quarta-feira, 23 de março de 2011

SEDENTARISMO VERSUS AÇÕES PRODUTIVAS

“A falta de atividade física é uma questão de saúde pública: há mais de 15 anos o governo americano fez as primeiras recomendações sobre exercícios para prevenir doenças, mas o número de sedentários no mundo ainda é alto, segundo especialistas”, escreve Gabriela Cupani no artigo “População sedentária preocupa médicos reunidos em simpósio”, publicado na Folha de S. Paulo, Cotidiano (Saúde), de 15/10/2010. 

O tema foi destaque do 33º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte. Segundo Gabriela, quatro em cada dez pessoas são sedentárias no Estado de São Paulo. As outras seis praticam o mínimo recomendado. Estima-se que nas capitais brasileiras o cenário seja similar.


Gabriela cita uma pesquisa mostrando que os exercícios ajudam a diminuir o consumo de remédios: o Celafiscs (Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul), que organizou o simpósio, constatou a redução de drogas usadas por pacientes de unidades de saúde que têm programas de caminhada. 

Os exercícios físicos liberam no cérebro substâncias químicas que contribuem para o relaxamento, o bem-estar e a paz interior. 

PREGUIÇA 

Devemos abandonar a preguiça e a procrastinação. O melhor remédio para combater a preguiça, sentir atração por coisas sem sentido ou não virtuosas, é meditar sobre nossa preciosa vida humana”, escreve Geshe Kelsang Gyatso em sua obra “Introdução ao Budismo”. Para o monge, incorremos na preguiça sempre que assistimos à televisão horas a fio sem prestar atenção ao que estamos vendo e quando alimentamos prolongadas conversas insignificantes, por exemplo. Embora pareçam agradáveis ou inofensivas, são práticas enganadoras. Fazem-nos desperdiçar a preciosa vida humana, destruindo a oportunidade de atingir uma felicidade verdadeira e duradoura. 

Sair da zona de acomodação é uma questão de atitude. É preciso coragem para preencher o espaço do sedentarismo com ações produtivas. Caminhar, ler, ir a um templo, praticar uma ação de voluntariado..., o importante é o indivíduo despertar a consciência para a preciosidade de cada instante da vida. Conforme um pensamento budista, “Há somente um dia de ‘hoje’ em toda a eternidade”. 

“Há poucas décadas alteraram-se nossos prazos e os conceitos sobre juventude, maturidade e velhice. Passamos a viver mais. Nem sempre passamos a viver melhor. Esse me parece um dos mais extraordinários desperdícios da nossa época”, escreve Lya Luft em “Perdas & ganhos”. Para a escritora, somos mais que corpo e ansiedade: somos mistério, o que nos torna maiores do que pensamos ser – maiores do que os nossos medos. 

Portanto, o desafio é este: o que eu posso começar a fazer de diferente a partir deste exato instante? E então, nesse processo de acumular iniciativas saudáveis, só há algo a colher do desprendimento: sentir-se uma pessoa cada vez melhor para si própria e para o mundo! 
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Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com

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