quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

ARTISTAS HOLANDESES DÃO COR A FAVELAS CARIOCAS

Foto: www.favelapainting.com
É isto que procuro na leitura diária do jornal e raramente encontro: o fato que traz esperança de um mundo melhor. Como este: “Meu sonho é poder ver no Rio uma favela inteira pintada”, publicado na Folha de S. Paulo, Ilustrada, de 30 de setembro. Diante dos bombardeios diários do jornal, buscando, principalmente, o que é sensacional e mais vendável, de quando em quando a gente também pode se surpreender com uma notícia alentadora.
“Ao lado do conterrâneo Jeroen Koolhaas, 33, Dre Urhahn, 36, já jogou cor nas comunidades cariocas em três ocasiões. A primeira vez foi em 2007, na Vila Cruzeiro, uma das favelas que integram o Complexo do Alemão (zona norte), onde morou por oito meses”, escreve Juliana Vaz. “Nossas principais dificuldades foram a chuva e os tiros”, lembra Dre.

Depois de testemunhar três ações do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e sete passagens do “caveirão”, conta Juliana, o duo deixou estampada sobre um muro a imagem de um garoto soltando pipa. “Agradou os moradores, enquanto os traficantes diziam que ali era ‘o lugar errado’ para a arte”.

Mas os dois sonhadores holandeses não desistiram. “Um ano mais tarde, na mesma Vila Cruzeiro onde se sentem ‘em casa’, Dre e Jeroen deixaram sua marca em uma escadaria que leva ao topo do morro”.

“Favela Painting”

“Favela Painting”, explica Juliana, é um projeto “um pouco artístico, um pouco político e um pouco social”, que vem remodelando as habitações pobres do Rio de Janeiro.

Segundo o blog http://eliana.uol.com.br, o “Favela Painting” começou em 2005, quando filmaram um documentário para a MTV sobre a música rap na vida dos moradores de favelas. “Desde então os dois holandeses não tiraram da cabeça a ideia de levar arte urbana para a vida desses moradores. O legal foi que não ficou só na ideia”.

Juliana conta também que o maior feito do duo, e certamente o mais visado por turistas, foi terminado neste ano, no morro Dona Marta, em Botafogo (zona sul). “Ali, os holandeses imprimiram listras coloridas a 34 casas da comunidade, que em 2008 recebeu a primeira UPP (Unidade de Política Pacificadora) do Rio”.

Além do patrocínio de uma marca de tintas, tiveram o apoio dos moradores da favela, que receberam instrução para pintar. “A carreira de pintor é um início”, afirma Dre, que diz só haver sentido no projeto se acompanhado de melhorias sociais, complementa a jornalista. Ela diz ainda que a dupla está agora levantando fundos para realizar sua obra-prima: “Eu quero ver uma favela inteira pintada, eu quero ver”.

Dre Urhahn, vindo de Amsterdã, desembarcou às pressas em São Paulo, anteontem, para integrar uma série de apresentações na Bienal, no Ibirapuera, organizada pelo consulado da Holanda. Lá ele apresenta o projeto “Favela Painting”.

Na opinião de Juliana Vaz, Dre é um artista que destoa entre os outros do pavilhão. “Primeiro, porque, pintor, foi convidado para falar em uma mostra de arte que privilegia o vídeo e as instalações multimídia. Segundo, porque o seu suporte não são as telas, mas os tijolos das favelas cariocas”.

Para finalizar, busco inspiração na obra “Por que sofremos?”, de Huberto Rohden: “Ninguém pode ser íntima e solidamente feliz se não sacrificar a sua felicidade pela felicidade dos outros. Ninguém pode ser realmente feliz enquanto não se perder em algo maior do que ele mesmo.

Parabéns Dre Urhahn e Jeroen Koolhaas: vocês representam uma graça concedida por Deus à Humanidade. Sejam felizes!

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