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Ao saber da morte de Rafael Mascarenhas, 18, filho da atriz Cissa Guimarães, atropelado quando andava de skate em um túnel carioca, fiquei muito triste. Pensei imediatamente na reação daquela mãe, e então me concentrei e rezei por ela e por ele.
Não, por favor, detalhes não! Recuso-me a acompanhar a exploração midiática de casos como esse...
Por ser espiritualista, prefiro orar pelas pessoas envolvidas em lugar de alimentar tristezas, por influência do mórbido noticiário.
"Sempre que virmos alguém sofrendo ou em dificuldades, devemos tentar responder ajudando. Se não pudermos ajudar de maneira prática, devemos, ao menos, tentar fazê-lo com nossos pensamentos e preces", aconselha o monge Geshe Kelsang Gyatso em "Compaixão universal".
Quem se lembrou de fazer uma oração, pedindo a Forças Superiores que protejam Cissa e Rafael?...
Quem tem deixado de lado a curiosidade e a revolta e procurado refletir sobre o que leva pessoas à prática de crimes, como aquele em que, acredita-se, está envolvido o goleiro Bruno Fernandes, 26, acusado do assassínio da ex-amante?...
Quantos são capazes de virar a página do jornal e mudar o canal da televisão, recusando-se a se "alimentar" do que oferece o noticiário? Noticiar é importante sim, ponto. O que lamento é a exploração insensata por conta da "garantida vendagem" de tragédias como essas.
Perdoem-me, mas ainda me choco com fotos do jornal como a de Cissa Guimarães chorando, amparada por alguém... Momentos de dor, únicos e particulares, deveriam ser resguardados e não explorados.
Alguém poderá dizer: é o preço que se paga, por se tratar de uma pessoa famosa... Porém, ainda me choco.
Consciência
"Nós estamos comprometidos com a vida. Só uma nova consciência é capaz de mudar o mundo", dizia Betinho (Herbert de Sousa), sociólogo e ativista dos direitos humanos, mentor do projeto "Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida". Ele acreditava ser possível mudar de atitude: a questão é ter vontade e agir...
O programa "Sem Censura", transmitido todas as tardes pela TV Brasil e apresentado pela jornalista Leda Nagle, http://bloglog.globo.com/ledanagle, é um dos bons exemplos do jornalismo que pode levar telespectadores a mudanças positivas de comportamento.
Nesta semana, em casa, recuperando-me de uma litotripsia ("bombardeamento" de cálculo renal), tive a oportunidade de assistir a dois desses programas. Confesso pouco interessar-me por televisão, pela dificuldade de sintonizar programas produtivos. Em um dos "Sem Censura", um dos convidados abordou a questão do fim das sacolas plásticas nos supermercados cariocas.
Há algum tempo eu vinha refletindo sobre isto. Mas com a eficiente abordagem do programa, a partir do dia seguinte passei a utilizar a sacola permanente, que tinha em casa e que, inclusive, minha esposa já utilizava para transportar as compras do supermercado.
Com aquela atitude, passei, inconscientemente, a agir como agente de transformação, ao perceber como algumas pessoas me olhavam.
Chega de tanta indiferença, desse jeito de levar uma vida de espectador: tão passiva e desatentamente, sem coragem de dar o primeiro passo como uma nova pessoa, disposta a despertar a sua condição de agente modificador do ambiente em que vive. Cada um de nós certamente fará a diferença neste mundo, se optar por sair da zona de conforto. Devemos fazer da vida o que melhor pudermos, todos os dias...
Cabe a pergunta: como verdadeiro cidadão, o que você pretende deixar registrado em sua história de vida? É tempo de pensar em reescrevê-la? Ou você pouco se importa se passar incólume nesse processo de dar a sua contribuição como agente transformador da sociedade? Mas, em verdade, ninguém passa incólume por experiência alguma. Só se pode escolher o lado, o que já é um grande exercício de liberdade individual, uma vez que a batalha está sempre presente. Exercitemos a liberdade com responsabilidade, pois sempre responderemos por nossos desatinos egóicos.
E salve Betinho! Salve o Canal Brasil pelo recente documentário em homenagem a esse Grande Ser Humano Brasileiro! "Santo" Betinho: para mim, você é digno de estar entre os Anjos!
Sem medo de errar...
Ao refletir sobre o que ora escrevo, lendo neste dia a obra "O Aleph", de Paulo Coelho, há algo ali que se encaixa em meus textos pessoais:
"... escrever, para mim, é sobretudo um ato de descobrir a mim mesmo. Se tivesse que lhe dar um único conselho, seria este: não se deixe intimidar pela opinião dos outros. Só a mediocridade é segura, por isso corra seus riscos e faça o que deseja. Busque pessoas que não têm medo de errar e, portanto, erram. Por causa disso, nem sempre o trabalho delas é reconhecido. Mas é esse tipo de gente que transforma o mundo e, depois de muitos erros, consegue acertar algo que fará a diferença completa na sua comunidade".
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