentes, ambos se surpreenderam quando falei que, apesar de ser jornalista, não me interessava pelo noticiário diário, sobretudo na área da política. Mas como? É preciso acompanhar os acontecimentos, manter-se atualizado, disseram. 

Foi quando argumentei que há milhares de pessoas interessadas no noticiário geral para formarem opinião sobre fatos do interesse delas. Pessoas para se horrorizar, se revoltar e criticar inutilmente, raros deles se influenciando positivamente com a notícia. Disse-lhes, brincando, que, nesse sentido, um leitor a menos não faria diferença!

É claro que há o noticiário que orienta o leitor (e o telespectador, o ouvinte...) nas mais diferentes áreas, de acordo com o interesse de cada um. Eu, por exemplo, me interesso pelo noticiário que aborda assuntos de natureza educativa, raros por sinal na veiculação diária. Há poucos leitores que buscam na mídia a informação capaz de conduzi-los à reflexão e a perceber que em algumas coisas valeria a pena mudar.

Quando encontro um assunto dessa natureza em manchete, surpreendo-me. Pois sonho com o jornal reservando mais espaço para a notícia que leve o interessado a se emocionar, contribuindo para mudanças de atitude. Um exemplo é o artigo que produzi para o meu blog, www.tomsimoes.com (clique no item Assuntos: Extraordinário), “Jovem faz instrumentos com madeira de lixo”, publicado em 20/6/2011. Esse artigo teve como base um destaque da Folha de S. Paulo de 8/5/2011: “A música que veio do lixo – jovem faz instrumentos de móveis descartados”.  Na oportunidade, escrevi: “É de surpreender temas de tal natureza ocupando razoável espaço de primeira página de jornal”.

Diante da argumentação, os dois amigos respeitaram o meu ponto de vista.

Talvez a mídia se aproveite de uma tendência popular, bem traduzida por Érico Veríssimo em “Olhai os lírios do campo” (de 1938): “É muito mais fácil arrastar um povo acenando-lhe com uma bandeira de ódio do que com uma bandeira de amor. Há mais ímpeto, mais... mais força no ódio. O ódio é masculino, o amor é feminino. É mais fácil levar homens à guerra do que à oração...”.

“Atualmente existem algumas instituições, algumas escolas, algumas pessoas, pessoas lidando com a educação, um número relativamente grande, que vem mostrando interesse em como conscientizar sobre a importância da compaixão. Espero que algumas pessoas da mídia mais cedo ou mais tarde também se interessem”, diz o Dalai-Lama em “Consciência emocional”.

De qualquer forma, ainda que não se possa influir nos interesses imediatos da mídia, é preciso pensar os veículos de comunicação também como instrumentos educativos, destacando-se com certa frequência fatos que possam sensibilizar a população para a alegria e a autoestima, trazendo “orgulho” de ser brasileiro, de ser pessoa, de ser humano.

Fazendo uma analogia, José Arreguy Pimentel (“Hedonismo”) revela que o prazer não está em ler uma revista, mas na sensação de estar aprendendo algo.

“PARA ALÉM DA TRAGÉDIA”

“Para o mexicano Juan Villoro, 55, a imprensa deve repensar a maneira como noticia a violência, sob risco de amplificá-la. Na renovação da linguagem jornalística que propõe para a era da internet, a revalorização da crônica seria análoga à reinvenção da pintura, que ocorreu no século 19, com o advento da fotografia”, revela esse jornalista, escritor, dramaturgo e professor de literatura na Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), à jornalista Sylvia Colombo, que deu origem ao artigo “Para além da tragédia”, publicado na Folha de S. Paulo, Ilustríssima, de 21/8/2011.

Villoro diz a Sylvia ser inevitável que, ao publicarmos notícias e fotos, amplifiquemos o efeito de um ato violento. Ele pensa que há limites que deveriam ser discutidos, sob risco de fazermos mais propaganda da violência e alimentá-la. E o uso da linguagem tem um papel importante nisso, conta ele.

Para esse estudioso, há uma busca pela audiência, hoje potencializada pela internet, que faz com que tudo o que tenha sangue seja valorizado.

