Quando as fontes de informação se contrapõem...
Imagem: http://rosescented.tumbir.com (by Aly Belissimo) |
Em sua edição 2233, de 7 de setembro de 2011, a revista Veja abordou como reportagem de capa o uso do remédio “Victoza” (liraglutida), aprovado no tratamento de diabetes tipo 2, para emagrecimento.
Eis a chamada da revista: “PARECE MILAGRE! Um novo remédio faz emagrecer entre 7 e 12 quilos em apenas cinco meses. E sem grandes efeitos colaterais. Saiba tudo sobre ele.”
Já em sua edição do dia 10 de setembro, em primeira página, a Folha de S. Paulo publicou: “Anvisa alerta contra uso de antidiabético em regimes – Medicamento traz risco para função renal e de distúrbios da tireoide”.
A respeito do fato, o diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Dirceu Barbano, declara: “O uso para outra finalidade que não seja como antidiabético caracteriza elevado risco sanitário para a saúde da população”, menciona a Folha.
Diz ainda o jornal haver uma corrida aos consultórios pelo remédio. “Até agora, os efeitos colaterais relatados são hipoglicemia, dor de cabeça, náusea e diarreia. Também há risco de pancreatite, desidratação, alteração da função renal e distúrbios da tireoide”.
Em minha opinião, uma revista conceituada como Veja, com ampla tiragem e seguramente influente na formação de opinião e hábitos, deveria esperar que se consolidassem mais referências científicas sérias antes de divulgar uma informação dessa natureza. Sobretudo por se tratar de assunto que envolve um medicamento que pode trazer sérios riscos à saúde e para o qual o próprio fabricante, o laboratório Novo Nordisk, afirma não haver estudos conclusivos sobre riscos e benefícios.
Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com
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