quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Felicidade

Foto: http://equilibriocorpoemente.wordpress.com/2009/05/18/felicidade
Inspirei-me bastante no artigo “Felicidade”, de autoria de Roberto Venosa, especialista em Gestão de Pessoas, publicado no jornal O Estado de S. Paulo, Dicas Corporativas (caderno Empregos), de 27 de junho de 2010.

Venosa faz uma importante pergunta: Felicidade pode fazer parte da agenda de Recursos Humanos? e, segundo ele (revista Isto É, 26 de maio de 2010), atualmente existem mais de 120 milhões de pessoas em depressão.
Com base em Bertrand Russell (“A conquista da felicidade”), mencionado na revista, Venosa comenta que não possuir algumas coisas é parte indispensável da felicidade. Ou, de outra forma, “Felicidade é estar bem consigo e com os outros... é, também, aceitar limitações, sofrimentos, incompetências e fracassos... É ficar triste de vez em quando, talvez por ter feito opções erradas.”

Venosa pergunta: o que pode ser feito para os colaboradores serem mais felizes, o que os colaboradores poderiam fazer para que outros na organização se sintam mais felizes e como a felicidade de quase todos pode ajudar a se conseguirem melhores resultados para a organização e para a sociedade?

Citando ainda Bertrand Russell, “A felicidade deve ser considerada como um bem perseguido por todos. A felicidade é um apetite pela vida. O ser humano feliz, para viver, sentirá a unidade entre o íntimo e o mundo exterior. E, mais importante, o mal dos tempos de hoje é que os idiotas vivem cheios de si (tudo sabem) e os inteligentes, cheios de dúvidas. Pelo menos por inteligência não vale a pena ser feliz?”

No mundo de hoje, “Felicidade não deve ser uma promessa futura e, em se tratando de afetos, Felicidade é inter-relacional”, escreve o especialista.

A necessidade de um ideal superior...

O tema me remete à inspiradora obra “Olhai os lírios do campo”, de Érico Veríssimo, 1938, que li recentemente: “Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está passando inutilmente. São estes intervalos entre um trabalho cansativo e outro trabalho cansativo, estes momentos que a gente pode conversar com um amigo, brincar com os filhos, ler um bom livro... O erro é pensar que o conforto permanente, o bem-estar que nunca acaba e o gozo de todas as horas são a verdadeira felicidade. Como agora eu vejo claro! É preciso o contraste...”

Veríssimo fala sobre o mal que faz às pessoas a ausência de um ideal superior, seja ele religioso, artístico ou simplesmente humano. “O resultado disso é a corrida para o prazer. Só há um objetivo: gozar. O gozo se compra. Para comprar é preciso dinheiro. Mas há algo de eterno e de imutável. É a natureza do homem”.

Em sua obra “Quem me roubou de mim”, Fábio de Melo diz: “Cada vez que realizamos um gesto que organiza, que coloca na ordem e que harmoniza, de alguma forma estamos recriando o mundo, isto é, estamos desfazendo o caos.”

Para Fábio de Melo, padre, professor universitário e escritor, “Sempre que alguém chega à nossa vida nunca vem sozinho. Ele traz o seu horizonte de sentido. Pessoas, coisas, valores, ideias. Traz o alicerce que o faz ser o que é. À medida que motivamos e somos motivados para o autoconhecimento, tornamo-nos proprietários do que somos e naturalmente colocamo-nos à disposição dos outros”.

“É muito interessante perceber que onde existe uma pessoa de verdade, isto é, no sentido exato do termo, ali outras pessoas também estão sendo feitas”, pondera Fábio de Melo. Para ele, isso se explica por uma razão muito simples: o processo de se tornar pessoa é contagiante. “Quando encontramos alguém que verdadeiramente está desbravando seu universo de possibilidades e limites, de alguma forma nos sentimos motivados a fazer o mesmo”.

E, para finalizar, acrescento algo de Viktor E. Frankl, de sua obra “Em busca de sentido”, que li em outubro de 2009: “Porque o mundo está numa situação ruim. Porém, tudo vai piorar se cada um de nós não fizer o melhor que puder”.

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