Como o leitor concebe a época natalina? Qual a primeira imagem que surge ao imaginar o Natal, e o que mais lhe atrai? O ato de presentear alguém inclui somente a família, amigos e pessoas de seu convívio, ou o leitor se presta também a praticar ações de caridade? A prece, a ida a um templo... fazem parte do seu ritual nesta época? E como fica a sua emoção nesse momento que favorece a autorreflexão? O leitor chega a se avaliar, a olhar o mundo sob um ângulo mais universal e solidário? Também passa pela sua cabeça essa coisa da retrospectiva pessoal e o desejo de se transformar em uma pessoa melhor?
Estarei eu aqui fazendo tanta pergunta idiota ou é mesmo tempo de pensar no Natal e Ano Novo de forma inovadora, construtiva e elevada?
Meus leitores podem estranhar. Perdoem-me, mas não gosto do Natal. É difícil eu aceitar a forma como se reverencia essa data cristã.
Já no início de novembro, tão antecipadamente, os shoppings apresentam as suas alegorias chamativas para as compras natalinas. Papais-Noéis representando a paisagem europeia de inverno, sobre carruagens com renas e neves de “isopor”. Representam na verdade um grande apelo comercial.
“Esse sistema, que permite uma aproximação entre as pessoas, não toca o coração profundamente, embora possa até convencer o homem de estar vivendo uma época toda especial”, escreve o médico imunologista Gildo Oliveira, da Sociedade Antroposófica, www.sab.org.br, 2009.
Ainda bem que algumas ações sociais integram o Natal, lideradas por raras pessoas generosas. Admito que o Natal representa uma das datas de mais forte simbolismo do calendário, favorecendo o reencontro de famílias e até a reconciliação de pessoas. Também considero que existem pessoas que comemoram o Natal sem se deixar influenciar pelo mercantilismo dominante. Há ainda quem opta por viajar no final do ano justamente para se afastar das aglomerações nesse período conturbado e tão materialista.
Eu não gosto do Natal pelo artificialismo que caracteriza a época. Não consigo conceber o esbanjamento de dinheiro quando há tantas pessoas passando privações. Eu não gosto do Natal por não prevalecer na consciência e atitude das pessoas a inspiração do grande líder sagrado.
Por tudo isto, de que eu não gosto mesmo é dessa efervescência materialista natalina.
Imagino como Jesus observa essa festa, como vê a forma tão consumista como as pessoas reverenciam o 25 de dezembro. Como seria bom se grupos de pessoas começassem a comemorar o Natal com base naquele que seria o seu verdadeiro sentido: a prática da elevação espiritual e da solidariedade, controlando os gastos excessivos e despertando o interesse pelos necessitados.
Na concepção de Gildo Oliveira, “Quando uma pessoa ilumina a si mesma com a verdade manifesta, ela ilumina o mundo, pois, como disse Jesus, ninguém acende uma candeia e a torna oculta aos outros, mas coloca-a no alto para poder iluminar tudo o que está a sua volta”.
Gildo diz ainda: “Quando duas ou mais pessoas se reúnem verdadeiramente em nome de Cristo Jesus, a iluminação atinge níveis espirituais muito elevados. É o ponto de partida para uma compreensão maior do sentido do Natal em todos os seus mistérios”.
“O SIGNIFICADO DO NATAL”
Para complementar esta reflexão, busquei inspiração no site www.reflexão.com.br
“Ei, aonde vai com tanta pressa? Eu sei que você tem pouco tempo. Mas será que poderia dar uns minutos da sua atenção? Percebo que há muita gente nas ruas, correndo como você. Para onde vão todos?
Os shoppings estão lotados... Crianças são arrastadas por pais apressados, em meio ao torvelinho. Há uma correria generalizada. Alimentos e bebidas são armazenados. E os presentes então? São tantos a providenciar...
Entendo que você tenha pouco tempo. Mas qual é o motivo dessa correria? Percebo também luzes enfeitando vitrines, ruas, casas, árvores... Mas confesso que vejo pouco brilho nos olhares. Poucos sorrisos afáveis, pouca paciência para uma conversa fraternal.
É bonito ver luzes, cores, fartura... Mas seria tão belo ver sorrisos francos. Apertos de mãos demorados. Abraços de ternura. Mais gratidão. Mais carinho. Mais compaixão.
Talvez você nunca tenha notado que há pessoas que oferecem presentes por mero interesse. Que há abraços frios e calculistas. Que familiares se odeiam sem a mínima disposição para a reconciliação.
Mas porque você me emprestou uns minutos do seu precioso tempo, gostaria de lhe perguntar novamente: Para que tanta correria?
Em meio à agitação, sentado no meio-fio, um mendigo, ébrio, grita bem alto: Viva, Jesus. Feliz Natal! E os sóbrios comentam: É louco!
E a cidade se prepara. Será Natal.
Mas para você, que ainda tem tempo de meditar sobre o verdadeiro significado do Natal, ouso dizer: Natal não é apenas uma data festiva, é um modo de viver. O Natal é a expressão da caridade. E quem vive sem caridade desconhece o encanto do mar, que incessantemente acaricia a praia, num vai-e-vem constante... Natal é fraternidade. E a vida sem fraternidade é como um rio sem leito, uma noite sem luar, uma criança sem sorriso, uma estrela sem luz.
Mas Natal também é união. E a vida sem união é como um barco furado, um pássaro de asas quebradas, um navegante perdido no oceano sem fim.
E, finalmente, Natal é pura expressão de amor. E a vida sem amor é desabilitada para a paz, porque em sua intimidade não sopra a brisa suave do amanhecer, nem se percebe o cenário multicolorido do crepúsculo.
Viver sem paz é como navegar sem bússola em noite escura. É desconhecer os caminhos que enaltecem a alma e dão sentido à vida.
Enfim, a vida sem amor... Bem, a vida sem amor é mera ilusão.
Que este Natal seja para você mais que festa e troca de presentes. Que possa ser um marco definitivo no seu modo de viver, conforme o modelo trazido pelo notável Mestre, cuja passagem pela Terra deu origem ao Natal. Mas que hoje, acredito, ainda está longe de ser o que Ele deseja para todos.”
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Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com
Valeu...sinto exatamente assim; não chego a não gostar da data, porém me manifesto de outra forma...e na minha casa, na hora da ceia, meu convidado maior e especial é JESUS. E não tem troca de presentes, nem tão pouco "inimigos secretos"; doamos presentes em instituições beneficiêntes ♥
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ResponderExcluirwww.tomsimoes.com9 de novembro de 2012 09:17
ResponderExcluirParabéns Rosa! Você é uma dessas raridades humanas. Infelizmente o Homem não está atento ao que é essencial à sua natureza. Por isto continua buscando o que o distrai mas não o transforma verdadeiramente. É fundamental então que ele encontre o verdadeiro significado para a sua vida.
e verdade tudo que li,pergunta a uma criança o que e o natal,elas so lembram que e um dia que vao ganhar presentes e nem sabem o que estao festejando,reza nem se fale as pessoas ,so querem saber de dar presente,etc uma oraçao nem e feita,parece que tem vergonha de chamar os familiares pra rezarem juntos por um ser que nos deu a vida,amor fraternidade ,e amor ao proximo.......
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