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“Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia. Por não prezarem as coisas que prezo! Às vezes, enxergo tão profundamente a vida que, de repente, olho ao redor e vejo que ninguém me acompanhou e que meu único companheiro é o tempo”, escreve Irvin D. Yalom em “Quando Nietzsche chorou”, que li em abril de 2009.
Nietzsche sonha com um amor que seja mais do que duas pessoas ansiando para possuir uma à outra. Ele sonha com um amor em que duas pessoas compartilham uma paixão de buscar, juntas, uma verdade mais elevada. “Talvez não devesse chamá-lo de amor. Talvez seu nome real seja amizade”.
Segundo o filósofo alemão, a relação conjugal só é ideal quando não é necessária para a sobrevivência de cada parceiro.
Nietzsche fala a Josef Breuer, médico que narra a estória, escrita por Irvin D. Yalom: “Quis apenas dizer que, para se relacionar plenamente com o outro, você precisa primeiro relacionar-se consigo mesmo. Se não conseguimos abraçar nossa própria solidão, simplesmente usaremos o outro como um escudo contra o isolamento. Somente quando consegue viver como a águia, sem absolutamente qualquer público, você consegue se voltar para outra pessoa com amor; somente então é capaz de se preocupar com o engrandecimento do outro ser humano. Não consigo deter as lágrimas. Lágrimas profundas purificam. O isolamento só existe no isolamento. Uma vez compartilhado, ele evapora”. PALAVRAS SÁBIAS.
SONHOS FRUSTRADOS...
Hoje, lendo recortes que seleciono de jornais, encontrei, em um trecho da crônica “É fácil desistir de nossos sonhos”, de Contardo Calligaris, publicada na Folha Ilustrada de 7/7/2011, algo interessante que veio a calhar:
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“Antes de mais nada, um conselho. Acontece, às vezes, que nosso sucesso não tenha nada a ver com nossos sonhos – por exemplo, você queria ser promotor de Justiça, mas fez algum dinheiro com a imobiliária de família e aí ficou, renunciando a seu sonho.
Nesses casos, uma precaução: case-se com alguém que ame seu sonho frustrado e não só seu sucesso; sem isso, inelutavelmente, chegará o dia em que você acusará seu companheiro de ter sido a causa de sua renúncia. Em outras palavras, é possível e, às vezes, necessário renunciar a nossos sonhos, mas é preciso escolher como parceiro alguém que goste desses sonhos e dos jeitos um pouco malucos que usamos para acalentá-los, como no caso de Gil Pender (o protagonista do último filme de Woody Allen, ‘Meia-noite em Paris’), passeios por Paris à meia-noite e na chuva.
E mais um conselho: se você encontrar alguém disposto a caminhar na chuva do seu lado, não fuja; molhe-se.”
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Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com
Antonio Carlos, acabei de ler o post com um sorriso nos lábios, por ter constatado um gosto comum entre nós, pois eu li o livro "Quando Nietzsche chorou". Li também a crônica do Calligaris. Aliás, leio sempre a coluna dele na Folha. E assisti o filme "Meia Noite em Paris" do Woody Allen.Um filme cheio de magia.E Paris é linda mesmo debaixo de chuva.
ResponderExcluirSeu blog resultou em um excelente indicador de filmes, livros, textos etc.
Adorei a frase: "se você encontrar alguém disposto a caminhar na chuva do seu lado, não fuja; molhe-se.”
Além do amor, penso que qualquer relação,tem que haver principalmente companheirismo.
Um beijo grande.
Zuleica.
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Nao li o livro, mas li a coluna do Contardo!!
ResponderExcluirFantastico!!! Esses textos nos levam pro caminho da felicidade, né?! Sei lã, depois de ler uma coisa dessa eu fico melhor, me sinto maior e mais feliz, sei por onde ir, pra onde ir! Valeu!
Joao.