“Todo dia a morte leva de um a três pacientes da médica Lucia Cerqueira Gomes. O que seria arrasador para a maioria de seus colegas é rotina para ela. Lucia, 39, trabalha no Inca 4, a unidade do Instituto Nacional de Câncer, no Rio, voltada para pacientes terminais”, relata Luiz Fernando Vianna no artigo “Médica prepara doente para a morte” (Folha de S.Paulo, Saúde, 3/5/2009).
Segundo Luiz Vianna, Lucia, responsável pela enfermaria e coordenadora da equipe de visitas domiciliares, administra os chamados cuidados paliativos. “São remédios e procedimentos que procuram poupar da dor quem não pode mais passar por tratamentos invasivos como cirurgias e quimioterapias”.
Para a médica, os pacientes ensinam como viver bem com muito pouco, como não perder tempo com coisas pequenas. Lucia não se vê como salvacionista. Ela deseja ajudar as pessoas a “fechar” bem. Por “fechar” entenda-se resolver as pendências possíveis (práticas e emocionais) para conquistar alívio, escreve o jornalista.
“O medo no trabalho é não ter tempo. Quando um paciente morre, nós pensamos: Será que deixamos de fazer alguma coisa? Será que ele conseguiu passar com tranquilidade?”, conta a médica no artigo da Folha. Ela diz mais: “Se o caminho é truculento ao longo de toda a vida, vai ser truculento no final”. E lembra que problemas graves existem também em pacientes ricos. “Há pessoas que vivem num luxo intenso, mas por dentro têm uma miséria muito grande”.
Casos que surpreendem
Luiz Vianna aborda que há casos bem sucedidos, que, paradoxalmente, deixam Lucia angustiada. Como este: um engenheiro conseguiu viajar com a mulher, casar a filha e falar à doutora: “Fique tranquila, eu estou bem”.
“Mas não há mais nada que eu possa fazer por você?”, perguntou ela. “Não, eu estou bem, repetiu ele. E morreu dias depois. “Houve tempo para criar vínculos”, acrescenta Lucia. A médica luta contra o tempo para que pessoas aceitem o fim com serenidade, sem dramas: “O foco é a vida”, revela.
Todos nós temos sempre muito a aprender com esses poderosos seres humanos, que a jovem médica Lucia tão bem representa. Experiências como essas precisam ser trazidas à luz com mais frequência pela mídia. “São exemplos capazes de mostrar a muitos, cujo potencial para a transformação social permanece latente, que vale a pena se aplicar e propor novos nichos de felicidade, ainda que por vezes efêmeros”, observa meu amigo Roberto da Graça Lopes.
Mas quem pode, na verdade, aquilatar o valor do tempo? Dias ou anos pouco importa, desde que plenos de intensidade de Vida. Desde que vividos com a consciência integralmente presente.
Segundo Luiz Vianna, Lucia, responsável pela enfermaria e coordenadora da equipe de visitas domiciliares, administra os chamados cuidados paliativos. “São remédios e procedimentos que procuram poupar da dor quem não pode mais passar por tratamentos invasivos como cirurgias e quimioterapias”.
Para a médica, os pacientes ensinam como viver bem com muito pouco, como não perder tempo com coisas pequenas. Lucia não se vê como salvacionista. Ela deseja ajudar as pessoas a “fechar” bem. Por “fechar” entenda-se resolver as pendências possíveis (práticas e emocionais) para conquistar alívio, escreve o jornalista.
“O medo no trabalho é não ter tempo. Quando um paciente morre, nós pensamos: Será que deixamos de fazer alguma coisa? Será que ele conseguiu passar com tranquilidade?”, conta a médica no artigo da Folha. Ela diz mais: “Se o caminho é truculento ao longo de toda a vida, vai ser truculento no final”. E lembra que problemas graves existem também em pacientes ricos. “Há pessoas que vivem num luxo intenso, mas por dentro têm uma miséria muito grande”.
Casos que surpreendem
Luiz Vianna aborda que há casos bem sucedidos, que, paradoxalmente, deixam Lucia angustiada. Como este: um engenheiro conseguiu viajar com a mulher, casar a filha e falar à doutora: “Fique tranquila, eu estou bem”.
“Mas não há mais nada que eu possa fazer por você?”, perguntou ela. “Não, eu estou bem, repetiu ele. E morreu dias depois. “Houve tempo para criar vínculos”, acrescenta Lucia. A médica luta contra o tempo para que pessoas aceitem o fim com serenidade, sem dramas: “O foco é a vida”, revela.
Todos nós temos sempre muito a aprender com esses poderosos seres humanos, que a jovem médica Lucia tão bem representa. Experiências como essas precisam ser trazidas à luz com mais frequência pela mídia. “São exemplos capazes de mostrar a muitos, cujo potencial para a transformação social permanece latente, que vale a pena se aplicar e propor novos nichos de felicidade, ainda que por vezes efêmeros”, observa meu amigo Roberto da Graça Lopes.
Mas quem pode, na verdade, aquilatar o valor do tempo? Dias ou anos pouco importa, desde que plenos de intensidade de Vida. Desde que vividos com a consciência integralmente presente.
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