Segundo Villoro, muitos editores não se dão conta de que, se buscam ressaltar apenas o mais sangrento, correm o risco de provocar uma distorção da verdade, na qual os acontecimentos mais importantes são os violentos. “Na verdade, a violência é sempre consequência de alguma coisa, parte de um contexto que precisa ser explicado”.

O que Villoro constata observando a imprensa europeia, norte-americana e latinoamericana, é que, mais do que nunca, para os veículos de comunicação, parece ser necessário publicar aquilo que todos publicam. “Há um medo generalizado. Os jornalistas não podem se conformar com a ideia de que algo que está na capa de sete jornais não esteja na capa do seu. Então a reação é ir atrás do mesmo. Trata-se de um impulso de sobrevivência”.

Em certo sentido, é bom, prossegue o estudioso, porque é mais fácil que todos fiquem bem informados sobre acontecimentos de alcance mais global. “Mas a fortaleza do jornalismo não está aí, e sim no oposto disso. O jornalismo pode fazer coisas únicas, tanto no papel como em formato digital, basta que haja investimento. É preciso valorizar a narração de histórias, pois elas dão sentido ao mundo. Creio que, nesse momento de confusão e transição, é preciso recobrar a confiança nos recursos do próprio jornalismo”.

Villoro defende muito a crônica. Para ele, a crônica é o melhor recurso que o jornalismo tem para enfrentar esses novos tempos. “É a mescla da informação com a emoção, do mundo objetivo, público, com o mundo privado ou íntimo. Por meio dela, ao mesmo tempo pode-se descrever a notícia que afeta uma comunidade e entender sua repercussão individual. E, a partir disso, analisar por que essa notícia transforma a vida de certas pessoas”, analisa o professor.

Segundo a jornalista Sylvia Colombo, o que interessa a Villoro é defender a crônica do cotidiano, situações, cenas mínimas, um jornalismo colorido que não é o mais urgente nem o mais necessário, mas que sempre permitiu que o jornalismo prosperasse, desde os tempos de Machado de Assis ou Nelson Rodrigues, exemplos brasileiros que Villoro adora.

MÍDIAS SOCIAIS

“O crescimento das mídias sociais criou uma cultura de colaboração entre leitores e veículos de comunicação que será o futuro do jornalismo”, diz Meg Pickard, diretora de Estratégias para Mídias Digitais do jornal britânico “The Guardian”, à jornalista Camila Fusco em seu artigo “Participação do leitor é o futuro do jornalismo, diz especialista”, publicado na Folha de S. Paulo, Mercado, de 24/11/2011. Pickard revela que o hábito de uso de mídias sociais favorece interação. Ela esteve em São Paulo participando do “MediaOn, 5º Seminário Internacional de Jornalismo On-line”.

Segundo a executiva, a participação virou o coração do novo jornalismo. A tecnologia já permite que os leitores participem de toda a produção de notícias. “O desafio está em manter uma rotina de assuntos interessantes o suficiente para gerar debates permanentes entre os leitores, que já se acostumaram ao relacionamento via redes sociais”.

Camila Fusco revela que o “The Guardian” tem 50 milhões de visitantes mensais em seu site e 232.566 exemplares impressos diários.

Pickard fala sobre um dos episódios de participação intensa de leitores no “Guardian”. Ele aconteceu há dois anos, com a investigação das despesas dos parlamentares britânicos. Na ocasião, foram publicados na internet 500 mil documentos referentes ao assunto, informa a jornalista da Folha.

Meg Pickard comenta que o jornal incentivou os leitores a observar os dados de seus parlamentares preferidos e relatar suspeitas à equipe editorial. “Quase 25 mil pessoas colaboraram”.

Consta do artigo da Folha que o Brasil é hoje o segundo país do mundo no acesso a páginas de notícias e informação, atrás apenas dos Estados Unidos.

Sem a internet, diz Ferreira Gullar (“Internautas do mundo todo, uni-vos!, Folha de S. Paulo, Ilustrada, 23/10/2011), certamente seria impossível mobilizar tanta gente para trazer a público seu descontentamento ou sua indignação.

