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Talvez seja mais fácil, segundo a concepção da maioria das pessoas, alegar que se tratam de vagabundos desejosos de viver à mercê de quem trabalha. Essa maioria então, com base na falsa convicção, passa indiferente pelos moradores de rua, sem se render à emoção. Tal convicção garante o alívio diante do cenário e o conseqüente descompromisso: – “Não posso resolver o problema do mundo”. E a maioria segue em frente, insensível a esse desconfortante cenário público.
Quem é capaz de pensar no que leva indivíduos a morar nas ruas? Que tipo de alicerce tiveram esses indivíduos, bem ou mal sustentados pelas famílias, para chegar a esse tipo de sobrevivência desumana, carregando o seu “patrimônio”, resumido a uma trouxa de pertences, de uma a outra calçada de rua, onde “reside” por períodos de curta permanência?
Quem é capaz de pensar em possíveis traumas que essas pessoas podem ter sofrido, ao longo de suas existências? Quem é capaz de pensar que elas podem apresentar possíveis patogenias? Quem é capaz de pensar que elas não têm oportunidade de expressar os seus males, por conta de uma sociedade indiferente e individualista? Quem é capaz de transformar egoísmo em compreensão e generosidade, quem é capaz?
Tudo o que as pessoas necessitam é despertar para a verdadeira transformação pessoal: O que faço hoje de diferente em relação ao ontem? Onde percebo a minha mudança para melhorar? Em que aspecto consegui superar alguma limitação de meu ser? Onde avancei hoje, em relação a um novo entendimento? Quando iniciarei a busca de propósitos mais elevados para a minha vida? Neste estágio de consciência, não há mais retrocesso. Incorpora-se no indivíduo a prática da responsabilidade.
Como expressa Klaled Hosseini, em “O caçador de pipas”, sua emocionante obra: “Um homem que não tem consciência, que não tem bondade, não sofre”.
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Acostumei-me, há algum tempo, ao me deparar com um desses moradores, a me concentrar, após o choque, e a rezar, pedindo a Deus que ilumine e traga oportunidades a essas pessoas. É claro que jamais nego uma contribuição material, quando solicitado; na maioria das vezes, sou eu quem toma a iniciativa.
Não desejo saber por que o indivíduo encontra-se ali, ao abandono, buscando argumentos para me omitir. Ajo com o coração! E sigo em frente, até que outro morador de rua me leve novamente à emoção e ao desconforto!
2008, 26 de maio
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