sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Ataques cardíacos nas mulheres são diferentes

Acabo de receber um e-mail de uma amiga e me surpreendi com o relato da mulher objeto da informação médica, sobretudo ao lembrar de minha cunhada, que faleceu aos 59 anos, vítima de enfarte. Ela era perfeitamente saudável, alegre e generosa, e o marido teve um choque logo cedo, ao acordar, vendo-a morta, na cama.

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Para que saibam como é a versão feminina do infarto, uma mulher que sofreu um ataque cardíaco conta sua história, por e-mail (infelizmente, sem a devida referência da fonte):

“Uma mulher comentou que não se sentia bem, que lhe doíam as costas. Iria se deitar um pouco, até que as dores passassem! Um tempo depois, seu esposo foi ver como ela estava e a encontrou sem respirar. Não  conseguiram revivê-la”.


Vocês sabiam que os ataques cardíacos nas mulheres raramente apresentam os mesmos sintomas ‘dramáticos’ que anunciam o infarto nos homens? Refiro-me à dor intensa no peito, ao suor frio e ao desfalecimento (desmaio, perda da consciência) súbito que os homens  sofrem e que vemos representados em filmes.

Eu sabia que os ataques cardíacos nas mulheres eram diferentes, mas nunca imaginei nada como isto.

Tive um inesperado ataque do coração por volta das 22h30, sem haver feito esforço físico exagerado ou sofrido trauma emocional que pudesse desencadeá-lo. Estava sentada, agasalhadinha, com meu gato nos joelhos. Lia uma novela  interessante, com o meu pijama preferido e muito relaxada, enquanto pensava: Que lindo. Isto é que é vida...!

Um pouco mais tarde, senti uma horrível sensação de indigestão, como  quando, estando com pressa, comemos um sanduíche, engolindo-o com um pouco de água e parecendo que temos uma bola que desce pelo esôfago, bem devagar, meio embuchando-nos. É quando nos damos conta de que não deveríamos comer tão depressa e que deveríamos mastigar mais devagar e melhor, além de tomar um copo de água para auxiliar o processo digestivo. Esta foi uma sensação inicial. O único problema era que eu não havia comido nada desde as 17 horas. 

Depois, desapareceu aquela sensação e senti como se alguém me apertasse a coluna vertebral (pensando bem, agora acredito que eram os espasmos em minha aorta). Logo, a pressão começou a avançar para o meu externo (osso de onde nascem as costelas no peito). O processo continuou até que a pressão subiu à garganta e a sensação correu, então, até alcançar ambos os lados de meu queixo.

Naquele momento, soube realmente o que estava se passando comigo. Acredito que todos temos lido ou escutado que a dor no queixo é sinal de um ataque do coração.

Santo Deus! Acredito estar tendo um ataque cardíaco, disse ao gato. Tirei os pés do pufe e tratei de ir até o telefone, mas caí no chão. Então disse: Isto é um ataque cardíaco e não deveria caminhar até o telefone nem a nenhum outro lugar, mas se não digo a ninguém o que está se passando, ninguém poderá me ajudar. E, se demorar, talvez não possa mover-me depois.

Levantei-me, apoiando-me em uma cadeira e caminhando devagar até o telefone para chamar a emergência, explicando acreditar que estava tendo um ataque cardíaco e descrevendo meus sintomas. Tentando manter a calma, informei o que se passava comigo. E então eles me disseram que viriam imediatamente, aconselhando-me a deitar perto da porta, após destrancá-la, para que pudessem entrar e me localizar rapidamente. 

Segui aquelas instruções, deitei-me no chão e, quase imediatamente, perdi os sentidos. Não lembro como os médicos entraram em minha casa e nem como me levaram na ambulância. Mas, vagamente, lembro-me de haver aberto os olhos ao chegar ao hospital e ver que o cardiologista estava esperando, pronto para me levar à sala de cirurgia. 

O médico se aproximou e me fez algumas perguntas (creio que, se eu havia tomado algum medicamento), mas não pude responder, nem entender o que me dizia, porque perdi novamente os sentidos. 

Acordei com o cardiologista, como descobri após algumas horas, introduzindo um pequeno balão em minha artéria femoral para instalar dois ‘stents’ e manter aberta minha artéria coronária do lado direito. 

Parece que tudo o que fiz, antes de chamar a ambulância, demorou uns 20 ou 30 minutos, mas, na realidade, custou-me quatro ou cinco minutos. E, graças às minhas explicações precisas, os médicos já estavam esperando, prontos para me atender adequadamente ao chegar ao hospital.

