Em um mundo acelerado, imediatista, competitivo e pouco tolerante, as pessoas estão hoje mais solitárias e angustiadas. A sociedade é anônima; rareou o diálogo entre vizinhos, a iniciativa de conversa com gente desconhecida, o contato periódico com
antigos amigos... É incrível, mas apesar da atual facilitação propiciada pela comunicação "on-line", ainda assim amigos distantes não se procuram. Quando muito, alguns se limitam a repassar e-mails impessoais, como sinal de "ainda lembro de você". Não raramente, a quantidade de e-mails é tão grande e constante, que a gente se vê obrigado a, sem sequer lê-los, deletá-los.
antigos amigos... É incrível, mas apesar da atual facilitação propiciada pela comunicação "on-line", ainda assim amigos distantes não se procuram. Quando muito, alguns se limitam a repassar e-mails impessoais, como sinal de "ainda lembro de você". Não raramente, a quantidade de e-mails é tão grande e constante, que a gente se vê obrigado a, sem sequer lê-los, deletá-los.
Com o passar dos anos, por diferentes razões, amigos se afastam de nosso cotidiano. Na lembrança, porém, eles se eternizam. E, quando a gente se reencontra, passado o tempo que for, é como se estivéssemos juntos no dia anterior.
Antes da internet (a Rede Mundial de Computadores), as pessoas faziam manuscritos a amigos e levavam ao Correio, onde enfrentavam filas para selar as cartas, antes do envio. A falta de tempo justificava então o pouco contato por correspondência. Hoje, digita-se o texto no computador e ele chega imediatamente ao destinatário. Ainda assim, velhos amigos continuam sem se comunicar.
Às vezes, entre tantos e-mails impessoais recebidos, redijo algo especial para alguns amigos distantes, ansioso para obter notícias. E me surpreendo por não obter retorno.
Daí apareceu no cenário mundial uma coisa mágica chamada "Orkut", que me permitiu resgatar antigos amigos através de seus filhos, e iniciar um saudável bate-papo "on-line" com esses jovens, ora vejam! Comunico-me também "on-line" com esposas de velhos amigos, menos com os próprios, é mole?
E quem acha que "Orkut" é exclusivo da juventude, está ligeiramente enganado. O revolucionário veículo não tem preconceito algum, ele abraça pessoas com "espírito jovem", de qualquer faixa etária. Alguém já observou o perfil das pessoas mais velhas inseridas no "Orkut"? São pessoas renovadoras, comunicativas, abertas ao diálogo, criativas, esportivas, vibrantes.
"E ahe Julião Peruca, se liga no blog do brother Lineu, http://www.blogdolineu.blogspot.com. Tá showzaço de bola, meu!"
Há quem critique o veículo, sem coragem de experimentá-lo, alegando diferentes argumentos, como o seu linguajar. Existem diferentes linguagens para os diferentes veículos e as novas tecnologias criadas pelo homem; o Orkut caracteriza-se pela rapidez, que exige uma linguagem direta, mais próxima da oralidade, que, aliás, combina com a pressa da "mlkada" e da atual sociedade.
Portanto, os internautas do Orkut não se preocupam com a linguagem formal, eles sabem utilizá-la adequadamente, quando necessitam. É como o uso da roupa, vai-se à praia de maiô ou bermudas, mas não de terno, por exemplo.
[...] "Jogue fora essas enciclopédias! Deixe de lado o peso do conhecimento e comece a viver. E quando você começar a viver, então as coisas comuns e ordinárias se tornarão uma beleza extraordinária. São pequenas coisas, pois a vida consiste em pequenas coisas, mas quando você leva para elas um amor intenso, apaixonado, elas se transformam, se enchem de luz", escreve Osho em "O livro da transformação".
É claro que o "Orkut" também está sujeito à má utilização por usuários, mas o que me importa é que ele permite um relacionamento extremamente saudável entre pessoas.
Aprendi a ler o mundo com olhos de quem busca sempre enxergar o lado positivo da vida. "Em vez de política, prefiro falar de anjos", disse o holandês Cees Nooteboom, em referência a seu livro "Paraíso perdido", durante a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty, RJ, 2008).
Por outro lado, reproduzindo a perspectiva do monge budista Dalai-Lama, o doutor Ed Diener, professor de psicologia na Universidade de Illinois, Urbana-Champaign, e um dos principais pesquisadores no campo do bem-estar subjetivo, diz: "Parece que o modo como as pessoas percebem o mundo é muito mais importante para a felicidade do que as circunstâncias objetivas".
Diferenças entre usuário ativo e passivo na internet
Júlio Daio Borges (que não é o meu amigo Júlio Peruca !) escreveu o interessante artigo "A importância do Orkut para o brasileiro", em 6/2/2006, disponível no endereço: http://webinsider.uol.com.br/indexphp/2006/02/06/a-importancia-do-orkut-para-o-brasileiro. Segundo Borges, o Orkut foi para muitas pessoas a primeira grande experiência marcante com a internet, a experiência de fazer parte dela e sofrer as conseqüências. "Temos que aprender a conviver", diz.
A importância que Borges vê no Orkut transcende qualquer julgamento moral (do comportamento das pessoas lá dentro) e qualquer opinião editorial (do que é publicado nas páginas). Porque, segundo ele, existe uma diferença enorme entre ser um usuário passivo e um usuário ativo de internet. O passivo é aquele que lê, timidamente reage e até envia um e-mail. Já o ativo não se conforma em assistir à cena e vaiar ou bater palmas, ele se sente instado pelo que encontra na WWW e quer participar da sua construção, admite o autor.
Praticamente, o usuário passivo não corre risco: ele quase não se expõe, não pode ser encontrado e olha para o abismo, mas o abismo não olha de volta pra ele. Já o usuário ativo sabe que, depois de certo tempo, tudo é possível: ele deixou uma parcela considerável de si mesmo na Grande Rede, não é mais um anônimo que pode se esconder dela, está exposto e descobre, da melhor ou pior maneira, que outras pessoas vão reagir, argumenta Júlio Borges.
Os seres humanos, em geral, são egoístas, mesquinhos, invejosos, maldosos e até bastante agressivos. E não só no Orkut, revela. Acontece que o Orkut é talvez a única experiência possível de "mídia" ao alcance de muitas pessoas; é a única experiência de, subitamente, estar em praça pública.
Como entusiasta da Grande Rede, Borges acha que as pessoas têm mais é que se expor e sofrer as conseqüências, para amadurecer as suas idéias sobre internet. Já que, a seu ver, a internet é, fundamentalmente, uma experiência. E não, como a caixa passiva da televisão, jornais e revistas; ela é um pouco do usuário também, complementa.
E então lembro oportunamente de Gabriel García Márquez, com a incrível sabedoria: "Ninguém se recordará de ti por teus pensamentos secretos. Pede ao Senhor força e a sabedoria para expressá-los. Demonstra a teus amigos e entes queridos o quanto eles são importantes".
Pois é pessoal, para sintetizar, importa mesmo é saber utilizar humana e produtivamente as infinitas oportunidades que a Vida oferece. "Vlw caretas. Vcs saum tds um preseeeentaço do Céu, taum ligados?"
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