Vários artigos que escrevo são originados de alguns livros que leio, como este: “Transforme seu medo”, do monge beneditino alemão Anselm Grün. Ao me identificar com alguns pensamentos, há o desejo de compartilhá-los com as pessoas. Algumas vezes esses trechos sintetizam, fielmente, aqueles comentários que fazemos com os amigos sobre os nossos próprios comportamentos, como “O medo de se expor”, por exemplo.
“Não sentimos nosso próprio valor e nos avaliamos pelo julgamento dos outros. Esta dependência do julgamento dos outros nos faz viver continuamente com medo de sermos avaliados negativamente”, escreve o monge. Para ele, cada um de nós gostaria, sim, de ser bem julgado pelos outros, mas só disso não podemos viver. “Meu verdadeiro valor é bem mais profundo. E ele independe das representações e ideias que os outros fazem de mim”.
Para Anselm, quanto mais nos colocamos na posição de defesa, mais em desvantagem ficamos. “Quando começamos a justificar nosso comportamento diante dos outros, nunca chegamos a um fim. Então usamos de mil e um pretextos por que falamos e agimos assim e não de outra maneira. Mas todo ouvinte percebe logo que esta estratégia de defesa está cheia de medo. A defesa nos envolve ainda mais em nosso medo”.
Com base na sinopse do livro, a abordagem do monge beneditino pode, certamente, ajudar muitas pessoas a lidar com os seus medos, para que não fiquem paralisadas por eles, mas encontrem confiança e levem uma vida mais humana.
Êxito e reconhecimento
“Temos de nos convencer de que êxito e reconhecimento, saúde e força não são as coisas determinantes. Não posso definir-me só em vista disso. Preciso de um fundamento mais profundo. E este fundamento é Deus”, observa o monge.
Ele revela também que, se eu tiver medo de me expor no falar, darei sempre poder ao outro sobre mim. Torno-me e a meu sentimento de autoestima dependentes um do outro. “O importante é o que ele pensa de mim. Disso depende então como eu me sentirei”, analisa o autor.
Anselm Grün escreve: “São os inimigos da nossa alma que nos fazem medo. Os inimigos da alma são nossos padrões doentios de vida, nossos complexos, nossas fraquezas e defeitos. A psicologia tem outra nomenclatura para esses inimigos da alma: são as falsas interpretações da realidade, padrões distorcidos do pensamento que percebem unilateralmente a realidade e só vêem o amedrontador”.
Para o monge, em toda pessoa existe um espaço sagrado, um lugar de tranquilidade, onde o barulho deste mundo não pode penetrar, um espaço onde Deus mora e ao qual as demais pessoas não têm acesso. “Neste espaço sagrado entramos em contato com o cerne sadio e incólume em nós. Ali o medo não pode entrar, ali ele não tem poder sobre nós. Ali estamos salvos, isto é, livres do medo opressor e constrangedor”.
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Ilustração: Grande Fraternidade Branca, www.grandefraternidadebranca.com.br
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