“Mídia social vem para auxiliar o jornalismo” é o título do artigo escrito por Roberto Dias, publicado na Folha de S. Paulo, Mercado, de 3/9/2011. Segundo o jornalista, essa é a tese defendida pela empresária Arianna Huffington, do site “The Huffington Post”. Ela revela não acreditar em uma separação estanque entre a mídia tradicional e as mídias sociais.

Para Arianna, há algo que falta na mídia tradicional que nós podemos capturar nas mídias sociais: contar histórias. “Estamos preocupados demais com dados. É muito mais difícil capturar leitores com dados do que com histórias”. A empresária esteve em São Paulo, onde proferiu palestra no evento “InfoTrends”.

Para Roberto Dias ela citou o Huffington Post como um exemplo de como aproveitar melhor as mídias sociais. “Nós não damos apenas informação ao leitor. Damos uma plataforma em que ele pode compartilhar seus pontos de vista e seus hobbies”. Disse também que é preciso entender melhor como essa mudança altera o uso da informação. “Antes consumíamos as notícias no sofá. Agora fazemos isso galopando”.

MÍDIA E CONSCIÊNCIA

“A mídia cria o oposto de uma vida espiritual, que tem a simplicidade e o silêncio como subprodutos. Em todas as suas formas, a mídia quer acrescentar sensação – seu subproduto natural é estimulação, e sua mensagem: mais, mais, mais! Não quero dizer com isto que a mídia não possa ser usada para formas profundamente espirituais de comunicação, nem possa ser entendida como mais uma forma de consciência”, escreve Arthur Jeon em “Calma no caos”, que leio atualmente. Jeon é bacharel em Humanidades pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Para esse escritor, somos ensinados a desvalorizar nossa experiência direta, porque nos é dito que ela não tem valor. “Só é real o que aparece na televisão. Não é glamouroso se não estiver nas telas de cinema. Tentam nos convencer de que nossa vida é chata se comparada àquilo. Por fim acabamos por nos tornar surdos, insensíveis e entediados diante das revelações sutis do mundo”.

Jeon explica que pode acontecer, também, que fiquemos desinformados graças ao tsunami de exageros, eventos produzidos e notícias rápidas que nos chegam diariamente. “Às vezes, essa maquilagem convence, às vezes não. Mas ninguém se importa, porque a mídia, em seu afã desenfreado de chamar a atenção, já mudou de assunto. Passa-se tão rapidamente da guerra para o julgamento do assassino de alguma celebridade, que não importa, fica difícil prestar atenção aos erros que possam ter sido cometidos na notícia anterior. Roída a carcaça da que ficou para trás, agora há pouco, trata-se de passar para a próxima”, narra o autor.

Conta o escritor que o noticiário, com sua filosofia “sangue faz manchete”, agrava nossa sensação de ansiedade e catástrofe iminente, ainda mais no ambiente atual de terrorismo, guerra e dificuldade econômica. “O que quer que seja usado – anthrax, atiradores, perseguições policiais, ataques por tubarões, sequestro de crianças, ameaças de guerra química – para alimentar nossa mórbida imaginação, nada disso costuma integrar nossa experiência direta – tudo se resume ao equivalente global das histórias de fantasma. Aqueles que só veem o mundo através do prisma do noticiário estão fadados a ter sua realidade construída por terceiros. O seu banheiro pode matar? Ouça o noticiário das 11 para saber mais a respeito”, escreve.

Segundo ele, a mídia dita o que devemos temer, pensar e com o que nos preocupar no futuro; ela apresenta um quadro implacavelmente negativo do mundo.

Na imaginação desse autor, o noticiário quer nos convencer de que o perigo está em todo lugar, lá fora, em vez de dentro de nós e no nosso círculo mais íntimo; isto deixa as pessoas mais amedrontadas, desconfiadas e manobráveis.

Para Arthur Jeon, tudo se resume à tentativa de não olhar de perto para si e para a realidade. “É mais provável que sejamos vítimas de um raio do que de um atentado suicida. É maior a possibilidade de sofrermos um acidente de carro do que estarmos num prédio que seja atingido por um avião. No entanto, a mídia continua a nos manter num estado de medo paralisante”.

