sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

JOVEM DESIGNER AGREDIDO COM TACO DE BEISEBOL MORRE APÓS DEZ MESES EM COMA

Imagem: http://blogdafolhauniversitaria.blogspot.com
O fato ocorreu no dia 21 de dezembro de 2009. Internado na UTI do Hospital das Clínicas em estado de coma, o jovem "designer" Henrique Carvalho Pereira, 22, de Santo André, teve falência múltipla de órgãos. Após dez meses, ele morreu anteontem, dia 22 de outubro. A Folha de S. Paulo, Cotidiano, noticiou o caso no dia 23.

Henrique foi golpeado com um taco de beisebol na cabeça, enquanto apreciava livros na Livraria Cultura da Avenida Paulista, região central de São Paulo. O acusado de ser o agressor, que se encontra preso, ainda não foi transferido para um hospital de custódia psiquiátrico, como determinou a Justiça em 16 de agosto, escrevem Eliane Trindade e Raphael Marchiori, da Folha, no artigo "Após dez meses, agredido com taco de beisebol morre".


Eu fiquei sabendo da triste ocorrência apenas anteontem, 22 de outubro, em noticiário televisivo. Não costumo acompanhar tragédias exploradas pela mídia em detalhes. É claro que sempre me comovo com elas. Porém, por ser espiritualista, é outra a minha forma de lidar com a tristeza, concentrando-me, evocando a vítima e dedicando preces a ela, por eu acreditar na permanência no plano espiritual da espécie humana. Mas este assunto é maior do que uma pessoa só. É preciso ter fé para experimentar alguns fatos inexplicáveis que acontecem com pessoas que creem.

Ao ver Elifas Pereira, pai do jovem "designer", falando sobre a ocorrência, logo imaginei tratar-se de um espiritualista, antes mesmo que o repórter fizesse referência a isto. Elifas, apesar de sua dor, demonstrava uma paz em seu semblante e em suas palavras, que me comoveram bastante.

E essa minha sensação foi confirmada, ao ler outra declaração do pai, no artigo da Folha: "Espero que ele (o agressor) seja cuidado para não fazer de novo o que fez e causar tanto sofrimento a outra família."

Perguntado sobre o que espera agora do processo criminal, responde o pai do jovem: "A morte não muda nada. Como o agressor é considerado doente, ele é inimputável. Essa parte da Justiça está sendo bem cuidada. A Promotoria é muito empenhada".

EMOÇÃO

"Só faltei três dias nesse período todo e mesmo assim por estar doente e não poder entrar para vê-lo. Durante um tempo, obtive permissão para vir em um horário especial para estimulá-lo. Às vezes, quanto eu tocava o seu rosto, Henrique se agitava, como quem quer acordar. Mas, quando vi que não correspondia, passei a vir apenas no horário de visita", revela Elifas.

Contam os autores do artigo que o fim da longa agonia de Henrique coincide com uma exposição itinerante da "Vaca de Sampa", obra que o jovem "designer" fez para a "Cow Parade". "A obra de Henrique, que ficou exposta na avenida Brigadeiro Luís Antonio, agora está sendo exibida pelos vários campi da Uniban, na qual ele se formou."

Segundo ainda Eliane e Raphael, a escultura "Vaca de Sampa" foi comprada por R$ 17 mil em um leilão beneficente. A família Herz, proprietária da Livraria Cultura, arrematou a obra. O valor arrecadado foi doado à família do jovem agredido.

Quando seres humanos especiais, como Elifas Pereira e sua esposa, Silvania Pereira, adquirem o conhecimento e a sabedoria em termos da Existência Universal, certamente é possível entender e apaziguar o sofrimento, ainda que diante da dificuldade de superar a dor característica do corpo humano.

Na televisão, Elifas Pereira demonstrou acreditar que o corpo físico morre, mas o espírito do morto permanece no ambiente familiar. Demonstrou não querer ficar triste, por acreditar na permanência do espírito alegre do filho. Tristeza do lado de cá não é bom para a evolução espiritual, tanto para quem desencarna como para quem aqui permanece. A tristeza deve ser substituída pela prece e pelo altruísmo. Felizes aqueles que conseguem atingir esse nível de entendimento durante a sua existência terrestre.

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(*) Revisão de texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com

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