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sábado, 19 de fevereiro de 2011

“REDES SOCIAIS E CAUSAS SOCIAIS”

Sou sempre grato à providência divina pela minha natureza: acreditar na felicidade permanente e que cada um de nós pode participar da criação de um mundo melhor. ESPERANÇA: o homem não pode perdê-la! De quando em quando, diante dos fatos lamentáveis que preenchem as páginas dos jornais, surge uma luz. Como esta: “Redes sociais e causas sociais”, crônica do jovem economista Julio Vasconcellos, 30, publicada no jornal Folha de S. Paulo, caderno Mercado, de 3/2/2011.
 
“As últimas semanas foram muito positivas para aqueles que acreditam no uso da internet para fins socialmente benéficos. Seja no Egito ou na região serrana do Rio de Janeiro, a internet e as redes sociais mostraram seu lado positivo”, escreve o economista. Para ele, esse fato contrasta com a maneira negativa com que essas novas tecnologias aparecem, com alguma frequência, em reportagens na grande mídia.
 
Em sua crônica, Julio chama a atenção para aspectos positivos de transformação social viabilizados pela disseminação dessas novas tecnologias.

“Um bom exemplo envolve as recentes manifestações pelo fim de uma ditadura que já dura mais de 30 anos no Egito. Os movimentos de protesto foram organizados por meio do Facebook e do Twitter”, revela o cronista.

Ele diz também que o Egito, contudo, é apenas o exemplo mais recente. Em 2009, o Irã passou por uma série de protestos políticos durante o período eleitoral, que foram organizados pela rede. “Ao que parece, a internet e as redes sociais – felizmente – catalisam a democracia e são um obstáculo às práticas de regimes ditatoriais”.

JORNALISMO COMUNITÁRIO

Para Julio, o chamado jornalismo comunitário está em franca ascensão. Com a disseminação da internet móvel e de câmera em telefones celulares, o cidadão comum pode documentar e transmitir adiante fatos que presenciou. “É como se, de repente, a imprensa estivesse quase que onipresente”, ele diz.

CAUSAS SOCIAIS

E é justamente neste particular que eu vibro mais. A também capacidade de as redes sociais mobilizarem o homem para a prática da generosidade. “No Brasil, nas últimas semanas, também observamos um excelente exemplo de organização da sociedade civil por meio das redes sociais. Logo após a divulgação da tragédia na região serrana do Rio de Janeiro, as pessoas começaram a trocar, pela rede, informações a respeito de como ajudar e como fazer doações”, comenta Julio.

Uma boa notícia, anima-se o economista, é que Chris Hughes, que foi cofundador do Facebook e também trabalhou na campanha de Barack Obama, está construindo uma nova rede social, chamada Jumo, para mobilizar as pessoas em torno de causas sociais. Com essa ferramenta, entidades e causas sociais poderão fomentar relações contínuas, de longo prazo, com seus apoiadores e doadores.

“É animador e instigante pensar que estamos apenas no começo desses movimentos de engajamento social por meio da internet e de redes sociais. À medida que mais usuários forem sendo envolvidos, teremos uma massa crítica maior para ações políticas e um número maior de possíveis doadores  para causas políticas e sociais. Essa pulverização das doações pode ser extremamente saudável tanto para democracia como para a transformação no campo social”, acredita Julio.

E, o mais importante, finaliza o autor: “Quanto maior for o número de envolvidos, maior será a pressão por uma prestação de contas transparente e eficiente, para que eles voltem a doar e votar, formando assim um ciclo virtuoso com o auxílio da internet e das redes sociais”.

Portanto, meus companheiros de leitura, façam bom uso da internet e das redes sociais. Cada um de nós é responsável pelas informações que disponibiliza. E chega da crítica inconsequente, da lamentação e da desesperança. Se não podemos construir algo que possa beneficiar alguém, melhor silenciar.

Ocorre-me agora algo do filósofo Jacob Needleman (“Por que não conseguimos ser bons?”): “O trabalho essencial do homem é tornar-se homem. Podemos dizer que é isso que o mundo precisa – mais, bem mais, do que qualquer outra coisa. O mundo precisa de pessoas, de pessoas de verdade. Sim, precisamos fazer o que podemos e, sim, existem aqueles entre nós, graças a Deus, que agem, doam e ajudam. Mas é precisamente porque a vida ética do homem permaneceu tão universal e imutavelmente corrompida através dos milênios que somos tão gratos às pessoas que agem de maneira altruísta.”

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Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com
Imagem: Irradiando Luz, www.irradiandoluz.com.br/2008/09/moradores-de..

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