Ao ler uma das minhas crônicas, Madô escreveu, em fevereiro de 2006:
“Aqui no meu bairro, na minha janela, é comum ver casais ou grupos de carrinheiros. Também me dói o coração ver quando uma das mulheres varre o chão,
como se a rua fosse a sua casa, a casa que talvez teve um dia e perdeu. Vejo mulheres grávidas e penso como terão seus rebentos e os criarão. Vejo rapazes com a idade do meu filho, com o rosto inchado de bebida e pés estropiados das andanças, sem futuro, sem esperança. Não é esmola o que essa gente busca, e sabemos disso: é dignidade, um lugar nesta sociedade que se faz de surda e cega. E quando consigo me aproximar e conversar com eles, também vejo o olhar que você viu, a carência de afeto e atenção, uma vontade de deixar de ser invisível”.
“Aqui no meu bairro, na minha janela, é comum ver casais ou grupos de carrinheiros. Também me dói o coração ver quando uma das mulheres varre o chão,
como se a rua fosse a sua casa, a casa que talvez teve um dia e perdeu. Vejo mulheres grávidas e penso como terão seus rebentos e os criarão. Vejo rapazes com a idade do meu filho, com o rosto inchado de bebida e pés estropiados das andanças, sem futuro, sem esperança. Não é esmola o que essa gente busca, e sabemos disso: é dignidade, um lugar nesta sociedade que se faz de surda e cega. E quando consigo me aproximar e conversar com eles, também vejo o olhar que você viu, a carência de afeto e atenção, uma vontade de deixar de ser invisível”.
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