O outro ponto interessante, para esse autor, é que todos gostamos desse divertimento amedrontador, uma espécie de fofoca global que nos permite manifestar espanto e julgamentos. Mas não se trata de algo inofensivo, diz. “Como poderemos questionar as reais injustiças econômicas e sociais que acontecem bem debaixo do nosso nariz, se estivermos hipnotizados pela mídia? Enquanto a crise ambiental prossegue e uma espécie animal ou vegetal é extinta a cada vinte minutos, nós discutimos ataques por tubarões, medo provocado por um filme”.

Segundo relatório das Nações Unidas, comenta o autor, 50 mil crianças morrem de desnutrição diariamente (mais ou menos duas por minuto, 17 milhões por ano). “Nós, que somos muito importantes, nos preocupamos com a prisão de algum cantor usuário de drogas. Ofuscados pela mídia, nos fixamos compulsivamente em detalhes, enquanto o navio afunda sob nossos pés”.

A TV QUE ‘DOPA’...

A estimulação incessante que nos afasta da riqueza da experiência direta nos rouba vitalidade, nos torna mais passivos, menos interessados em querer a verdade, observa o escritor Jeon. Para ele, essa estimulação enfraquece nosso discernimento e inteligência porque é uma experiência essencialmente superficial, que apresenta uma realidade filtrada, pasteurizada e embalada, no lugar do que é, fundamentalmente, um mundo bastante confuso.

“Existe a hora para comer porcaria, mas em geral procuro fazer isso na companhia de amigos que gostam de contestar a tevê, transformando o ato de permanecer em frente da telinha em um esporte interativo em vez de se contentar com uma absorção passiva”.

Mesmo assim, revela o escritor, muitas vezes me vejo na frente da TV, sozinho, matando o tempo ou simplesmente desligado de tudo. “Não há nada de errado com isso, desde que se tenha em mente que não é a experiência direta da realidade, só da própria mídia. O único jeito de ter a experiência da realidade é desligar a TV e sair para andar lá fora”.

No início de sua carreira, Arthur Jeon trabalhava na área de negócios, mas resolveu trilhar outros caminhos: foi para a Califórnia, onde estudou cinema e passou a atuar como roteirista. Ele iniciou sua jornada espiritual no início dos anos 1990, praticando ioga. Após muita dedicação e estudo, tornou-se professor.

MUDANÇA DE COMPORTAMENTO

Em tempos de redes sociais, revela Alexandre Hohagen, jornalista e publicitário, em seu artigo “Tecnodesinibição”, publicado na Folha de S. Paulo, Mercado, de 6/10/2011, há muita discussão em relação à mudança de comportamento das pessoas. “Mudamos nosso comportamento social? Estamos diferentes? Fazemos coisas que não fazíamos antes? Sim e não”. Alexandre, 43, é responsável pelas operações do Facebook na América Latina. Em 2005, fundou a operação do Google no Brasil e liderou a empresa por quase seis anos.

Ele diz que o que mudou foi a facilidade e o “empowerment” que as pessoas têm com novas tecnologias sociais. As ferramentas encorajam e amplificam ações, em escala nunca antes vista.

“A rapidez, o alcance e a facilidade de usar a rede social para ajudar estimularam a atitude das pessoas. É fenômeno da ‘tecnodesinibição’, ou o desejo de agir diferentemente do normal quando está on-line”, observa o cronista.

Alexandre explica que a ‘tecnodesinibição’ é um desafio para a comunicação moderna. “Os consumidores, eleitores, clientes, cidadãos estão cada vez mais propensos a compartilhar opiniões – positivas ou negativas – e querendo contar histórias sobre as suas experiências”.

O jornalista conta ainda que quem tem de se comunicar com o público deve estar atento a essa realidade e monitorar como as pessoas estão construindo histórias. “De que forma narram uma experiência para amigos. O desafio não é simples. O resultado, porém, pode ser fascinante”, conclui.

