terça-feira, 27 de abril de 2010

Crença e ciência


Ilustração: http://agrandefraternidadebrancauniversal.blogspot.com
Em seu artigo “Montaigne, A amizade” (revista “Vida Simples”, maio 2010), José Francisco Botelho nos leva a uma importante reflexão, com base no filósofo Michel de Montaigne (1533-1592).

“Eis aqui, leitor, um livro de boa fé... Sou eu mesmo a matéria deste livro, o que será talvez razão suficiente para que não empregues teus lazeres em assunto tão fútil e de tão mínima importância”. É com essa irônica mesura que Montaigne nos convida a adentrar a turbulenta morada de sua alma, escreve Francisco Botelho.

Neste particular, permitam-me o atrevimento de identificar a missão de meu blog com essa referência a Montaigne.


Sobre o produtivo artigo de Botelho, selecionei o que segue: “Com seu afável ceticismo, Montaigne considera a Razão humana incapaz de resolver as questões transcendentes do universo – por exemplo, a existência de Deus e a imortalidade da alma. Para o filósofo, a própria descrença é um ato de fé. Perante dilemas insolúveis – como o são a maior parte dos temas da filosofia universal -, Montaigne não sugere uma resposta, mas uma pergunta: ‘Que sei eu?’ A única coisa que podemos conhecer realmente somos nós mesmos; e, conhecendo-nos, podemos começar a compreender os outros. Pois, ‘todo homem traz em si a forma total da condição humana’, como nos diz Montaigne, em seu tom oscilante entre a gravidade e o devaneio”.

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