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É triste quando se perde um ente querido e se dificulta o processo natural do desligamento. Há pessoas susceptíveis de utilizar circunstâncias inesperadas da vida para conectar tristezas latentes em seu interior. Permite-se assim justificar a solidão, a ausência de motivação para mudar comportamentos e, quem sabe, a posição de vítima, revelando carências afetivas.
Segundo o psiquiatra Flávio Gikovate, quando morre uma pessoa querida, de nada adianta ficar sentado, de luto, por tempo indeterminado. É preciso se ocupar. “Quanto mais você conseguir ocupar seu pensamento, menos você sofrerá. Tente entreter-se com o trabalho, mantenha conversa com amigos queridos. Esteja com pessoas com as quais você se sinta confortável para falar sobre o que está sentindo”.
Há os que creem e os que não crêem nos aspectos transcendentais da Natureza Humana e do Universo como um todo. Eu creio. É por isto que imagino que a chama dos entes queridos que morreram continua sempre presente em nossas vidas. Ao lembrarmos deles, não deve haver momento para tristeza. Devemos pensar apenas nos bons momentos que juntos vivemos. E então sorrir, pensando ou orando, elevando a consciência para o que possa entender como sagrado.
É bom pensar no que diz Augusto Cury, em sua obra “O futuro da humanidade”: “Somos apenas um cérebro sofisticado que tomba numa sepultura para não ser mais nada? Nossa história se esgota nesta breve existência? São débeis os milhares de seres humanos ligados a inúmeras religiões que creem numa vida que transcende à morte? O intelecto humano é apenas um computador cerebral? Não creio. Eu creio que o mundo bioquímico do cérebro não pode explicar completamente as contradições dos pensamentos, o território das emoções, os vales dos medos”.
TRISTEZA NÃO AJUDA
“Quando estamos diante de uma perda, não adianta tentar recuperar o que já se foi, é melhor aproveitar o grande espaço aberto e preenchê-lo com algo novo. Teoricamente, toda perda é para nosso bem: na prática, é quando questionamos a existência de Deus e nos perguntamos: eu mereço isso?”, revela Paulo Coelho em “O Aleph”.
Para Coelho, quem está preso ao tempo é você. “Ao invés de aceitar a perda de sua mulher, não se conforma com isso. E o resultado é que ela permanece aqui, ao seu lado, tentando consolá-lo, quando a essa altura devia estar seguindo em frente, ao encontro da Luz Divina.”
Ninguém perde ninguém. “Somos todos uma única alma que precisa desenvolver-se para que o mundo siga adiante e tornemos a nos reencontrar. A tristeza não ajuda em nada”, diz o escritor.
Para ele, o amor sempre vence aquilo que chamamos morte. Por isso não precisamos chorar por nossos entes queridos, porque eles continuam queridos e permanecem ao nosso lado. “Temos uma grande dificuldade em aceitar isso. Se vocês não acreditarem, não adianta eu ficar explicando”, complementa.
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Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com
Papis e Lineu, parabéns pelo blog! Tá ficando lindo! Que orgulho! Beijos, Aninha
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