Vocês podem perguntar por que conto tudo isto com tantos detalhes.  É simplesmente porque desejo que saibam o que aprendi depois dessa terrível experiência.

Passo então a resumir alguns pontos:

1. Saibam que os seus sintomas, provavelmente, não serão parecidos em nada aos que padecem os homens. Eu, por exemplo, senti a dor no externo e no queixo. Dizem que mais mulheres do que homens morrem em seu primeiro (e último) ataque cardíaco, por não identificarem os sintomas e/ou os confundirem com os sintomas de uma indigestão. Então tomam um digestivo e logo vão para a cama, esperando que o mal-estar desapareça durante a noite. Também, porque, por razões culturais, nós, as mulheres, estamos acostumadas a tolerar a dor e o desconforto mais do que os homens. 

Queridas amigas: Talvez os seus sintomas não sejam iguais aos meus, mas, por favor, não percam tempo. Chamem a ambulância se sentirem que o seu corpo experimenta algo estranho. Cada qual conhece o estado natural (normal) de seu corpo. Mais vale uma ‘falsa emergência’ do que não se atrever a chamar e perder a vida.

2. Notem que disse ‘Chamem os paramédicos/ambulância’. O tempo é importante. Além disso, não pensem em dirigir o automóvel nem deixem que seus esposos ou familiares levem-nas ao hospital. Além do fato de ninguém estar em condições de dirigir sem que os nervos os atraiçoem, seus sintomas podem se agravar no caminho para o hospital e complicar as coisas. Tampouco é recomendável chamar o médico, para que venha a sua casa. Além de perder minutos preciosos, poucos médicos levam em seu carro equipamento ‘salva-vidas’ necessário para esses casos. A ambulância, sim, está totalmente equipada, principalmente com oxigênio, para uso imediato. Em todo caso, o hospital notificará depois o seu médico.

3. Não acreditem que não possam sofrer um ataque cardíaco por seu colesterol ser normal ou nunca terem tido problemas cardíacos. O colesterol por si só (a menos que seja excessivo) raramente é a causa de um ataque cardíaco. Os ataques cardíacos são o resultado de um estresse prolongado que faz com que nosso sistema segregue toda classe de hormônios daninhos que inflamam as artérias e tecido cardíaco.

Por outro lado, as mulheres que estão entrando na menopausa, ou já a ultrapassaram, perdem a proteção que lhes brindava os estrogênios, correndo o risco de sofrer mais problemas cardíacos do que os homens.

Um cardiologista disse que, se todas as mulheres que receberem esta informação a enviarem a dez mulheres, certamente ao menos uma vida se salvará.”

Outra experiência médica

“Neste mês, estou comemorando meu primeiro aniversário. Você deve estar perguntando: Como assim, se ele na verdade é um cinqüentão?”, diz Eugenio Mussak, educador e escritor, em seu artigo: Tema: Fora da Ordem (revista Vida Simples, set. 2008, editora Abril). Eugenio, há um ano, em um sábado calmo, em casa, ouvindo seus CDs em companhia de seus livros, suas cachorras e da mulher Lu, de repente começou a sentir tontura, vertigem e dor de cabeça. 

“Eu, um homem de hábitos saudáveis, que faz ginástica, alimenta-se bem e tem nível controlado de estresse, tive um aneurisma cerebral roto, que quase custou minha vida, assim, de repente, do nada”, conta o educador. Ele narra que, certamente, foi um fato inesperado e raro.“Previsível? Pouco provável. Causou sofrimento? Com certeza. Foi uma coisa ruim? Pode parecer estranho, mas hoje eu acho que não. Claro, porque eu fui atendido a tempo, tive um diagnóstico rápido e a ação efetiva de médicos que resolveram o problema através de uma técnica moderna de cirurgia endovascular”, explica Eugenio. 

Segundo o autor, o aneurisma levou-o a fazer, inesperadamente, um sabático compulsório de um mês, tempo bem aproveitado para rever seus valores, refazer planos e repensar a vida. “Acredite, sou uma pessoa melhor hoje, depois que entendi o significado da finitude da vida, que percebi a importância das amizades, que compreendi o valor da família, que travei contato com as benesses da ciência, que consegui com que, em meu interior, a razão fizesse as pazes com a fé”, escreve Eugenio Mussak em seu artigo.

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