EXPRESSÕES INDIVIDUAIS

De tudo o que leio, tenho o hábito de sintetizar o que é de meu interesse para poder compartilhar com o leitor. Eu coleciono os assuntos por temas. Assim fica fácil inseri-los em meus textos. Isto vai ao encontro do que Alexandre Hohagen escreve em sua crônica “Vozes conectadas” (Folha de S. Paulo, Mercado, 24/3/2011): “... um fenômeno interessante é a força que as redes sociais têm conferido às causas mais simples e corriqueiras de nosso cotidiano. É quase como uma injeção de coragem para que as pessoas se expressem e compartilhem livremente temas que poderiam ser esquecidos em minutos”.

Alexandre vê a internet ultimamente como um amplificador de vozes para os mais distintos interesses: expressar indignação, pedir ajuda, divulgar uma causa..., ações que dependem da mobilização de muita gente.

Ele sempre se surpreendeu com a pacificidade de algumas pessoas. “Medo de reclamar, de pedir ajuda, de se conectar com outras pessoas com interesses comuns. E a internet está mudando essa dinâmica. Antes do acesso ubíquo à internet, a oportunidade de se expressar livremente estava restrita ao ato corajoso de algumas pessoas. E não estou aqui falando de grandes mobilizações. Estou falando de pessoas comuns. Que não estão de acordo com situações incorretas”.

Esse jornalista e publicitário acredita, portanto, no poder transformacional que a internet tem para com as grandes causas. E ele tem apostado muito que essa força que conecta milhares de pessoas e facilita o compartilhamento de temas importantes e comuns contribuirá imensamente para dar voz a qualquer pessoa, sobre qualquer tema.

POR UM MUNDO MELHOR...

Gostei disto que li, escrito por Brandon Harris, programador da Wikipédia, por me identificar bastante com ele em termos de propósitos de vida. Brandon se sente como se estivesse escrevendo a primeira linha de seu obituário: “Não creio que haverá qualquer outra coisa que eu faça na minha vida tão importante quanto o que eu faço agora pela Wikipédia. Nós não estamos apenas construindo uma enciclopédia, estamos trabalhando para tornar as pessoas livres. Quando temos acesso a conhecimento livre e gratuito, somos pessoas melhores. Nós entendemos que o mundo é maior do que nós, e somos contaminados pela tolerância e compreensão.

A Wikipédia é o quinto website mais visitado do mundo. Eu trabalho na pequena instituição sem fins lucrativos que mantém a Wikipédia na Internet. Nós não veiculamos anúncios porque isso sacrificaria a nossa independência. O site não é e nunca deve ser uma ferramenta de propaganda.

Nosso trabalho é possível graças a doações de nossos leitores. Eu trabalho na “Wikimedia Foundation” porque tudo, do fundo do meu coração, me diz que isso é a coisa certa a ser feita. Eu trabalhei em grandes empresas de tecnologia, trabalhando para criar qualquer porcaria que fosse projetada para roubar dinheiro de algum garoto que não sabia disso. Eu chegava em casa do trabalho esgotado.”

www1.folha.uol.com.br, o pedreiro Evando dos Santos, no quarto em que dorme,
em sua casa-biblioteca, “Para construir leitores”, Folha de S. Paulo, 28/9/2004
Ideias, ideias, ideias... Para ler e pensar, porque temos que encontrar sentido e significado para cada momento de nossas vidas. Quando não, acabamos vazios. Se queremos realmente mudar para melhor nossas vidas, precisamos começar já. Mudar no sentido de nos transformar em agente modificador da própria história e, consequentemente, da história social.

Uma leitura útil cumpre a função de nos despertar e libertar das velhas formas repetitivas e condicionadas de pensar. O meu propósito com este instrumento é levar o leitor para um estágio melhor do que o anterior. E se alguém ao ler o que escrevo sente que é preciso mudar, então eu me identifico com o que disse o escritor e psicanalista inglês Adam Phillips a Iara Biderman (“Riscos da fidelidade”, Folha de S. Paulo, Equilíbrio, 29/11/2011): “Precisamos de boas histórias que nos ajudem a viver. As únicas verdades úteis são as que nos ajudam a viver. 

Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com

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